Capítulo 3 –
As nuvens escuras surgiram de repente no céu, como se refletissem o turbilhão que Isabelle sentia por dentro. Lá fora, o vento soprava forte, arrastando folhas pelas calçadas e anunciando que aquela tarde não seria como as outras.
Ela já estava encerrando o expediente quando ouviu o barulho da porta abrindo de novo. Sem olhar, já sabia quem era. Era como se o ambiente todo reagisse à presença dele.
— Achei que você não voltaria hoje — disse ela, olhando por cima do ombro.
— E perder o melhor café da cidade? Nem pensar — respondeu Gael, sacudindo os cabelos molhados da chuva e tirando a jaqueta encharcada.
Ela sorriu sem querer. Aquele homem tinha um dom: o de se infiltrar nas brechas do coração dela, mesmo quando ela tentava mantê-lo trancado.
— Está começando um temporal — ele completou, olhando pela vitrine. — Acho que você não vai conseguir fechar tão cedo.
Relâmpagos riscaram o céu. Logo a chuva engrossou, acompanhada de trovões que faziam o prédio estremecer. Isabelle trancou a porta e puxou as cortinas.
— Parece que estamos presos aqui — murmurou, mais para si do que para ele.
Gael aproximou-se devagar. Havia algo no olhar dele… um calor contido, um desejo prestes a transbordar. E mesmo com o som da tempestade lá fora, tudo que ela ouvia era o som da própria respiração acelerada.
— Eu não me importo de ficar preso aqui — ele disse, baixo. — Desde que seja com você.
O ar pareceu mais pesado. Isabelle deu um passo para trás, mas Gael a seguiu com o olhar, sem invadir o espaço dela.
— Você não faz ideia do que está despertando em mim — ele murmurou.
— E você também não faz ideia do que estou tentando controlar — ela respondeu, num sussurro.
O silêncio entre eles era carregado. Lá fora, a chuva batia com força contra os vidros. Dentro da cafeteria, o cheiro de café e canela misturava-se ao calor do desejo.
Ele se aproximou devagar, respeitando cada espaço, cada silêncio dela. Mas quando os dedos dele roçaram os dela, foi como se uma faísca acendesse tudo que ela havia tentado apagar.
— Me diz pra parar — ele disse, encostando a testa na dela.
Ela fechou os olhos, sentindo o toque, a respiração, o momento.
— Eu... não consigo — sussurrou.
E então, como se o mundo lá fora não existisse, os lábios deles se encontraram num beijo cheio de urgência e retenção. Era como se todo o desejo acumulado explodisse ali, entre o balcão e os trovões.
Isabelle o puxou pela camisa, sentindo o corpo dele colado ao seu, quente, firme. Os beijos desceram pelo pescoço, e suas mãos, que por tanto tempo foram contidas, agora exploravam com liberdade.
— A gente não devia... — ela murmurou entre suspiros.
— Mas a gente quer — ele respondeu, e voltou a beijá-la com fome.
E ali, no meio da cafeteria, com o mundo inteiro sendo lavado pela tempestade, Isabelle se entregou a um desejo que ela não sabia mais conter.
Gael a ergueu com cuidado, colocando-a sobre o balcão, e seus corpos finalmente encontraram o compasso perfeito, como se tivessem esperado por isso a vida inteira.
Naquela noite, não houve regras. Só pele, calor e sentimentos antigos renascendo.
E quando a chuva começou a passar, Isabelle sabia: nada mais seria como antes.
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Atualizado até capítulo 38
Comments
Erica Vale
perfeito
2025-06-25
2