PROMESSAS SUSSURADAS EM MEIO AO CAOS.

Era cinco da manhã e a sala da mansão parecia um túmulo de angústia e silêncio quebrado apenas pelo som insistente das tentativas de ligação de Sally para o celular de Domínik, que simplesmente não atendia. Ela tremia, com os olhos marejados, os dedos nervosos discando o número de novo e de novo, enquanto as lágrimas escorriam pelo rosto. Eu estava ali, encolhida no sofá, com o peito em pedaços, chorando também, já imaginando o pior... Já podia vê-lo, na minha mente, indo atrás de William sozinho, se ferindo, sangrando em algum canto escuro da cidade, longe de nós. Kunlun estava de pé, parado perto da janela, como se a qualquer momento esperasse ver Domínik surgir pela entrada, enquanto o pai Kang, com o olhar carregado de preocupação, mantinha as mãos juntas como se estivesse em oração silenciosa. Luna e Marta soluçavam baixinho ao meu lado, e eu sentia meu coração se partir ainda mais ao olhar para Nicholas... Ele tentava ser forte por todos nós, falando frases de consolo, pedindo calma, dizendo que Domínik sabia se cuidar, mas a tensão em cada linha do rosto dele traía o desespero que ele mesmo tentava sufocar.

De repente, o toque estridente do celular de Marta quebrou aquele silêncio tenso, fazendo todos nós sobressaltarmos. Ela olhou para a tela com as mãos trêmulas e os olhos arregalados. O nome "Steven Solace" brilhava em letras grandes. Sem perder um segundo, ela atendeu com a voz embargada: “Sim... já estávamos indo...”, disse, e por um instante seu rosto se iluminou com um alívio desesperado, como se tivesse acabado de respirar depois de minutos debaixo d'água. “E o Domínik?”, perguntou logo em seguida, com os olhos fixos em mim e em Nicholas como se quisesse nos passar a resposta antes mesmo de ouvi-la. Depois de ouvir algumas palavras do outro lado da linha, ela apenas assentiu várias vezes, com lágrimas de alívio escorrendo. Por fim, desligou, virando-se para todos nós com um sorriso nervoso e molhado: “Eles estão no hospital... Vamos pra lá... agora!” Nem precisou repetir. Num segundo, todos nós já estávamos de pé, pegando casacos, chaves, celulares... correndo porta afora como se cada segundo fosse a diferença entre vida e morte.

Nos dividimos às pressas em dois carros lotados, cada um saindo em disparada logo atrás do outro. Kunlun assumiu o volante do primeiro, com o olhar firme e os dedos cerrados no volante, como se a tensão estivesse grudada na pele dele. Eu (Sally) entrei rápido no banco de trás, com o pai Kang ao meu lado, Luna ainda enxugando as lágrimas, Marta respirando fundo como se lutasse para não desabar, e Nicholas, mesmo tenso, tentando manter a voz calma, repetindo que tudo ia ficar bem — mais pra nos convencer do que a ele mesmo. No segundo carro, Flor se juntou a Andrew e as demais filhas dos Zhao, todas em silêncio, com os rostos pálidos e os olhos cheios de medo. Atrás de nós, outro veículo com os seguranças nos seguia como uma proteção silenciosa, mas determinada. As ruas ainda estavam cobertas pela penumbra da madrugada, e os faróis dos carros cortavam a escuridão como lâminas, enquanto seguíamos em alta velocidade em direção ao hospital, cada um com o coração preso na garganta e a mente inundada de orações desesperadas por Domínik.

Chegamos ao hospital num frenesi, os carros mal pararam e já estávamos correndo pelo corredor iluminado pela luz fria do teto. No meio da confusão, uma maca foi empurrada apressadamente por paramédicos, o corpo coberto por um lençol branco que ocultava qualquer identidade. Meu olhar parou fixo ao ver uma mão masculina esquerda, completamente ensanguentada, pendendo para fora da manta — um choque tão forte que meu coração quase parou. “Domínik!”, meu grito escapou, e num impulso desesperado corri atrás da maca, tentando puxar o lençol para confirmar, mas fui imediatamente contida pelos paramédicos que me seguraram firmemente, impedindo que avançasse mais. No meio do caos, Kunlun, com um movimento rápido, ergueu o lençol e, para surpresa de todos, uma risada alegre escapou de seus lábios, como se um peso enorme tivesse sido tirado de seus ombros. Os paramédicos, impacientes, cobriram o corpo novamente e afastaram Kunlun com um empurrão, ordenando que ele recuasse. Eu fiquei parada ali, o peito apertado, entre o alívio e o desespero, sem conseguir parar de tremer.Nicholas, ainda com o olhar tenso, se aproximou de Kunlun e, quase sem acreditar, perguntou baixinho: “Você reconheceu o corpo?” Kunlun assentiu lentamente, a expressão grave mesmo com a leve alegria na risada anterior. “Sim... apesar do rosto estar praticamente irreconhecível, é ele. William Colcci.” O silêncio tomou conta do ambiente por um instante, pesado, mas logo deu lugar a um suspiro coletivo de alívio. O estuprador — finalmente — havia sido parado. Um sorriso tímido surgiu nos nossos lábios cansados, e pela primeira vez naquela madrugada interminável, sentimos um pouco de esperança renascer no peito.

Seguimos apressados até a recepção, a respiração ainda acelerada e o coração apertado pela ansiedade. Com voz trêmula, perguntei à recepcionista, uma mulher de nome Carrie, se Domínik McKidd estava internado ali. Ela balançou a cabeça lentamente, com um olhar pesaroso, e respondeu: “Não, infelizmente ele não está aqui.” Seus olhos desviaram para um computador à sua frente enquanto continuava: “Somente o tenente Brownson e uma tal de Maria Grace estão internados no momento.” Fizemos uma pausa, tentando assimilar as informações que ela nos dava. “O tenente está passando por cirurgia agora, é grave... já a mulher sofreu um traumatismo craniano, mas os médicos dizem que ela vai sobreviver.” O silêncio que se seguiu foi pesado, carregado de medo e incertezas, enquanto a espera pela próxima notícia parecia arrastar o tempo em pedaços.

Seguimos apressados até a recepção, a respiração ainda acelerada e o coração apertado pela ansiedade. Com voz trêmula, perguntei à recepcionista, uma mulher de nome Carrie, se Domínik McKidd estava internado ali. Ela balançou a cabeça lentamente, com um olhar pesaroso, e respondeu: “Não, infelizmente ele não está aqui.” Seus olhos desviaram para um computador à sua frente enquanto continuava: “Somente o tenente Brownson e uma tal de Maria Grace estão internados no momento.” Fizemos uma pausa, tentando assimilar as informações que ela nos dava. “O tenente está passando por cirurgia agora, é grave... já a mulher sofreu um traumatismo craniano, mas os médicos dizem que ela vai sobreviver.” O silêncio que se seguiu foi pesado, carregado de medo e incertezas, enquanto a espera pela próxima notícia parecia arrastar o tempo em pedaços.

Insisti, com a voz embargada e o coração apertado, para que Carrie verificasse novamente, pedindo que conferisse com mais cuidado. Relutante, ela voltou ao computador, digitou algumas coisas e franziu o cenho. Depois de um momento, sacudiu a cabeça devagar: “Não aparece nenhum Domínik McKidd registrado como paciente... Talvez ele seja um dos corpos no necrotério.” Um nó se formou na minha garganta e as lágrimas começaram a escorrer sem controle. Foi então que, de repente, todos nós paramos ao ouvir um arfado súbito — era Nicholas, que colocou a mão no peito, olhos arregalados fixos na direção da entrada do hospital. Foi quando vimos Domínik, cambaleando, completamente ensanguentado, os olhos brilhando com dor mas vivos. Sem pensar duas vezes, corri até ele e me joguei nos seus braços, soluçando descontroladamente enquanto repetia, atropelando as palavras: “Eu estava tão preocupada... você estava sangrando... por favor, fique bem...” Minutos depois, os outros nos alcançaram e nos envolveram num abraço apertado, aquele abraço enorme que juntava alívio, medo e amor, como se ali naquele momento o mundo inteiro pudesse se reconstruir.

Ainda abraçada a Domínik, minhas palavras saíam atropeladas, quase sem fôlego, enquanto as lágrimas escorriam incontroláveis pelo rosto. “Onde você estava? Onde você se machucou? Me diga, por favor! Por que não atendeu? Você me deixou tão preocupada... Eu pensei que tinha perdido você... Por que fez isso sozinho?” Eu chorava descontrolada, a mistura de medo, alívio e culpa esmagando meu peito. Ele tentava me acalmar com um leve toque na minha mão, mas eu mal conseguia ouvir sua voz — só conseguia pensar em cada ferida que ele podia ter, em cada momento que esteve sozinho e sofrendo, enquanto eu estava aqui, paralisada pelo desespero. “Fala comigo, Domínik, por favor... eu não aguento essa angústia...”

As lágrimas não paravam de cair enquanto eu segurava Domínik com toda a força que me restava, minha voz embargada e trêmula, quase um sussurro desesperado: “Se você morresse… eu também morreria. Não consigo imaginar a minha vida sem você, sem o seu sorriso, sem a sua presença. Você é tudo pra mim, Domínik… por favor, fique aqui, fique comigo.” Meu corpo tremia, e a dor dentro do peito parecia um fogo que queimava sem cessar, mas eu precisava que ele soubesse o quanto ele significava — que sem ele, nada faria sentido.

Domínik me puxou para um abraço firme, envolvendo-me com um calor que parecia afastar um pouco do medo que me consumia. Com a voz rouca, mas calma, ele sussurrou perto do meu ouvido: “Eu estou bem, Sally. Grande parte desse sangue não é meu... não se assuste.” Segurou minha mão com ternura e sorriu, tentando me transmitir aquela segurança que eu tanto precisava naquele momento caótico. Aos poucos, senti a angústia dar lugar a uma esperança tênue, enquanto ele permanecia ali, vivo, respirando junto comigo.

Domínik apertou minha mão com firmeza e continuou, a voz carregada de determinação: “Esse sangue… é do monstro que assassinou o Jack. Aquele que te machucou tanto, que assassinou a Natalina, a filha do Zhao… e a filha do juiz, mesmo que ela não fosse um exemplo de pessoa. Dimitri, que ele também feriu profundamente… e todas as outras vítimas que sofreram nas mãos dele.” Ele respirou fundo, os olhos brilhando com uma mistura de cansaço e alívio. “Mas isso acabou hoje, Sally. Finalmente acabou.”

As palavras ecoaram no silêncio tenso da sala, e eu senti as lágrimas escorrerem, quentes e amargas, descendo pelo meu rosto. Minhas mãos tremiam, e o aperto da dele se intensificou, firme e protetor. Domínik me puxou para um abraço, envolvendo-me com força contra seu peito, como se ali eu pudesse encontrar abrigo de toda dor e medo que carrego. Seu cheiro, misto de suor e sangue, me envolvia, e meu choro se perdeu em seu peito, enquanto ele sussurrava palavras baixas, quase inaudíveis, cheias de promessa e conforto. O tempo parecia parar, só existia aquele momento, aquele abraço que curava feridas invisíveis.

Mas, poucos minutos depois, a porta se abriu com um estalo seco, e o doutor Lee entrou, a voz firme cortando o silêncio com urgência. “Domínik precisa de cuidados imediatos. Está perdendo muito sangue e o ferimento é mais grave do que parecia.” Eu me afastei lentamente do abraço, ainda soluçando, e o segui sem hesitar enquanto ele se deitava na maca, a dor evidente em seu rosto, mas mantendo a mesma determinação que eu tanto admirava.

Enquanto o doutor limpava e costurava os ferimentos com habilidade, eu não tirei os olhos dele nem por um segundo. Segurei firme sua mão, acariciando-a com suavidade, tentando transmitir todo o meu amor e força naquele gesto simples. Ele apertava meu toque, e eu sentia seu corpo tenso, lutando contra a dor. Então, quando o soro começou a fluir em seu braço, Domínik respirou fundo e, com uma força que eu nem sabia que ele tinha, puxou uma pequena caixinha de veludo vermelho de dentro do bolso.

Meus olhos se arregalaram quando ele abriu a caixa com dificuldade, revelando uma aliança delicada, cravejada com uma esmeralda que refletia uma luz suave, como se carregasse toda a esperança do nosso futuro. Arfei baixinho, olhando fixamente para ele, que me encarava com lágrimas nos olhos, voz embargada pela emoção.

“Sally... aceita ser minha namorada?” A pergunta saiu quase como um sussurro, mas para mim foi o som mais claro e perfeito do mundo. Senti o coração explodir no peito, a dor e o medo desaparecerem, substituídos por uma certeza avassaladora.

Eu não precisei pensar. Com a voz trêmula, mas cheia de amor, respondi: “Sim, Domínik... eu aceito.”

Ele sorriu, e naquele instante, entrelaçamos nossos dedos, selando uma promessa que nem o sangue, nem a dor, jamais poderiam apagar.

Eu me aproximei devagar, sentindo cada batida acelerada do meu coração como um tambor em meu peito. Ele me olhava com uma mistura de esperança e vulnerabilidade que me derretia por dentro. Lentamente, encostei meu rosto no dele, sentindo o calor da sua pele através do toque suave. Nossos olhares se encontraram uma última vez antes que eu fechasse os olhos e inclinasse a cabeça para um beijo delicado, quase tímido.

O beijo começou lento, exploratório, como se estivéssemos descobrindo um mundo novo juntos, aquele momento só nosso. As mãos dele acariciavam meu rosto com ternura, enquanto meus dedos se entrelaçavam em seus cabelos, puxando-o um pouco mais perto, pedindo mais. A paixão crescia silenciosamente, mas intensa, como uma chama que começa a arder depois de tanto frio e escuridão.

A dor e o medo que nos cercavam pareciam desaparecer enquanto nos perdíamos naquele toque, naquela conexão profunda que só o amor verdadeiro pode criar. Ali, naquele instante, éramos apenas eu e Domínik, dois corações quebrados que encontraram um ao outro para curar todas as feridas.

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Comments

Jeon Jungkook

Jeon Jungkook

ha que fofo

2025-06-30

0

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