A Distância Também Queima
Acordo mais tarde do que o habitual. A noite anterior ainda martela minha mente como um filme que não quero parar de assistir. O beijo. A voz dele. O jeito como me olhou... como se eu fosse o centro do universo por alguns instantes.
Olho pro celular assim que acordo. Uma notificação no WhatsApp me arranca um sorriso involuntário.
Bruno 🩺:
Bom dia, mulher que não saiu da minha cabeça nem por um segundo.
Sonhei contigo. Pena que foi sonho.
Mas ainda acordo com gosto do seu beijo na boca.
E a saudade... no corpo inteiro.
Encosto o celular no peito e suspiro, mordendo o lábio. Que homem! Respondo com provocação, só pra manter o fogo aceso.
Eu:
Bom dia, doutor tentação.
Se eu te disser que dormi abraçada no travesseiro imaginando que era você, cê acredita?
Meu corpo ainda tá quente do seu beijo.
A mensagem mal chega e ele já visualiza. Digitando...
Bruno 🩺:
Se a gente tivesse dormido junto, não ia sobrar travesseiro inteiro nessa cama.
Só gemido preso na garganta e marca roxa na cintura.
O calor sobe entre minhas pernas e nem são nove da manhã ainda. Me levanto com as mensagens ainda na cabeça, e ao me olhar no espelho, noto meu próprio sorriso sacana.
CENA NO CONSULTÓRIO]
Vou levar os doces para o pessoal do consultório, como de costume. Ao chegar, vejo ele sair da sala, sério, enquanto as enfermeiras fazem comentários cheios de graça:
Enfermeira 1: Tudo que eu precisava era de uma noite pegando fogo com esse homem.
Enfermeira 2: Pedaço de mau caminho... pena que é gay.
Recepcionista: Gay? Como tu sabe?
Enfermeira 1: Ele não dá moral pra ninguém. E olha que já passou cada mulher bonita aqui. Sai todo mundo com cara de “fora”...
Quase deixo escapar uma gargalhada. Mal elas sabem...
Nesse momento, recebo uma mensagem:
Bruno: Vem aqui na sala, amor.
Eu: Não sei se vão deixar eu entrar.
Bruno: Tô indo aí.
Eu: Ok.
Ele surge com aquele olhar sério e voz formal:
Bruno: Sophia, faz a gentileza de entrar aqui, por favor. Seu exame saiu.
Entro e ele fecha a porta... me beija com uma fome absurda.
— Menino! Para com isso, alguém pode ver!
Ele ri baixinho, colando o rosto no meu pescoço:
— Achei que hoje você nem viria.
— Eu pensei que você não estivesse atendendo hoje.
— Nem uma mensagenzinha? Já vi que vou ter que pedir doces todo dia só pra te ver.
Rimos juntos.
— Semana que vem vou precisar viajar. Atendimentos em outra cidade. Então você não vai me ver por aqui.
— Poxa...
— Vamos sair hoje?
— Hoje não dá, tô cheia de pedidos. Só parei pra entregar aqui pras meninas.
— Hum, entendi. Você ainda tem... beijinho?
Me distraio. Ele aproveita e me puxa, me fazendo dar um gritinho de susto.
— Bruno!
— O beijinho que eu quero... é esse aqui.
E devora minha boca. Me puxa pela cintura com força, os beijos ficando mais intensos, famintos. Ele me aperta contra ele e eu mal consigo respirar. Paramos ofegantes. Ele me dá um selinho.
— Preciso ir... se não o pessoal vai achar estranho.
— Normal. Minhas consultas são demoradas mesmo.
— Ah, então quando você demora é porque tá... beijando suas pacientes?
Ele gargalha.
— Não, meu amor. Eu gosto de ir fundo nas informações. Entender tudo antes de dar um diagnóstico. Sou dedicado.
— Quando volta?
— Em breve. E assim que eu chegar, você é a primeira a saber.
— E o resultado?
— Você tá limpa, amor. Vem cá...
Ele me puxa de novo e sussurra no meu ouvido:
— Vou sentir saudade de você todos os dias.
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Atualizado até capítulo 107
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