capítulo 2

Helena chegou na saída da escola como sempre: com vestido delicado, maquiagem leve e um sorriso ensaiado. A beta perfeita, o par ideal para um alfa de status como Davi. Os outros alunos a cumprimentavam com respeito, os professores a elogiavam, e os pais… adoravam a ideia de vê-la casada com um herdeiro da máfia.

Mas bastou ela atravessar o portão pra que os olhos de Noah brilhassem com ironia.

— Olha só… a princesa chegou — murmurou, encostado no muro, mexendo no celular.

Davi já estava a caminho dela, com o rosto neutro, mas os ombros tensos. Helena o abraçou, depositando um beijo leve no rosto dele.

— Que saudade, meu amor.

Davi forçou um sorriso e segurou sua mão.

— Também senti.

Noah riu baixo e passou pelos dois de propósito, esbarrando no ombro de Davi com força.

— Ops… distraído. — falou com a voz mais cínica possível. — Boa tarde, Helena.

— Oi, Noah! — ela respondeu animada, doce como sempre. — Sempre tão espontâneo…

Davi estreitou os olhos.

— Vai pra casa a pé hoje? — perguntou ele, em tom mais baixo.

Noah se virou devagar, com um sorriso safado.

— Não. O pai do meu melhor amigo vai me buscar. Mas se quiser me dar uma carona… posso sentar no banco de trás. De novo.

Helena riu sem entender.

— Vocês são muito próximos, né?

— Davi e eu? — Noah virou-se completamente para ela. — Ah… somos colados. Tipo unha e carne. Às vezes mais carne do que unha, sabe?

Helena soltou uma risada gentil, e Davi passou a mão no rosto, como se quisesse sumir.

— Já chega, Noah.

— Eu só tô conversando com sua namorada. — disse, lambendo o pirulito que agora tirava do bolso como um maldito clichê erótico. — Não posso?

— Pode. — Helena respondeu, ainda sorrindo. — Adoro ver o Davi rodeado de amigos leais.

Noah arqueou uma sobrancelha. Havia algo na voz dela… algo que o fez morder o pirulito com força.

Davi puxou Helena pela mão.

— Vamos. O carro tá logo ali.

Enquanto eles se afastavam, Noah olhava. O olhar dele era ácido, quase felino. Quando Helena virou o rosto para acenar de novo, o ômega soprou um beijo no ar — com o mesmo brilho malicioso que usava quando estava nu embaixo de Davi.

---

Horas depois, Noah estava no quarto, deitado de bruços na cama, desenhando círculos no travesseiro com o dedo, mordendo o lábio. O cheiro de Davi ainda estava nos lençóis da noite anterior.

Ele estava inquieto.

A cada segundo que passava, sabia que Davi estava com ela. Provavelmente jantando com os pais, sorrindo para fotos, representando o bom namorado. Fingindo.

Como ele conseguia?

O celular vibrou.

📲 Mensagem de Davi:

> “Você passou do limite hoje.”

Noah respondeu na hora:

📲

> “Você amou cada segundo.”

Veio uma resposta mais rápida ainda:

📲

> “Ela perguntou sobre você. Não tá tão cega quanto parece.”

Noah sorriu.

📲

> “Deixa ela ver. Quero ver o que você faz quando ela descobre que o ômega que você ama é eu… não ela.”

Demorou mais pra vir a resposta.

📲

> “Eu te amo… mas isso aqui é perigoso. Você sabe.”

Noah digitou e apagou várias vezes antes de responder. No fim, escreveu:

📲

> “Eu nasci pro perigo, Davi. E você nasceu pra me querer, mesmo que isso te destrua.”

Silêncio.

Nenhuma resposta.

---

No dia seguinte, a tensão estava no ar.

Noah chegou com um moletom dois números maiores, mas mesmo assim deixava o ombro à mostra. A coleira prateada no pescoço brilhava sob a luz. Era provocação disfarçada de acessório.

Quando passou por Davi no corredor, lançou apenas um olhar. Mas o olhar dizia tudo.

“Me beija ou me ignora. De qualquer forma… vai pensar em mim o dia inteiro.”

E pensou.

Davi quase quebrou a caneta três vezes na aula. Trocou o nome de Helena por "Noah" sem perceber quando mandou mensagem. E quase seguiu o ômega até o banheiro de novo — se não fosse o olhar atento da diretora.

Na hora do almoço, Noah sentou na mesa com os amigos… e abriu as pernas só um pouco mais do que precisava. Esticou os braços, estalando as costas, e puxou a gola do moletom.

Do outro lado do refeitório, Davi viu.

Viu a marca roxa perto do ombro dele.

Sua marca.

Noah ergueu os olhos devagar e sorriu com a língua entre os dentes.

— Cuida da sua beta, Davi. Senão eu cuido.

O alfa se levantou da mesa tão rápido que a cadeira caiu pra trás.

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