Capítulo 4

Pior que ele nem é tão velho assim.

- Bom dia, Thomas. Feliz aniversário. – Dito por meu colega de trabalho.

- Bom dia. Ei, não diga a palavra “aniversário” perto de mim.

- Qual é? Por quê todo esse ódio pelo seu próprio aniversário?

- Meus motivos são meus. Alguma dúvida?

- Quanta ignorância.

- Caro Erick, de onde tiraste tanta ingenuidade?

- Por quê a formalidade? – Questionou-me.

- Vi alguns burgueses essa manhã. São iguais ao rei de merda que temos.

- É mesmo? É. Eles tem classe.

- Sim. É evidente na maneira em que falam.

- São mesquinhos.

- Nós somos os que moram no “esgoto”, na pobreza e na sujeira, acho que os nojentos somos nós.

- Pelo menos você é bonito. É mais fácil para se casar com uma mulher rica.

- Que nada. Chega de papo, vai trabalhar vagabundo.

- Calma, estressadinho.

- Cala essa boca e vai trabalhar.

De fato, como sempre EU. Thomas isso, Thomas aquilo. Por que preciso ir aos fundos? Esse lugar é imundo, que nojo. É sério que o Bruce não sabe o motivo pelo qual eu jamais beberia isso? Tem rato aqui!

Fazer o quê? Ao menos eu recebo prata por isso, que é o mesmo que nada. Mas tudo bem, não é como se o Bruce não fosse mais que um pobre assim como eu.

Até porque meu trabalho é carregar baldes cheios de cachaça para aqueles velhos fedidos, sem caráter, sem dignidade, sem dinheiro. Só sabem reclamar da vida no meu ouvido. Por que será que não passam de fracassados? É um grande mistério.

Deveriam procurar emprego em vez de vir me perturbar. Que saudade dos meus dias de paz...Quando eu era espermatozoide.

A vida era muito mais fácil quando eu não estava vivo, por que eu decidi nascer? Com certeza a pior decisão da minha vida.

Não é como se eu tivesse pais ou família para amar. Lixos, odeio aqueles dois. Hah! Que motivo tenho para amá-los? Me jogaram direto para a morte sem pensar duas vezes.

Velhos ridículos.. Desejo todas as desgraças que o mundo tem a oferecer a eles.

Fizeram uma criança trabalhar. Pior, me fizeram acreditar que eu era amado e querido. Acreditava que tínhamos algo especial, que estaríamos sempre juntos em qualquer circunstância, que as dificuldades não importavam quando estávamos unidos. Por este motivo eu gostava de ajudar.

Mas a vida não é bonita tanto quanto parece. A raiva que flui dentro do meu peito é uma chama na qual eu jamais serei capaz de apagar.

Eu adoraria tortura-los com minhas próprias mãos, fazê-los sofrerem e gritarem de dor. Morte é bom demais para eles, é sinônimo de misericórdia, algo que a humanidade não merece.

De fato, acho melhor eu me focar em trabalhar por agora. Trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar e trabalhar. É isso que faço da vida. Óbvio que arrumo desculpas esfarrapadas para ir à floresta.

Desculpas como: “Ah, o estoque de uvas chegou ao fim! Irei até a floresta e colher uvas frescas.” Algo assim. Detalhe, eu como as uvas ou dou para o cachorro que passa aqui durante a noite. Você não pode me culpar, afinal, o que é da vida sem adrenalina? Nada. A vida sem adrenalina é sem graça, chata. Qual é a graça das regras se não posso quebrá-las?

Mais um fim de tarde comum, indo à floresta, buscando um pouco de aventura. Minha Bússola sempre me mostra o caminho, é bem mais eficaz que procurar igual um idiota. Ainda assim, essa bússola é muito estranha, ela sempre me leva para o que eu mais amo. Dinheiro. Se existisse algo melhor que ouro e jóias, eu desconheço.

Sempre guardei toda essa riqueza em um lugar secreto, uma caverna que descobri, e para a minha sorte, ninguém encontrou até hoje. E mesmo se encontrassem, achado não é roubado. Claro, eu não teria dificuldade em arrancar os membros do ladrão.

Mas o meu favorito dentre todos os tesouros que roubei até hoje, é o espelho com bordas feitas de ouro puro. O reflexo que encontra meus olhos quando olho para ele é lindo. Não tenho culpa que nasci um homem perfeito, o mais bonito da terra. Bem, isso não vem ao caso. O que importa agora é encontrar minha recompensa por ser um cara de pau.

Sim. Eu admito, minto na cara dura. Venho para este lugar todos os dias e guardo tudo que encontro para mim. O que posso fazer? É minha recompensa por ser o cara mau e egoísta. Aprendi que ninguém é confiável da pior maneira possível, isso é meu e não pretendo dividir minhas riquezas com mais ninguém. Eu gosto do Bruce, Giselle e Alice, de verdade. Mas eles não são exceção. Fui enganado por “amor” uma vez, não vou errar pela segunda vez. Perdi a única pessoa que me amou de verdade a muito tempo atrás.

[Leitor, por quê diabos está lendo o diário de memórias deste pirata? O que é mais engraçado é que eu nem sei se você está lendo isso, essas besteiras.

Juro que não achei que este monte de papel cheios de besteiras estaria de pé até sei lá quando você está lendo esta merda.

Isso é um grande desabafo. Nunca fui muito fã de escrever, mas de repente, um dia...senti que eu precisava colocar em palavras o que tenho em meu coração e eternizar as minhas memórias para que as pessoas conhecessem minha dor.

Considere cada uma das palavras que você leu até agora são gritos internos saídos diretamente do meu peito, aquele rancor que guardei em mim durante tanto tempo.

Tsk. Sem pena. Não sou um pobre coitado, sou um vilão; Certo. Deixarei você continuar este conto chamado; “minha vida”.

Nada de especial.]

É impressionante como estou andando a horas e até agora não

encontrei NADA. Meu querido tesouro, onde está você? Estou praticamente a noite inteira a procura de ouro e nada desse maldito tesouro. Por que você me odeia, universo? Eu só quero mais ouro, é pedir demais? Talvez. Não é como se a ganância fosse algo incomum.

As pessoas fazem de tudo pelo dinheiro, essa é a verdade. Desde assassinatos até coisas piores. E quer saber? Eu não sou diferente deles. No fim, todos temos corações egoístas. Assim como os ricos, a quem criticam. Eles são injustos? Os pobres são ainda mais sujos, digo isso fazendo parte disso. A diferença é que alguns disfarçam melhor.

Mas na realidade, cada um tem seus podres. Alguns fogem disso, outros escondem e até se matam em prol de seus segredos. Uma parte confessa ou se arrepende, o restante permanece nesse caminho sem olhar para trás.

É isso mesmo, egoísta com orgulho; Aprendi minha lição a muito tempo atrás. Nunca confiar em ninguém, as pessoas só usam umas as outras, e quando elas não são mais úteis, são descartadas.

Andando mais e mais. Até que me deparei com algumas preciosidades. Como um colar desse veio parar no meio da floresta? Não importa, agora é meu, problema de quem perdeu.

- Oi parceiro!

- Mas o que-?! – Quem diabos é esse cara? É algum tipo de praga tentando me matar de susto?

- Ops. Te assustei? Peço perdão.

- ... – Tsk. O que há com esse sorriso?

- Eu...você fala a minha língua? Já sei! Mim.ser.nome- - Pare! O que um idiota quer comigo a essa hora?! A pergunta que não quer calar, como não me estressar?

- Ah sim. Então você fala a minha língua. Eu me chamo Kevin.

- Não dou a mínima.

- Gostei de você.

- Eu não gostei de você. Vá embora.

- Pff. Você é engraçado.

- ... – Que irritante. – Não estou interessado em conversar com você, Não gosto de idiotas.

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