A noite chegou com o peso de algo inevitável. Henrique não conseguia pensar em outra coisa desde que Aline, mais cedo, havia dito com a voz calma e firme:
— Hoje eu vou até o fim. E quero que você esteja lá. Quero que veja.
Foram as palavras mais doces e cruéis que já ouviu.
Ele se preparou em silêncio. Não como quem se arruma para sair, mas como quem se prepara para um ritual. Vestiu-se com sobriedade, mas por dentro o peito batia como um tambor em guerra. O medo e a excitação dançavam juntos, cada vez mais misturados, indistinguíveis.
O flat onde o jogo aconteceria era intimista. Velas acesas. Um tapete felpudo diante da cama. Uma cadeira colocada propositalmente diante da cena — como um trono de quem vê, mas não toca. Como um altar de desejo.
Henrique sentou-se ali. Sozinho. O coração na garganta.
A porta do quarto se abriu. E Aline entrou.
Ela estava divina.
Vestia um body de renda preto, translúcido em alguns pontos, cravejado de pequenos detalhes dourados. Um robe curto, de cetim vinho, pendia dos ombros. Os saltos altos faziam suas pernas parecerem ainda mais longas. Os cabelos soltos caíam como um véu. Nos olhos, o delineado puxado. Nos lábios, um vermelho escuro que gritava perigo.
Mas foi o olhar dela que desarmou Henrique. Um olhar carregado de sensualidade, mas também de decisão.
E então o homem apareceu. O mesmo de antes. Sem palavras, ele se aproximou. Não pediu. Apenas tocou.
As mãos dele encontraram a cintura de Aline, explorando-a como se fosse sua desde sempre. E ela... permitiu. Não apenas permitiu — ela se moldou ao toque. Como se o tivesse esperado a vida toda.
Henrique sentiu o ar rarefeito. O corpo reagia. Já estava ereto, mesmo sem ser tocado. Aquela cena era mais real do que qualquer fantasia.
Aline foi lentamente despida. O robe caiu. Depois o body. Cada parte de sua pele exposta era uma oferenda silenciosa. Quando os seios ficaram à mostra, o homem os tocou com a boca. Lambeu cada um com prazer, sugando devagar, e ela arqueou o corpo, gemendo com a boca entreaberta. Henrique quase gemeu junto, sentindo-se parte e ao mesmo tempo excluído daquele momento.
O homem ajoelhou-se. Passou as mãos pelas coxas dela, até encontrar sua intimidade. Henrique viu quando ela abriu espaço com as pernas, oferecendo-se. Os gemidos ficaram mais altos. As mãos seguravam os cabelos do outro com força. Ela estava molhada, entregue.
Henrique respirava fundo. As mãos dele apertavam os braços da cadeira. A ereção doía. Estava perdendo o controle.
O homem se levantou. Tirou a camisa, depois a calça. Estava pronto. E Aline, deitada sobre a cama, o esperava com as pernas abertas, um convite silencioso e selvagem.
Quando ele a penetrou, o tempo parou.
Aline mordeu os lábios, jogou a cabeça para trás, gemeu o nome de ninguém. Apenas gemeu. O som mais cru e erótico que Henrique já ouvira. Os quadris se moviam. As mãos arranhavam as costas do outro. O corpo todo em êxtase.
Henrique não resistiu. Tocava-se por cima da calça, tenso, sem conseguir tirar os olhos da cena. Aquilo era dele e não era. Era sua esposa… sendo de outro.
O ritmo aumentava. Aline pedia mais. Pedia sem pudor. Sem freios.
— Assim… mais fundo… me faz gozar...
E ele obedecia.
Henrique quase gozou ali mesmo, apenas de ver. Mas conteve. Queria guardar aquilo. Queria sentir até o fim.
Quando ela chegou ao orgasmo, o quarto todo pareceu estremecer. O corpo dela se arqueou, os olhos se fecharam, a boca se abriu num grito contido. Era um gozo real, avassalador.
Depois dele, ela ainda se virou de bruços, empinou o quadril, e o outro a tomou por trás. Os gemidos voltaram, mais graves. Henrique estava em transe. A mente embaralhada. O prazer e a dor se fundindo de forma irreversível.
Quando o homem terminou, deitou-se ao lado dela por alguns minutos, depois levantou, vestiu-se em silêncio e saiu, sem drama. Como um ato encerrado. Como quem sabia que seu papel era passageiro — mas inesquecível.
Aline ficou ali, nua, ofegante, com os cabelos grudados no rosto. Depois de um tempo, levantou-se e caminhou até Henrique.
Ela se ajoelhou diante dele, o rosto sereno, o corpo ainda suado e vibrante.
— Você viu. Tudo. E ainda está aqui.
Henrique olhou para ela. Os olhos vermelhos, não de raiva. De intensidade.
— Eu te amo… e não sei mais o que isso significa.
Ela sorriu, subiu no colo dele, abriu o zíper da calça e o envolveu com o corpo ainda quente, úmido, marcado por outro.
Ali, eles se amaram com fúria. Não como reconciliação. Mas como renascimento.
Porque a partir daquela noite, nada mais seria como antes.
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Atualizado até capítulo 33
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