O Coração na Gaiola

O relógio marcava três da manhã quando Leonor empurrou a porta do quarto mais protegido de toda a Moscovo. Passou pelos sensores, pelas câmaras escondidas, pelos guardas que nem ousavam levantar os olhos para encará-la.

Ali dentro, nada lembrava o resto do seu reino de mármore e vidro. O quarto era quente, paredes pintadas em tons suaves, livros infantis alinhados em prateleiras baixas, bichos de pelúcia repousando numa poltrona ao lado de uma pequena cama de dossel.

Inês dormia, respirando fundo, com a mãozinha fechada ao redor de um coelho de pelúcia que tinha uma orelha costurada de tantas vezes rasgar. Leonor aproximou-se em silêncio, ajoelhou-se ao lado da cama e, por um instante, a sua expressão de mármore cedeu lugar a um sorriso tão leve que até o fantasma dela parecia humano.

Inês — Mana... — murmurou a voz sonolenta da menina, abrindo os olhos lilás reflexo pálido dos dela.

Leonor — Dorme, pequena leoa. Estou aqui. Sempre estarei.

Inês sorriu e voltou a fechar os olhos, mergulhando outra vez no sono seguro que só existia naquele quarto. Leonor encostou os lábios na testa dela, como se esse simples toque fosse mais perigoso do que todas as armas que guardava nos seus cofres secretos.

No andar de baixo, enquanto isso, num salão de reuniões iluminado por lâmpadas frias, três homens folheavam relatórios e fotos borradas, tentando entender como uma mulher sozinha havia tomado metade do submundo russo.

Primeiro indivíduo — Nada de família, nada de amantes, nada de vícios…

— resmungou o mais velho, batendo o dedo num arquivo — Essa vadia não sagra por ninguém.

O mais jovem ergueu uma foto, ampliou o rosto infantil que aparecia ao fundo de uma câmera de segurança quebrada. Um sorriso discreto brotou na sua boca.

Terceiro indivíduo — Todo predador tem um filhote que protege. É questão de tempo até vermos se a Leoa Fantasma defende o território... Ou defende o ninho.

Os outros dois riam baixo, brindando em copos de uísque importado. Do lado de fora, neve caía fina sobre Moscovo, sufocado todos os sons — menos ou sussurros de guerra que se espalhavam como um incêndio silencioso.

No quarto, Leonor ergueu-se devagar, olhos fixos na janela embaçada pela geada. Ali, envolta em ternura, ela sabia que o mundo lá fora não dormiria enquanto não roubasse dela a única coisa que ainda pulsava viva em seu peito.

Mais até lá, que tentem.

Que se atrevam!

Irei fazer as apresentações dos personagens que já apareceram.

Leonor Duarte: Charmosa, impotente, elegante, calculista autoritário e intimidante.

Idade: 27 anos

Gosta: Passar o maior tempo positivo com Inês.

Não gosta: que mexam no que e seu (Inês).

Leonor Duarte é uma rainha de ferro construída sobre cinzas — implacável com o mundo, mais feita de carne viva quando se trata de proteger sua última flor.

Inês Duarte: Carinhosa, dose, curiosa, esperta, falante e alegre.

Idade: 11 anos

gosta: Comer, cuidar da irmã, flores, ler livros, música, dormi com a mana, cuidar do Nero

Não gosta: ver a irmã machucada, ficar sozinha, fogo, filme de terror.

Inês é a única cor viva no castelo cinzento de Leonor — frágil como uma flor, mas com raízes fortes o bastante para amolecer a rainha mais cruel.

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Comments

FalconSC99

FalconSC99

Essa história me tirou da minha rotina chata, obrigada autor@ por esse escape maravilhoso.

2025-06-25

0

maki

maki

obrigada querida, estou feliz que vc tenha gostado❤️.

2025-06-26

0

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