Capítulo 2: Novos Rostos, Velhas Feridas.

O sol começava a se esconder no horizonte quando Jhenifer chegou à Praia Azul com o grupo. Os últimos raios dourados atingiram o céu de laranja e rosa, refletindo nas ondas calmas que se desfaziam suavemente na areia. A brisa marítima, morna e carregada de sal, envolvia seus sentidos, como se anunciasse o início de algo novo — algo que ela ainda não compreendia por completo. O coração batia acelerado, não só pela beleza do lugar ou pela empolgação da viagem, mas pela presença de Luca ao seu lado.

Ele caminhava com passos tranquilos, a câmera pendurada no pescoço balançando levemente. De vez em quando, ele parava para capturar alguma cena: um casal rindo, o reflexo do céu no mar, ou até mesmo o rosto distraído de Jhenifer. Cada clique parecia guardar um segredo, como se ele soubesse que aquele momento não voltaria. Ela se sentia vista por ele de um jeito que poucos conseguiam — e isso era ao mesmo tempo reconfortante e assustador.

Os amigos se espalharam pela areia ainda quente, formando um círculo ao redor de uma fogueira improvisada. Risadas ecoavam junto ao som das ondas, e a música que saía de uma caixa de som portátil dava um ar leve e descontraído à cena. Jhenifer se sentou próxima a Luca, ainda tímida, observando tudo com curiosidade. Ele trocou um olhar com ela, um sorriso discreto surgindo em seus lábios. Era o tipo de sorriso que dizia, sem palavras: “tudo vai ficar bem”.

A noite chegou aos poucos, como um véu escuro salpicado de estrelas. A conversa entre o grupo evoluiu para assuntos mais íntimos. Luca falou sobre sua família, sobre a ausência do irmão mais velho, que havia sumido anos atrás, e de como aquilo ainda doía, mesmo que ele não dissesse em voz alta. Revelou que costumava ir à Praia Azul quando sentia vontade de fugir de tudo, como se o mar pudesse responder perguntas que ninguém mais conseguia.

Jhenifer, por sua vez, compartilhou um pouco de sua própria dor: a separação dos pais, a mudança repentina para a cidade grande e o medo constante de não se encaixar. Contou da vontade de recomeçar, de encontrar um lugar onde pudesse, enfim, respirar.

Foi então que algo no horizonte capturou seus olhares: uma luz tênue, dançando entre as ondas, como se não pertencesse àquele mundo.

— Você viu aquilo? — Luca perguntou, franzindo o cenho.

— O quê? — Jhenifer se inclinou para frente, intrigada.

— Ali... na água. Não é um barco. Parece alguma coisa diferente.

Mas antes que ela pudesse ver claramente, a luz desapareceu.

Uma tensão silenciosa pairou no ar. O riso dos outros pareceu distante, abafado pelo som do mar.

No caminho de volta, Luca hesitou, depois confessou: a Praia Azul era cercada por histórias de desaparecimentos misteriosos. Pessoas que sumiram sem deixar rastros. Rumores que nunca foram esclarecidos.

Jhenifer sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ainda assim, havia algo naquela noite — no brilho dos olhos de Luca, no mistério do mar — que a fazia querer ficar.

O que ela ainda não sabia era que aquela noite mudaria tudo para sempre. E o que parecia apenas uma viagem entre amigos seria o início de algo muito maior.

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