As noites em Silvaris haviam sido calmas... até agora.
Naquela madrugada, Liora despertou ofegante, os lençóis encharcados de suor. Sua pele formigava e o coração parecia querer sair do peito. O quarto estava silencioso, exceto pelos ecos do sonho que ainda pulsavam em sua mente.
Ela havia sonhado com o casarão outra vez.
Dessa vez, não apenas o viu — caminhou por seus corredores, ouviu risadas infantis, sentiu o calor de uma lareira antiga. Mas o mais estranho foi o cheiro. O mesmo cheiro que impregnava sua pele agora: madeira úmida e algo metálico... como sangue antigo.
"Você precisa vir. Agora."
A voz em sua mente era baixa, mas firme. A mesma que costumava ouvir durante as transformações — a loba.
Sem pensar, Liora se vestiu, pegou uma capa fina e desceu as escadas da casa de Mareth em silêncio. Nyra dormia. A vila, também.
A trilha até o casarão parecia diferente à noite. Mais viva. Como se as árvores a reconhecessem. O vento sussurrava em palavras que ela não compreendia, mas que seu corpo reagia com calafrios.
O casarão estava ali. Esperando.
Ela empurrou a porta como em um déjà vu. E, novamente, o ar pesado de lembrança a envolveu. Cada passo seu sobre a madeira soava como uma nota de piano em ruínas.
Liora subiu as escadas, guiada por algo maior que a lógica.
No corredor, tocou um retrato antigo.
De repente, foi lançada para dentro da memória:
Um menino de olhos azuis brilhantes corria por aquele mesmo corredor. Sua risada ecoava como um sino.
— Irmã! Espera!
Atrás dele, uma loba prateada o seguia. E ao fundo, uma mulher jovem os observava com um olhar cheio de amor e medo.
Então tudo se apagou.
No andar de cima, uma porta entreaberta deixava escapar um fio de energia. Liora a empurrou, encontrando um quarto ainda preservado. No canto, havia um baú de madeira antiga com símbolos lunares esculpidos em prata. Ao tocá-lo, outra memória explodiu em sua mente:
> A mulher do sonho, agora ferida, chorava enquanto escondia uma joia entre as tábuas do chão.
— "Que ela volte para tomar o que é dela."
Seus olhos eram dourados. Seus traços... lembravam os de Liora.
Ela caiu de joelhos, as mãos tremendo, e retirou o pano azul do fundo do baú.
Ali, repousava uma joia ancestral: um colar de prata com uma pedra lunar pulsante no centro. Um símbolo antigo da realeza Lycan.
Sem hesitar, ela o colocou no pescoço.
A energia foi imediata.
Seu corpo aqueceu. Seus olhos brilharam por um instante. E, lentamente, uma mecha do seu cabelo escurecido tornou-se branca, cintilando sob a luz fraca.
A loba dentro dela sussurrou:
— Você está voltando para casa.
Na floresta distante, Cael Dravorn acordou em sua cama com os olhos em brasa.
Ele se sentou lentamente, o peito arfando. Algo havia mudado no mundo.
Ele a sentia agora. Não como um pressentimento, mas como uma marca em seu próprio sangue.
E isso... era perigoso demais para ser ignorado
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Atualizado até capítulo 38
Comments
Maria Luísa de Almeida franca Almeida franca
adorando e ansiosa pelo momento deles se encontrarem
2025-07-02
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Nélida Cardoso
tô amando cada capítulo fica melhor ainda bora que tem mais treta aí kkkkkkkkk
2025-07-06
0
carol caroline
Gostando.
2025-07-03
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