Sob Pressão

A manhã amanheceu cinzenta, com nuvens carregadas que prometiam uma chuva no final do dia. Helena despertou antes do despertador, tomada por aquela inquietação que parecia lhe acompanhar há semanas. Era como se o peso de suas responsabilidades não lhe desse descanso, mesmo nos minutos mais tranquilos.

Ela levantou devagar, sentindo o corpo cansado, mas a cabeça fervilhando com pensamentos sobre trabalho, filhas e os inúmeros desafios que se acumulavam. No pequeno apartamento que chamava de lar, o silêncio era quebrado apenas pelo barulho da água no chuveiro — Camila, sua irmã, já estava acordada cuidando das meninas.

Helena se vestiu rapidamente com roupas sóbrias, mas confortáveis — calça jeans, camiseta branca e uma jaqueta leve. Queria estar pronta para enfrentar mais um dia corrido no escritório, mesmo sem saber o que aquele dia reservava.

Antes de sair, pegou o celular e enviou uma mensagem para Camila: “Obrigada por estar com as meninas hoje. Vou tentar ficar até mais tarde para te ajudar amanhã.”

Recebeu rapidamente a resposta com um emoji de sorriso e coração. Sabia que podia contar com ela — sua irmã sempre fora o apoio mais firme desde que o pai as deixara para trás quando descobriu a gravidez de Helena.

Na rua, o ar fresco da manhã lhe trouxe um pouco de energia. O trânsito fluía lentamente, mas ela se manteve focada, olhando para o horizonte da cidade que pulsava ao seu redor. Ao chegar ao prédio espelhado da Salvatore Corp, sentiu o peso da responsabilidade crescer novamente.

Enquanto caminhava para o elevador, pensava nas pilhas de documentos que teria que organizar, nas reuniões que precisaria agendar e na pressão constante de se provar em um ambiente dominado por homens poderosos.

No 23º andar, o ambiente era tipicamente corporativo: som de teclados, telefonemas apressados e o aroma amadeirado do mobiliário sofisticado. Helena sentou-se à sua mesa, ajeitou os papéis e abriu o computador.

Em meio às tarefas, ela percebeu o olhar curioso dos colegas quando um pequeno grupo de funcionários passou pelo corredor — seus sorrisos tímidos indicavam que algo incomum acontecera recentemente. Mas ela não se deixou distrair.

Quando o relógio marcou 10 horas, uma mensagem no celular chamou sua atenção. Era Camila: “Meninas bem, brincando com a vovó. Estou resolvendo umas coisas, mas amanhã te ligo para acertarmos os horários.”

Helena sorriu ao ler, sentindo uma pontada de gratidão e saudade. Apesar do trabalho, o coração dela batia forte pelas gêmeas Estela e Violeta, suas pequenas luzes numa vida que parecia tão cinza às vezes.

Pouco depois, a secretária informou que a reunião com Dante Salvatore aconteceria em breve. Helena respirou fundo e se preparou mentalmente.

No corredor, encontraram-se novamente.

Dante estava impecável no seu terno escuro, expressão séria e postura inabalável. O olhar penetrante fixou Helena com intensidade.

— Helena — disse ele, a voz firme, como um comando — Está preparada para a reunião?

— Sim, senhor — respondeu ela, tentando esconder o nervosismo que apertava o peito. — Tudo está organizado.

Ele assentiu e virou para continuar o caminho, mas naquele instante um homem alto e confiante aproximou-se: leonardo, irmão mais novo de Dante. Tinha um sorriso cínico e olhos frios que pareciam analisar cada movimento.

— Dante, temos que conversar — murmurou leonardo, puxando-o para uma sala reservada.

Helena ficou parada, observando a cena. Sentiu uma tensão no ar, como se aquela conversa escondesse segredos perigosos, capazes de afetar não só a família, mas toda a empresa.

O dia avançou, e Helena tentou se concentrar nas tarefas, mas pensamentos dispersos a distraíam: as gêmeas, as dificuldades da rotina, o olhar intenso de Dante. No fundo, havia uma mistura de medo e curiosidade sobre o que aquele homem realmente pensava dela.

Antes de sair, enviou outra mensagem para Camila:

“Obrigada por tudo hoje. Amanhã conversamos mais sobre a escolinha. Beijos.”

Recebeu a resposta quase imediatamente.

“Estamos juntas, Lena. Você é forte.”

Ao fechar a porta do escritório, Helena sentiu a noite cair como um cobertor pesado sobre os ombros. Sabia que, apesar do cansaço, a luta só estava começando. E que no meio daquele mundo de poder, dinheiro e jogos silenciosos, ela precisaria ser ainda mais forte para proteger aquilo que amava.

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