A noite caiu sobre a mansão como um véu pesado. Cada parede de pedra parecia guardar segredos antigos, sussurrando histórias de poder, medo… e solidão.
Isabella estava sentada na beira da cama, ainda vestida com o mesmo vestido branco do casamento. O véu havia sido arrancado e deixado no chão, como uma lembrança do que ela havia perdido: liberdade, dignidade, escolhas.
Ela não chorava. Apenas observava seu reflexo no espelho, como se tentasse reconhecer a mulher que havia se tornado em poucas horas.
O clique da maçaneta girando ecoou pelo quarto.
Ela se virou lentamente.
Alessandro entrou, sem pressa. Já havia deixado o paletó e a gravata em algum lugar. As mangas da camisa estavam dobradas, os botões parcialmente abertos. Os olhos escuros estavam fixos nela com uma intensidade desconcertante.
— Achei que você tivesse mais senso de oportunidade — ele disse, fechando a porta atrás de si.
— Se veio aqui com ideias… — Isabella se levantou, a voz firme. — Volte por onde veio. Não vai acontecer nada entre nós.
Ele a observou por um longo tempo. Não deu um passo sequer. Apenas deixou o silêncio pesar entre os dois.
— Você fala como se tivesse escolha.
— Tenho. — Ela cruzou os braços. — Meu corpo é meu.
Ele se aproximou. Lento, perigoso, como um animal que ronda a presa não com pressa, mas com certeza.
— Você está na minha casa, usa meu sobrenome… e agora, é minha mulher. — Sua voz era baixa, grave, como uma ameaça envolta em seda. — Achei que sabíamos onde essa estrada terminava.
— Então me subestime. Vai descobrir que o inferno tem uma versão feminina.
Ele sorriu de canto. Mas não foi um sorriso real. Foi um reflexo sombrio de algo mais profundo: raiva, frustração… ou desejo contido.
Alessandro avançou mais um passo. Isabella manteve o queixo erguido, embora sentisse o coração pulsar como se fosse explodir.
— Não me toque — ela avisou.
Ele ergueu uma das mãos e, ao invés de tocá-la, tirou a própria camisa devagar. Não havia pressa. Havia provocação. Ele sabia o efeito que causava. E queria que ela visse.
Isabella desviou o olhar por um segundo, odiando a si mesma por sentir o sangue ferver sob a pele.
— Você acha que pode me intimidar com músculos e um sobrenome sujo? — ela cuspiu as palavras.
— Não. — Ele se aproximou até ficar a poucos centímetros. — Mas posso te fazer tremer por motivos bem diferentes.
Antes que ela pudesse retrucar, Alessandro segurou seu queixo com firmeza e a obrigou a encará-lo.
— Você odeia a ideia de ser minha. Mas seu corpo… — ele aproximou os lábios do ouvido dela — …vai aprender a gostar. Até implorar.
Ela empurrou seu peito com as duas mãos, o coração batendo descontrolado.
— Eu nunca vou me render.
Ele não respondeu. Apenas a olhou nos olhos por longos segundos, e então se afastou… caminhou até a porta, abriu e disse:
— Você venceu, essa noite. Somente essa noite
E então, sem mais nada, saiu do quarto.
Isabella ficou sozinha, a respiração acelerada, o corpo em alerta… mas não era medo o que a queimava por dentro.
Era confusão. Ódio. Desejo. Raiva de si mesma por um lado do seu corpo ter estremecido com a presença dele.
Ela se jogou na cama, cobrindo o rosto com as mãos, murmurando para si:
— Eu não posso… não posso sentir isso por ele.
Mas no fundo, já sabia:
a guerra entre eles havia começado.
E não era só uma guerra de poder.
Era uma guerra de pele.
De vontade.
De quem cairia primeiro.
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Atualizado até capítulo 43
Comments
Celia Aparecida
muito interessante
2025-07-28
0
rosimeire silva
interessante
2025-07-15
0