Ultrapassando os Limites.

Ultrapassando os Limites.

Rastros de sangue: O sussurro da morte.

Domínik observava o movimento elegante na mansão dos Zhao's, os lustres reluzindo sob a luz suave, mas sua mente estava longe daquele ambiente opulento. Enquanto cortes de carne suculentos eram servidos, ele lutava para engolir o que parecia ser um banquete em meio ao turbilhão de emoções que o consumia. Prometeu a Dimitri que o ajudaria com os papéis sobre Mary Kay, a menina de apenas quatorze anos encontrada de forma brutal na manhã anterior, e a imagem de seu corpo despido e desolado ecoava em sua mente, como um grito ensurdecedor que não o deixava em paz. A responsabilidade que pesava sobre seus ombros se tornava cada vez mais insuportável, e o riso e a conversa ao seu redor pareciam não fazer sentido diante da tragédia que abalará a cidade. "Como posso estar aqui?", pensou, enquanto um sorriso forçado se fixava em seu rosto, ocultando a tempestade interna que o consumia.

Domínik continuava a refeição em um silêncio ensurdecedor, com o garfo paralisado a poucos centímetros do prato, enquanto sua mente se perdia em um turbilhão de pensamentos. A estranha sensação que o acompanhava desde sua chegada à mansão se intensificava, como se uma nuvem de inquietação estivesse se acumulando ao seu redor. Foi nesse momento que decidiu verificar o celular, que estava no modo silencioso, e seu coração disparou ao notar trinta chamadas não atendidas de Dimitri. A ansiedade cresceu dentro dele, e, no instante em que se preparava para retornar a ligação, outro nome apareceu na tela: Steven Solace. Um agente que, ao atender, trouxe uma onda de apreensão. "Algo aconteceu com Dimitri. Ele não está atendendo. Saiu por volta das onze da noite com um grupo de oito homens para investigar uma denúncia anônima relacionada a William Colcci", informou Steven, sua voz carregada de tensão. O estômago de Domínik se contorceu, e a refeição luxuosa a sua volta tornava-se irrelevante diante da urgência do que estava acontecendo. "Localizem o celular de Dimitri imediatamente!", exclamou, sentindo a determinação crescer dentro dele. A responsabilidade se tornava cada vez mais pesada, e ele compreendia que não poderia ignorar a conexão entre a brutalidade do crime contra Mary Kay e o desaparecimento de seu amigo.

Enquanto tentava processar a gravidade da situação, uma notificação chamou sua atenção: uma nova mensagem na caixa de entrada. Era uma mensagem de voz de Dimitri, que, com dificuldade, explicou que a denúncia anônima apontava que William Colcci estaria em uma estrada rural em Nova Jersey, quilômetros 222, na antiga usina de álcool. Assim que ouviu as palavras de Dimitri, a adrenalina disparou e, como um impulso, levantou-se da mesa. Mas antes que pudesse agir, o telefone tocou, e ao atender, seu coração afundou ao perceber que, do outro lado, não era Dimitri quem falava, mas sim William. "Tenho uma proposta", disse ele, a voz fria e calculista. "Entregarei Dimitri em troca de Sally." E, como se isso não fosse o bastante, William enviou uma foto de Dimitri, que estava ensanguentado e gravemente ferido. A visão acionou uma memória aterrorizante; já tinha visto ferimentos semelhantes antes... Jack. Os mesmos tipos de cortes e lesões.

Nesse instante, percebeu Kunlun observando a tela do seu celular, e um frio percorreu sua espinha. Rapidamente, escondeu o aparelho, o pânico se instalando. Não podia acreditar que a história estava se repetindo, que o pesadelo estava prestes a se desenrolar novamente diante de seus olhos. A urgência da situação tornava-se insuportável, e ele sabia que precisava agir rapidamente para salvar Dimitri antes que fosse tarde demais.

Nesse momento, o celular vibrou novamente, e ao olhar, viu que era Steven Solace mais uma vez. A voz dele, agora carregada de urgência, ecoou no aparelho: "A casa de Dimitri está em chamas! Jeff e Davi ainda estão lá!" O mundo ao seu redor desmoronou em um instante, e a realidade se tornou um borrão. O desespero tomou conta dele, fazendo seu coração disparar como se quisesse sair do peito. Sem pensar, levantou-se abruptamente, quase derrubando a cadeira, as palavras de Steven reverberando em sua mente como um alerta fatal. A necessidade de agir se intensificou; não podia permitir que mais vidas se perdessem. Com a adrenalina correndo em suas veias, ele se dirigiu à saída da mansão, determinado a salvar seus amigos e a impedir que a situação se tornasse ainda mais trágica. A sensação de que o tempo estava se esgotando o impulsionava a correr, um turbilhão de emoções e medos se mesclando em sua mente enquanto se preparava para enfrentar o caos que o aguardava.

Nesse momento, enquanto eu atravessava a sala em disparada, prestes a sair pela porta da frente da mansão dos Zhao, fui surpreendido por Kunlun que surgiu no meu caminho, com o olhar sério e determinado. Nas mãos dele, havia um embrulho de tecido vermelho escuro, com inscrições orientais bordadas em dourado. Sem dizer uma palavra, ele desfez o pano, revelando uma espada samurai antiga, com a lâmina perfeitamente polida e a empunhadura envolta por uma faixa de couro envelhecido, mas firme. “Ela pertenceu ao meu bisavô,” ele disse, a voz baixa mas carregada de significado. “É uma lâmina de proteção… e de sorte. Hoje… você vai precisar das duas coisas.” Por um instante, hesitei, surpreso com o presente inesperado, mas a gravidade da situação me trouxe de volta ao foco. Peguei a katana com as mãos tremendo de adrenalina, senti o peso e a energia dela e prendi-a às costas, de forma improvisada, com o cinto do sobretudo que eu ainda usava.

Respirei fundo, tentando organizar as palavras na minha cabeça e informei rapidamente aos que estavam na sala: “A casa do Dimitri está em chamas! Jeff e Davi ainda estavam lá quando o incêndio começou! Eu tô indo pra lá agora!” Sem esperar qualquer resposta, corri até o carro com o coração acelerado, o sangue latejando nas têmporas, as imagens dos meus amigos presos em meio às chamas martelando dentro de mim como um soco repetitivo. Liguei o motor com brutalidade e arranquei do estacionamento da mansão, cortando as ruas de forma quase suicida, com os pneus cantando a cada curva.

Enquanto acelerava rumo à casa de Dimitri, o celular vibrou de novo. Atendi no viva-voz, sem tirar os olhos da estrada. Era Steven mais uma vez.

“Dominik! Jeff e Davi foram retirados a tempo! Estão vivos! Estão no hospital agora… com queimaduras, mas conscientes!”

O alívio foi imediato, mas não durou mais que alguns segundos. A raiva e a certeza de que aquilo era só o começo me fizeram cerrar os dentes. Sem pensar duas vezes, dei a ordem com a voz firme: “Reúna o pelotão inteiro. Quero todo mundo pronto em cinco minutos. Equipamento completo. E passem a localização da antiga usina de álcool abandonada pra todos. Quando estiverem prontos… me encontrem lá. Repito: na usina!”

Desviei o carro em uma guinada tão violenta que quase subi no canteiro central da avenida, forçando o motor ao máximo enquanto tomava o novo rumo. A usina de álcool abandonada surgia na minha mente como um presságio… e eu sabia que chegando antes do combinado, talvez… só talvez… eu ainda pudesse virar esse jogo sujo antes que William Colcci desse o próximo passo.

Dirigi até onde o asfalto acabava e o mato alto começava a engolir o caminho, estacionando o carro a uma distância segura, longe o bastante para que o som do motor não denunciasse minha presença. Desliguei as luzes, tirei as chaves da ignição e respirei fundo por um segundo, tentando controlar a fúria que queimava dentro de mim como o próprio incêndio que quase matou Jeff e Davi. Peguei a katana, sentindo o peso dela como uma extensão do meu próprio braço. O aço parecia vibrar levemente, como se soubesse que sangue seria derramado naquela noite.

Avancei a pé, me esgueirando pelas sombras, com passos tão leves que até as folhas secas no chão pareciam respeitar meu silêncio. Meus olhos varreram o entorno da usina, reconhecendo pelo menos uma dúzia de homens posicionados em pontos estratégicos… todos armados… todos desavisados. O cheiro de óleo queimado e ferrugem tomava o ar, misturado com o gosto metálico de antecipação na minha garganta.

O primeiro caiu com um golpe seco, limpo, direto na garganta. Nem teve tempo de entender de onde veio a morte. O segundo, alguns metros adiante, teve o destino selado com um corte preciso na base da nuca. Me movia como uma sombra entre as estruturas enferrujadas, usando as colunas de concreto e os restos de maquinário como cobertura. Um por um, eles iam caindo. Gargantas abertas, colunas cortadas, golpes únicos, rápidos e letais. Nenhum disparo, nenhum grito… apenas o som abafado da lâmina rasgando carne e a respiração desesperada das vítimas segundos antes de apagarem de vez.

O sangue começava a se acumular no chão, mas eu não diminuía o ritmo. Cada corpo derrubado era uma dívida paga… uma resposta direta à emboscada covarde que quase custou a vida dos meus amigos. Quando percebi, já eram oito… talvez nove… espalhados como bonecos quebrados entre as pilastras e os corredores escuros da usina.

Eu seguia avançando… sempre em silêncio absoluto… com os olhos fixos no prédio principal, onde, com toda a certeza, o verdadeiro inferno ainda me aguardava.

Continuei avançando pelas sombras, a katana firme nas minhas mãos, o corpo operando no instinto mais puro de sobrevivência e vingança. Cada passo era calculado, cada movimento uma dança de morte em silêncio absoluto. Um dos guardas veio em minha direção, distraído com o rádio na mão, nem percebeu a presença até sentir o fio da lâmina atravessar seu abdômen de lado a lado. Segurei seu corpo antes que caísse, deitando-o no chão com cuidado para que o impacto não fizesse barulho.

Dois outros conversavam próximos a um velho tanque de combustível. Me aproximei por trás, com a velocidade de um predador. O primeiro caiu com um corte horizontal na garganta, o sangue jorrando como um arco escuro no ar. O segundo, ao virar-se em choque, teve o crânio aberto por um golpe seco no alto da cabeça, a lâmina entrando como se cortasse papel. Meu rosto, minha roupa, minhas mãos… tudo já estava sujo de sangue, mas eu continuava sem hesitar.

Mais três surgiram ao fundo, patrulhando o corredor lateral da usina. Movimentei-me com precisão, como se meus pés mal tocassem o chão. Um deles caiu com um corte transversal nas costas, profundo o bastante para rasgar a coluna. O segundo tentou gritar, mas meu punho o atingiu na garganta antes, e logo depois a katana abriu seu peito de cima a baixo. O terceiro, assustado, sequer teve tempo de reagir antes que eu atravessasse a lâmina direto no coração dele.

O silêncio continuava sendo meu maior aliado. Os poucos barulhos eram abafados, curtos… e mortais. A adrenalina me mantinha em movimento, e meu foco estava agora na grande porta metálica ao fundo da usina… o único lugar ainda iluminado por uma lâmpada amarela tremeluzente. Era ali… atrás daquela porta… que a verdadeira batalha me esperava.

Respirei fundo, ajustei a katana nas mãos, e com o sangue escorrendo pela lâmina, dei o último passo… parando bem diante da porta… pronto para abrir e encarar o próximo nível do inferno.

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Comments

Jeon Jungkook

Jeon Jungkook

nossa ele é demais

2025-06-30

0

Dulce Gama

Dulce Gama

começando 25/06/25 pelo primeiro capítulo já percebi que essa história vai ser boa muita adrenalina adorei 😃😃👍👍👍👍👍♥️♥️♥️♥️♥️🎁🎁🎁🎁🎁🌹🌹🌹🌹🌹🌟🌟🌟🌟🌟

2025-06-25

0

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