Capítulo 4 – Despedidas e Decisões
Três dias. Matteo já havia contado cada hora em que Bela não apareceu no canteiro de obras. Três longos dias sem o aroma doce dos brigadeiros, sem o som da voz suave dela, sem aquele olhar que o deixava desconcertado. Ela havia sumido, e com ela, o brilho repentino que surgira em sua rotina fria e calculada.
E por mais que tentasse fingir que não se importava, ele sabia que havia errado. E feio.
Na manhã do quarto dia, chamou Luca com urgência.
— Descubra onde mora a moça que vendia doces aqui. A morena, de um metro e sessenta. Ela se chama Bela. E quero o endereço hoje. — ordenou, o tom firme.
Horas depois, Matteo estacionava diante de uma casa simples com um pequeno portão azul. A simplicidade do lugar contrastava com a imponência de seu carro, mas ele não hesitou. Tocou a campainha, o coração batendo pesado no peito.
Bela abriu a porta. O olhar de surpresa logo se transformou em desconfiança.
— O que está fazendo aqui, Matteo?
— Precisamos conversar.
— Conversar? — ela cruzou os braços. — Veio terminar de me humilhar?
— Não. Eu vim... pedir desculpas. Por não ter feito nada quando aquela mulher — minha prima — te tratou como se fosse inferior.
— Prima? — Bela estreitou os olhos. — Aquela mulher é sua prima?
Matteo assentiu.
— Giulia. Ela veio da Itália sem me avisar. Tivemos… uma história de conveniência, apenas. Nada além disso.
— Conveniência? Isso inclui dormir juntos? — Bela disparou, a voz firme.
Matteo ficou em silêncio por um segundo.
— Sim. Mas isso acabou. — afirmou. — Eu não quero mais aquilo. Não depois de você.
Bela deu um passo atrás, o olhar ferido.
— Matteo, eu não sou uma distração. E não sou o tipo de mulher que divide homem com outra. Você ainda tem um vínculo com ela. Não adianta vir até aqui se não está disposto a cortar com o passado.
— Eu estou. — ele disse, decidido. — Me dê só um dia.
Ela não respondeu. Apenas fechou a porta devagar. A mensagem estava clara: para merecer uma chance, ele teria que provar com ações.
---
Naquela tarde, Matteo entrou em seu apartamento e encontrou Giulia se servindo de vinho como se fosse dona do lugar.
— Já tá se sentindo em casa? — ele perguntou seco.
— Sempre me senti. — ela sorriu. — Você me deixou aqui. Achei que ainda queria minha companhia.
— Isso acabou. — Matteo disse firme. — Arrume suas coisas. Você volta pra Itália amanhã.
— Você está me mandando embora por causa daquela vendedora de brigadeiro? — ela riu, debochada.
— Estou te mandando embora porque você ultrapassou os limites. O que fez com a Bela foi imperdoável. Você a humilhou. E eu permiti. Mas não mais.
Giulia estreitou os olhos.
— Vai trocar o ouro pela lama, Matteo?
— Às vezes, é da terra que nasce o que há de mais precioso. — ele respondeu, virando as costas.
---
Enquanto isso, em um hotel de luxo à beira-mar, Veruska Delacroix falava ao telefone com um detetive particular. Os saltos batiam no chão de mármore como um metrônomo da vingança.
— Conseguiu alguma coisa? — perguntou impaciente.
— O nome dela é Bela Vasconcelos. Mora com a mãe, numa casa simples em Salvador. Vendia doces artesanais para ajudar nas contas. Tímida, de comportamento discreto. Até agora, nada na imprensa. Está completamente fora dos holofotes.
— Ótimo. Continue investigando. Quero tudo: passado, rotina, com quem fala, onde trabalha. Tudo. — Veruska ordenou.
— Tem certeza que quer envolver ela, senhora Delacroix?
— Tenho. Essa garota é uma ameaça. Matteo só pensa nela desde que chegou ao Brasil. E eu... não admito ser trocada por ninguém. Muito menos por uma doceira.
Ela desligou, o olhar fixo na janela escura, os dedos batendo ritmadamente na taça de vinho.
— Quer brincar de amor, Matteo? Então vamos ver quanto custa esse joguinho quando a pureza dela for colocada em dúvida...
---
Na manhã seguinte, Bela abriu a porta e se deparou com Matteo outra vez. Desta vez, ele não tinha pressa, nem arrogância. Estava com o semblante sereno, mas decidido.
— Giulia está de volta na Itália. — ele disse. — Terminei tudo. Disse a ela que não faz mais parte da minha vida. Porque... eu quero começar algo novo. Algo verdadeiro.
Bela ficou em silêncio por alguns segundos, absorvendo aquelas palavras. Queria confiar, mas ainda sentia o gosto amargo da humilhação.
— Ainda não sei se posso acreditar, Matteo. — confessou.
— Não precisa acreditar agora. Só me deixe tentar. — ele estendeu a mão. — Me deixa reconquistar sua confiança. Dia após dia.
Bela olhou a mão dele. Depois seus olhos. E então, finalmente, sorriu de leve.
— Um passo por vez, Matteo.
E ele soube que, naquele momento, dera o primeiro passo certo em direção a ela.
---
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 28
Comments
Maria Zelia
e essa ex noiva que o que a final? vai orejudica a Bela parque?
2025-06-20
2
Luzia Ribeiro
estranho essas vadias ele e Bela não tem nada nem se conhece direito porque elas atacam a moça????????????
2025-06-20
1
Mara Guillon
como a ex já sabe de bela,não entendi pq não passou o tempo assim p isso
2025-07-09
0