Noite de Revelações

O relógio marcava 19h30 quando Helena ainda estava no escritório, a única luz acesa na grande sala do 23º andar da Salvatore Corp. Pilhas de documentos preenchiam sua mesa, e o brilho do computador iluminava seu rosto cansado. O ambiente estava silencioso, quase solitário, mas ela não podia deixar nada para trás.

Enquanto caminhava pelo corredor para revisar uma pasta na sala de reuniões, seus pés deslizaram no corrimão da escada. Num instante, perdeu o equilíbrio e quase caiu.

— Merda! — murmurou, sentindo a dor aguda no joelho ao bater no chão.

Antes que pudesse se levantar, uma voz firme soou atrás dela:

— Helena? Está tudo bem? Se machucou ?

Ela se virou e viu Dante parado na porta, a expressão preocupada.

— Só um pequeno tombo — respondeu, tentando disfarçar a dor. — Não precisa se preocupar.

Ele se aproximou e estendeu a mão:

— Deixe-me ajudar você. Não devia estar sozinha aqui tão tarde, vem vou te levar para o hospital .

Ela hesitou por um instante, depois aceitou a ajuda.

— Acho que é melhor eu ir para casa — respondeu, sentindo o apoio forte dele ao seu lado.

No caminho para o carro, o silêncio entre eles era confortável, quebrado apenas pelo som dos pneus no asfalto.

Dante finalmente quebrou o silêncio:

—tem certeza que não quer ir ao hospital ?

Helena riu levemente:

— Eu não queria incomodar. Além disso, não foi nada muito grave , amanhã já estou nova .

Ele lançou-lhe um olhar intenso.

— Não tem nada de errado em aceitar ajuda de vez em quando .

Quando chegaram ao apartamento, Helena tentou se levantar do sofá, mas a dor voltou.

— Parece pior do que pensei — disse Dante, pegando a bolsa dela.

De repente, a porta se abriu e Estela e Violeta apareceram correndo.

— Tio! — gritaram, abraçando Dante sem hesitar.

Helena ficou surpresa:

— Vocês gostaram mesmo dele?

Violeta, sorrindo, respondeu:

— Ele é legal!

Estela completou:

— sim ele é legal , muito muito legal .

Dante sorriu, os olhos brilhando.

— Acho que ganhei duas fãs.

No corredor, um clique surdo chamou a atenção de Helena. Pela janela, ela viu um fotógrafo com uma câmera apontada para o prédio.

— Será que estão tirando fotos daqui? — perguntou, preocupada.

Dante olhou furioso para a janela .

— Acho melhor eu ir embora .

No dia seguinte, as notícias já circulavam pela internet e jornais. A foto de Dante chegando ao apartamento com Helena apoiada no braço, enquanto as meninas corriam felizes ao redor, virou manchete.

Na Salvatore Corp, o burburinho era inevitável. Comentários em corredores, olhares curiosos, e uma atmosfera nova pairava no ar.

Durante a reunião daquela tarde, Dante surpreendeu a todos com seu comportamento mais descontraído.

— Parece que nossa vida pessoal está ficando pública — disse, olhando para Helena.

Ela revirou os olhos.

— Eu só queria trabalhar em paz.

Dante sorriu.

— Acho que isso agora é impossível.

O contrato secreto, até então apenas um plano nos bastidores, começava a se tornar um tema palpável. Helena sentiu que sua vida estava prestes a mudar para sempre.

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