AMANTES IMPERIAS
Naquela escola de elite onde todos vestiam uniformes caros e escondiam segredos por trás de notas perfeitas, ninguém imaginava o que acontecia nos bastidores. Ou melhor… quase ninguém.
Afinal, bastava prestar atenção no jeito como os olhos de Davi, o alfa mais temido do colégio, seguiam só um aluno com intensidade quase doentia: Noah.
Noah era um ômega diferente. O tipo que cruzava o corredor com as mãos nos bolsos, mascando chiclete e rebolando sem pudor. Ele não abaixava a cabeça pra ninguém — nem mesmo pro seu amante secreto que era, além de tudo, filho do chefe da máfia da cidade.
— Aí, Davi, sua namorada vai vir na saída hoje? — perguntou um dos alfas do time de futebol.
Davi assentiu, o rosto neutro, quase entediado.
— Vai sim.
— Aquela beta é linda. Como você ainda não… bom, você sabe… — o garoto fez um gesto obsceno com a mão, rindo.
Davi deu de ombros, mas os olhos dele… não estavam no colega.
Estavam em Noah.
Do outro lado do pátio, o ômega estava encostado na grade, chupando um picolé de forma completamente indecente. A língua passava lenta, e seus olhos estavam cravados nos de Davi, como se dissesse: “Tô aqui, lembrando da noite passada… e você?”
O alfa apertou os punhos sob a mesa.
Maldito Noah.
Eles tinham transado na noite anterior, escondidos no porão da casa de Davi. Entre armas e documentos secretos, o ômega o havia montado gemendo alto demais, e Davi teve que tapar sua boca com força.
E agora ali estava ele… com a boca toda melada de picolé, fingindo que eram só amigos.
Noah se aproximou, sentando-se no banco ao lado do grupo, como quem não quer nada. Jogou o palito no chão com descaso e apoiou o cotovelo na mesa, o queixo na mão.
— E aí, Davi… vai passar lá em casa depois da aula? — perguntou com um sorriso torto. — Minha mãe disse que sentiu sua falta.
Davi olhou nos olhos dele por um segundo a mais do que devia.
— Não posso. Tenho que sair com a Helena.
— Ah, claro. — Noah riu baixo, a voz escorrendo veneno e sedução. — A beta certinha. Ela sabe que você gosta de ômegas? Ou você só geme meu nome quando ela não tá por perto?
Silêncio.
O grupo de amigos riu sem entender a tensão entre os dois. Davi soltou uma risada forçada.
— Engraçadinho como sempre.
Mas por baixo da mesa, o pé de Davi encontrou a perna de Noah, e o apertou com força.
Noah estremeceu. Seus olhos brilharam.
“Vai me foder no banheiro ou vai continuar fingindo?”, parecia perguntar.
Davi desviou o olhar. Respirou fundo. Tentava manter o controle.
Mas era difícil.
Muito difícil.
Principalmente quando, minutos depois, Noah seguia ele até o banheiro masculino, trancando a porta sem dizer nada.
— Noah… — Davi começou, mas foi silenciado.
O ômega o encurralou contra a parede, roçando o quadril no dele.
— Acha mesmo que vou deixar você sair com aquela beta fedida sem me dar pelo menos um beijo de despedida?
— Você tá maluco. — Davi sussurrou, mas a mão dele já segurava a cintura fina de Noah, puxando-o mais perto.
Noah lambeu o lábio inferior dele.
— Você ama quando eu sou maluco.
O beijo veio como uma explosão. Davi esmagou a boca de Noah com a sua, com raiva, com fome, com desejo preso. As mãos do alfa exploravam cada centímetro do corpo do ômega como se fossem suas — e eram. Mesmo que em segredo.
— Você vai me matar ainda. — Davi arfou.
— Então me enterra direito, amor. — Noah sussurrou, deslizando a mão por baixo da camisa dele.
Batidas na porta.
— Alguém aí?
Davi e Noah congelaram.
— Já vai! — Noah respondeu com a voz mais doce do mundo, enquanto mordia o lábio pra conter o riso.
O alfa o olhou com fúria e tesão.
— Você é um problema.
— Sou o seu problema favorito.
E saiu do banheiro com o uniforme bagunçado, mas o sorriso mais safado do mundo.
Davi ficou pra trás, respirando fundo.
Era só o primeiro capítulo do dia.
E aquela história ainda ia explodir.
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Atualizado até capítulo 35
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