Capítulo 5 – O Gosto do Proibido

Aurora acordou com o gosto dele ainda em seus lábios.

O beijo. A maneira como Noah a tocara com calma e desejo contido. A forma como seus corpos haviam se encaixado, mesmo que apenas por um instante. Era o suficiente para desestabilizar tudo o que ela havia construído dentro de si.

E ela odiava isso.

Odiava como ele entrava sob sua pele.

Odiava ainda mais o fato de que, em nenhum momento, ela quis recuar.

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No escritório, na manhã seguinte, ela chegou com os cabelos soltos e um vestido bege de linho. Elegante. Reservado. Mas com um ar mais leve, como se estivesse tentando convencer a si mesma de que nada havia mudado.

Ele já estava lá. Sempre o primeiro.

Camisa azul dobrada nos braços fortes, os olhos no computador. Quando a viu entrar, ergueu o olhar devagar. E sorriu.

Um sorriso discreto. Confiante.

Ele sabe. Ela pensou. Sabe o efeito que causou.

— Bom dia. — ele disse, sem disfarçar o tom rouco.

— Bom dia. — respondeu seca, sem olhar muito.

Mas o coração dela já estava acelerado.

Durante a reunião de equipe, ele fazia questão de elogiá-la na frente de todos. Suas análises, suas decisões rápidas, sua forma de apresentar números.

Ela não sabia se era real ou manipulação.

Quando todos saíram da sala, ela ficou para recolher seus papéis. Ele se aproximou por trás, e sua voz veio baixa, quase como uma carícia no ouvido.

— Sonhou comigo?

Ela se virou, cruzando os braços.

— Isso é assédio, sr. Bastien.

— Isso é curiosidade sincera.

— E se eu dissesse que não?

— Eu diria que está mentindo. — Ele se aproximou um pouco mais. — Porque eu sonhei com você.

Ela não respondeu.

Apenas virou-se, pegou os papéis e saiu da sala com passos firmes, sem dar a ele a vitória de ver o sorriso que quase escapou.

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Mais tarde, naquela tarde, receberam a visita de investidores estrangeiros. Noah decidiu que eles teriam que apresentar juntos o projeto final da fusão das empresas.

O detalhe?

A apresentação seria feita em um resort nos arredores de Lisboa, no fim de semana.

Dois dias isolados. Hospedados no mesmo local.

Aurora quase recusou.

Mas não podia parecer fraca ou descontrolada. E se convenceu de que poderia lidar com Noah. Como sempre lidou.

Mas lidar com desejo era outra história.

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O resort era à beira-mar, moderno e luxuoso. Cada executivo tinha seu quarto, mas Noah e Aurora estariam juntos o tempo inteiro nas reuniões, apresentações e jantares com os empresários.

No sábado à noite, depois do jantar, ela subiu para o quarto tentando evitar qualquer tipo de proximidade fora do profissional. Mas mal fechou a porta e ouviu batidas suaves.

Era ele.

Camisa escura, sem paletó, dois botões abertos no colarinho.

— Você esqueceu seu tablet na sala de reunião. — Ele disse, estendendo o objeto.

Ela pegou com cuidado, sem encostar nele.

— Obrigada.

— Posso entrar um segundo?

— Noah…

— Só conversar. Juro. — Ele ergueu as mãos. — Estou tentando me conter. Mais do que nunca.

Ela suspirou… e deixou a porta se abrir.

Ele entrou, os olhos percorrendo o ambiente. Era um quarto espaçoso, decorado com tons claros e vista para o mar. Uma garrafa de vinho branco repousava sobre a bancada, fechada.

— Quer um pouco? — Ela ofereceu, tentando não parecer afetada.

— Só se for com você.

Ela serviu duas taças e sentou-se no sofá. Ele ficou ao lado, respeitando a distância. O silêncio entre os dois era carregado. Tenso. Mas não desconfortável.

— Você é muito diferente de mim, sabia? — ele disse, encarando o líquido dourado da taça.

— Isso é bom ou ruim?

— É o que me faz perder o sono.

Ela o olhou. E ele retribuiu com um olhar direto, íntimo.

— Noah… Eu não sei lidar com você.

— Não precisa lidar. Só sentir.

— Isso é o problema. Eu não sou alguém que vive com o coração exposto. — Ela baixou o olhar. — Eu perdi muito cedo. Tive que me proteger. Aprendi a confiar só em mim.

Ele a observava com atenção. Sem interromper.

— Quando meus pais morreram, tudo virou… controle. Agenda. Mérito. Estudo. Nunca houve espaço para mais ninguém.

Ela suspirou, como se soltar aquilo a deixasse mais leve.

— E agora você vem, com esse seu jeito de destruição silenciosa. E eu sinto tudo que nunca permiti sentir antes.

Noah colocou a taça sobre a mesa, inclinou-se e pegou as mãos dela.

— Eu não quero destruir você, Aurora. Quero conhecer cada parte. Até as que você tenta esconder.

— E se eu fugir?

— Eu te sigo. Mas não vou te forçar. Nem pressionar. Só quero... uma chance.

Ela ficou em silêncio por um tempo. Então, ele se aproximou mais, e os rostos ficaram a poucos centímetros. Um momento de hesitação. Um espaço onde tudo podia acontecer — ou ser evitado.

— Posso? — ele sussurrou.

Ela respondeu apenas com um leve movimento de cabeça.

O beijo foi diferente do anterior. Mais urgente. Mais intenso. A respiração se misturou, as mãos dele agora tocavam sua cintura, subindo pelas costas nuas expostas pelo vestido.

Ela arfou quando sentiu os dedos dele deslizarem por sua pele, mas não recuou. Em vez disso, puxou-o pela nuca, aprofundando o beijo. O mundo inteiro parecia girar naquele instante.

Ele a deitou devagar no sofá, os corpos colados, mãos explorando sem pressa. Mas quando a respiração começou a ficar pesada demais e as mãos a tocar demais… ela interrompeu.

— Noah… — disse, com dificuldade. — Eu não posso… Ainda não.

Ele parou imediatamente, respirando ofegante, com a testa encostada na dela.

— Tudo bem. Eu espero. Por você… eu espero.

Ela tocou o rosto dele, surpresa com a entrega. E ele sorriu, sincero.

— Boa noite, Aurora.

— Boa noite, Noah.

Quando ele saiu do quarto, o silêncio pareceu mais barulhento que antes. Ela fechou os olhos, deitando no sofá, ainda sentindo os lábios dele nos seus.

Sim, ela estava caindo.

E não sabia se conseguiria parar.

Capítulos
1 Capítulo 1 – Olhares que Cortam
2 Capítulo 2 – Proposta Inconveniente
3 Capítulo 3 – Lisboa, ou o Começo do Incômodo
4 Capítulo 4 – Limites Tênues
5 Capítulo 5 – O Gosto do Proibido
6 Capítulo 6 – Entre Paredes de Vidro
7 Capítulo 7 – Faíscas em Terreno Inimigo
8 Capítulo 8 – Quando o Controle se Rompe
9 Capítulo 9 – O Jogo Silencioso
10 Capítulo 10 – A Cidade das Máscaras e Verdades
11 Capítulo 11 – À Beira do Abismo
12 Capítulo 12 – Sob Proteção
13 Capítulo 13 – Rastros e Sombras
14 Capítulo 14 – Entre Espiões e Promessas
15 Capítulo 15 – Retorno, Sabotagem e Desejo
16 Capítulo 16 – Marca, Promessa e Perigo
17 Capítulo 17 – A Explosão
18 Capítulo 18 – O Inimigo na Mira
19 Capítulo 19 – A Primeira Jogada
20 Capítulo 20 – O Alívio Antes da Tempestade
21 Capítulo 21 – Movimentos nas Sombras
22 Capítulo 22 – Sombras e Entregas
23 Capítulo 23– Manhã de Verdades
24 Capítulo 24 – Um Pedido Inesquecível
25 Capítulo 25 – Turbilhão de Pensamentos
26 Capítulo 26 – Distância e Desejo
27 Capítulo 27 – Desejos nas Ruas de Belo Horizonte
28 Capítulo 28– Silêncios e Cuidados
29 Capítulo 29 – A Verdade Vigiada
30 Capítulo 30 – Caçada Silenciosa
31 Capítulo 31 – Silêncio, Desejo e Justiça
32 Capítulo 32 – Interrogatório e Revelação
33 Capítulo 33 – Calmaria e Estratégia
34 Capítulo 34 – Após a calmaria
35 Capítulo 35 – Recuperação e Vingança
36 Capítulo 36 – Novos Desafios, Nova Aurora
37 Capítulo 37 – Um Novo Começo e Desejos à Flor da Pele
38 Capítulo 38 – Um Novo Começo e Desejos à Flor da Pele
Capítulos

Atualizado até capítulo 38

1
Capítulo 1 – Olhares que Cortam
2
Capítulo 2 – Proposta Inconveniente
3
Capítulo 3 – Lisboa, ou o Começo do Incômodo
4
Capítulo 4 – Limites Tênues
5
Capítulo 5 – O Gosto do Proibido
6
Capítulo 6 – Entre Paredes de Vidro
7
Capítulo 7 – Faíscas em Terreno Inimigo
8
Capítulo 8 – Quando o Controle se Rompe
9
Capítulo 9 – O Jogo Silencioso
10
Capítulo 10 – A Cidade das Máscaras e Verdades
11
Capítulo 11 – À Beira do Abismo
12
Capítulo 12 – Sob Proteção
13
Capítulo 13 – Rastros e Sombras
14
Capítulo 14 – Entre Espiões e Promessas
15
Capítulo 15 – Retorno, Sabotagem e Desejo
16
Capítulo 16 – Marca, Promessa e Perigo
17
Capítulo 17 – A Explosão
18
Capítulo 18 – O Inimigo na Mira
19
Capítulo 19 – A Primeira Jogada
20
Capítulo 20 – O Alívio Antes da Tempestade
21
Capítulo 21 – Movimentos nas Sombras
22
Capítulo 22 – Sombras e Entregas
23
Capítulo 23– Manhã de Verdades
24
Capítulo 24 – Um Pedido Inesquecível
25
Capítulo 25 – Turbilhão de Pensamentos
26
Capítulo 26 – Distância e Desejo
27
Capítulo 27 – Desejos nas Ruas de Belo Horizonte
28
Capítulo 28– Silêncios e Cuidados
29
Capítulo 29 – A Verdade Vigiada
30
Capítulo 30 – Caçada Silenciosa
31
Capítulo 31 – Silêncio, Desejo e Justiça
32
Capítulo 32 – Interrogatório e Revelação
33
Capítulo 33 – Calmaria e Estratégia
34
Capítulo 34 – Após a calmaria
35
Capítulo 35 – Recuperação e Vingança
36
Capítulo 36 – Novos Desafios, Nova Aurora
37
Capítulo 37 – Um Novo Começo e Desejos à Flor da Pele
38
Capítulo 38 – Um Novo Começo e Desejos à Flor da Pele

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