Capítulo 3 – A Tentação Tem Nome

Damon Lancaster

O motorista parou em frente à fachada iluminada com néon vermelho. “Red Temptation”. Nome ousado para um lugar que já cheirava a escândalo só de longe. Perfeito.

Desci do carro sem pressa. Estava vestindo um terno preto impecável, sem gravata, camisa meio aberta e meu relógio de duzentos mil dólares, não por vaidade, mas porque era sempre divertido observar a forma como o mundo reagia à presença de um Lancaster. Especialmente quando eu me fazia presente onde “não deveria estar”.

A fila na porta estava enorme, mas bastou o segurança me reconhecer para que abrisse caminho. Dinheiro é a senha universal.

Lá dentro, o clima era quente, úmido, cheio de luzes suaves e música baixa o suficiente para excitar os ouvidos sem afastar os pensamentos. O teto espelhado refletia sombras em movimento. Homens de terno afrouxavam colarinhos. Mulheres sussurravam segredos com batons borrados. Era um templo de luxúria disfarçado de diversão.

Sentei-me no camarote reservado, de onde eu via o palco principal com perfeição. Pedi um whisky sem gelo. Costumo beber puro. Gosto de sentir o amargor.

Três dançarinas passaram antes que algo dentro de mim reagisse. Eram belas, claro. Mas previsíveis. Corpos bonitos, movimentos treinados. Sem alma.

Foi quando as luzes mudaram. O vermelho ficou mais intenso. A música desacelerou.

E então… ela.

Primeiro veio a sombra dela. Depois, a silhueta. E então os olhos.

Não havia sorrisos forçados. Não havia promessas no corpo dela. Havia desafio. Postura. Uma energia crua que atravessava a distância entre nós como um soco no estômago. Ela caminhava como se estivesse no controle da sala inteira. E estava. Cada homem ali parou. Cada mulher a odiou.

E eu?

Eu só pensei uma coisa: fudeü.

Ela usava um conjunto preto com detalhes em renda vermelha. As pernas longas, o quadril cheio, os seios firmes, a pele com um brilho suave. Mas era no olhar que morava o perigo. Um verde profundo, arrogante, como se dissesse: olhe o quanto quiser, você nunca vai tocar.

Ela subiu no pole, mas não precisou girar. Bastou inclinar o quadril para que o inferno se acendesse.

A dança dela não era vulgar. Era arte. O tipo de arte que te excita e te humilha por desejar.

A boca carnuda, levemente entreaberta, parecia feita sob medida para provocar… e destruir.

Eu não pisquei.

Tomei o whisky como se fosse água e, pela primeira vez em muito tempo, senti minha própria respiração acelerar. Aquilo não acontecia. Eu não me excitava por pouco. E ali, eu não estava só excitado.

Eu estava intrigado.

Ela se movia como quem conhecia o ritmo dos próprios demônios. Como quem dançava não para agradar, mas para dominar.

A trilha sonora parecia feita sob medida para ela: sensual, lenta, com batidas que marcavam cada curva com sedução evidente.

Um homem ao lado soltou um gemido baixo. Eu o fuzilei com os olhos.

Ninguém tinha o direito de desejá-la. Nem mesmo eu. Mas já era tarde.

Quando a música terminou, ela jogou o cabelo para trás e caminhou até os bastidores com o queixo erguido. Como se tivesse acabado de vencer uma guerra sem sujar os saltos.

Foi ali que minha mente sussurrou, num tom grave, rouco, cheio de condenação e desejo:

— “Não é uma mulher… é uma maldição embalada em curvas. Minha própria Vênus. Saindo do inferno e pronta pra me arrastar com ela.”

— Minha Vênus. — sussurrei inconscientemente.

O segurança ao lado me lançou um olhar confuso.

— Senhor?

— Quero falar com ela. Agora. No camarim VIP.

Ele assentiu e saiu. Eu recostei no sofá, mas minha mente já não estava ali.

Ela era diferente de tudo que eu já tinha visto. E eu já tinha visto o mundo inteiro.

Ela não parecia disposta a se vender. Não fazia charme barato. Não sorria para agradar. E isso me enfurecia. Me excitava. Me desafiava.

Eu não sabia o nome dela. Mas já havia dado um…

Vênus.

Porque ela não era apenas linda. Ela era perigosa. Uma deusa caída. Uma explosão de desejo e orgulho. A personificação do que meus pais odiariam, e o que eu sempre procurei sem admitir.

Peguei meu celular e digitei uma mensagem para Lana:

— “Encontrei a arma perfeita. Prepare-se para o caos.”

E então me levantei. Porque a tentação tinha nome. E eu estava prestes a conhecê-la de verdade.

Ela demorou menos de três minutos para entrar no camarim VIP, mas parecia uma eternidade. Cada segundo me deixava mais impaciente. Mais faminto.

Quando a porta se abriu, a luz do corredor recortou sua silhueta como uma cena de filme proibido. Ela entrou devagar, os saltos ressoando no piso de madeira como uma ameaça doce.

— Me chamou? — disse, com a voz mais sexy e desafiadora que já ouvi.

Vênus.

O nome ecoou na minha mente de novo. Ela não fazia esforço para ser sensual, era simplesmente. Natural. Pura. Perigosa. Mas havia algo mais naquela postura: ela não estava impressionada.

Ela me olhou como se eu fosse só mais um homem com dinheiro e tédio. E, talvez, eu fosse. Até ela.

— Você dança bem. — comentei, reclinando no sofá, com um leve sorriso no canto da boca.

Ela arqueou uma sobrancelha.

— Você assiste bem. Quer que eu bata palmas, boneco de terno caro?

Eu ri. Alto. Genuinamente.

— Sabe que poderia ser mais... gentil?

— Gentileza não faz parte do show. Nem da minha vida.

Ela cruzou os braços, os olhos verdes queimando direto nos meus olhos acinzentados.

— Então? Vai dizer por que mandou me chamar ou vai ficar aí, me analisando como um quadro?

— Um quadro, não. Você é mais como uma arma. Fria, bonita, letal.

Ela soltou um riso debochado.

— E você parece o tipo de homem que acha que pode comprar qualquer coisa com um olhar arrogante e um cartão black.

— E estou errado?

— Completamente.

Eu a encarei, avaliando cada centímetro daquele corpo que fazia homens babarem, e daquela mente que, claramente, sabia que valia mais que qualquer oferta.

— Sou Damon Lancaster. Eu tenho uma proposta. — comecei.

— Eu não ligo para quem você é.Todo homem aqui tem uma proposta. Quer que eu adivinhe? Exclusividade? Uma dança só sua? Um jantar secreto? Já ouvi tudo isso.

— A diferença é que o meu contrato não tem espaço para rejeição.

Ela caminhou lentamente até a mesa, pegou meu copo de whisky sem pedir permissão e virou num único gole.

— Sua autoconfiança é doentia. Mas… curioso. Fala logo.

Cruzei as pernas, puxei uma pasta fina da lateral do sofá e deslizei sobre a mesa. Ela não abriu. Só passou os dedos sobre o couro escuro.

— Um contrato de exclusividade. Três meses. Você será minha acompanhante em eventos, festas, reuniões de família. Vai me chamar de “amor” na frente da sociedade e usar tudo o que você tem para me ajudar a irritar meus pais. Em troca, vai receber uma quantia generosa. Com bônus extras se me fizer sorrir em público.

— Então você quer uma atriz. Uma boneca viva com curvas que cause escândalo entre os ricaços.

— Quero você.

O silêncio que se seguiu foi mortal. E depois, ela riu. Não com timidez. Com deboche.

— Sabe o que é mais engraçado nisso tudo? Você realmente acredita que pode me ter. Só porque está acostumado a ter tudo.

— Eu nunca erro na minha leitura.

— Então prepare-se para errar feio.

Ela se aproximou, os olhos firmes nos meus. Se inclinou até seu rosto ficar a centímetros do meu. O perfume dela era um pecado envolto em baunilha e provocação.

— Não estou à venda, senhor Lancaster.

— Todo mundo está. Só não descobriram o preço.

— Você me subestima.

— E você me instiga.

Ela se afastou, pegou o contrato e jogou de volta sobre a mesa com desprezo.

— Boa noite, Vênus. — provoquei, quando ela já estava quase saindo.

Ela parou. Virou-se devagar.

— Não me chame assim.

— Já te batizei. Tarde demais.

— Você é um bilionário mimado que pensa que o mundo gira ao seu redor.

— E você é uma stripper com fogo demais no olhar pra não incendiar alguma coisa em mim.

Ela me lançou um último olhar, o tipo de olhar que poderia matar um homem fraco.

— Cuidado com o fogo, Lancaster. Você pode acabar queimado.

E saiu.

Fiquei ali, sozinho, olhando a porta fechar. A pasta ainda estava sobre a mesa. Intocada.

Mas algo dentro de mim dizia que aquela mulher voltaria. Talvez não pelo dinheiro. Talvez não pelo contrato. Mas porque, no fundo… ela também sentiu.

— Ela vai ser minha. Nem que eu tenha que comprar a alma dela.

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Comments

Josigg Gomes Galdino

Josigg Gomes Galdino

Não vai demorar muito para Damon enlouquecer por ela, já está com ciúmes, vai ficar obcecado por ela, e vai desejar beijá-la

2025-06-25

2

Maria Sena

Maria Sena

UAU!!! Se esse capítulo foi só o aperitivo, imagina o banquete milionário. AMEI 😍❤️💘 Autora do céu, quem apostou que a Vênus cairia aos pés do senhor gelo, se enganou redondamente. E venha os próximos capítulos incendiante. UHUUUUUU!!! ADOOOORO!!!

2025-06-30

2

Josigg Gomes Galdino

Josigg Gomes Galdino

Minha vênus, Damon já a considera sua , já está obcecado por ela e vai ser possessivo

2025-06-25

2

Ver todos
Capítulos
1 Avisos & Personagens
2 Capítulo 1 – O Herdeiro Indomável
3 Capítulo 2 – Rainha Sem Coroa
4 Capítulo 3 – A Tentação Tem Nome
5 Capítulo 4 – Fogo que Arde Sem Avisar
6 Capítulo 5 – Proposta Indecente? Só Se Ela Tiver Salto Alto
7 Capítulo 6 – Striptease de Emoções
8 Capítulo 7 – Jogo Sujo, Regras Novas
9 Capítulo 8 – Vestida Para a Guerra
10 Capítulo 9 – O Inferno Tem Nome
11 Capítulo 10 – Beijos Tóxicos e Sorrisos Caros
12 Capítulo 11 – Regras, Vícios e Beijos Não Dados
13 Capítulo 12 – Vermelho é a Cor da Guerra
14 Capítulo 13 – Desejo é a Arma, Controle é o Jogo
15 Capítulo 14 – Cama de Gelo, Toque de Fogo
16 Capítulo 15 – O Teatro da Guerra
17 Capítulo 16 — Onde o Fogo Começa
18 Capítulo 17 – Presença Obrigatória
19 Capítulo 18 – Sob a Pele do Orgulho
20 Capítulo 19 – O Preço do Prazer
21 Capítulo 20 – Ardência e Avisos
22 Capítulo 21 – Recusa e Rastro de Perfume
23 Capítulo 22 – Nevasca, Velas e Desejos
24 Capítulo 23 – O Gosto do Inverno em Mim
25 Capítulo 24 - O Problema É Eu
26 Capítulo 25 – O Retorno ao Caos
27 Capítulo 26 – A Nova Proposta
28 Capítulo 27 – Luxúria em Paris
29 Capítulo 28 – O Ataque de Ciúmes
30 Capítulo 29 – O Passado Vem Cobrar
31 Capítulo 30 – Justiça à Moda Lancaster
32 Capítulo 31 – Um Sim Entre Cicatrizes
33 Capítulo 32 – As Dores do Amor e o Preço da Escolha
34 Capítulo 33 – Uma Família, Dois Mundos
35 Capítulo 34 – Noivado em Alto Estilo
36 Capítulo 35 – A Manhã no Escuro
37 Capítulo 36 – Incontrolável
38 Capítulo 37 – A Festa dos Herdeiros
39 Capítulo 38 – Inferno Disfarçado de Elegância
40 Capítulo 39 – Vênus e o Senhor Ego
41 Capítulo 40 – O Último Ato do Amor
42 Leiam, por favor.
Capítulos

Atualizado até capítulo 42

1
Avisos & Personagens
2
Capítulo 1 – O Herdeiro Indomável
3
Capítulo 2 – Rainha Sem Coroa
4
Capítulo 3 – A Tentação Tem Nome
5
Capítulo 4 – Fogo que Arde Sem Avisar
6
Capítulo 5 – Proposta Indecente? Só Se Ela Tiver Salto Alto
7
Capítulo 6 – Striptease de Emoções
8
Capítulo 7 – Jogo Sujo, Regras Novas
9
Capítulo 8 – Vestida Para a Guerra
10
Capítulo 9 – O Inferno Tem Nome
11
Capítulo 10 – Beijos Tóxicos e Sorrisos Caros
12
Capítulo 11 – Regras, Vícios e Beijos Não Dados
13
Capítulo 12 – Vermelho é a Cor da Guerra
14
Capítulo 13 – Desejo é a Arma, Controle é o Jogo
15
Capítulo 14 – Cama de Gelo, Toque de Fogo
16
Capítulo 15 – O Teatro da Guerra
17
Capítulo 16 — Onde o Fogo Começa
18
Capítulo 17 – Presença Obrigatória
19
Capítulo 18 – Sob a Pele do Orgulho
20
Capítulo 19 – O Preço do Prazer
21
Capítulo 20 – Ardência e Avisos
22
Capítulo 21 – Recusa e Rastro de Perfume
23
Capítulo 22 – Nevasca, Velas e Desejos
24
Capítulo 23 – O Gosto do Inverno em Mim
25
Capítulo 24 - O Problema É Eu
26
Capítulo 25 – O Retorno ao Caos
27
Capítulo 26 – A Nova Proposta
28
Capítulo 27 – Luxúria em Paris
29
Capítulo 28 – O Ataque de Ciúmes
30
Capítulo 29 – O Passado Vem Cobrar
31
Capítulo 30 – Justiça à Moda Lancaster
32
Capítulo 31 – Um Sim Entre Cicatrizes
33
Capítulo 32 – As Dores do Amor e o Preço da Escolha
34
Capítulo 33 – Uma Família, Dois Mundos
35
Capítulo 34 – Noivado em Alto Estilo
36
Capítulo 35 – A Manhã no Escuro
37
Capítulo 36 – Incontrolável
38
Capítulo 37 – A Festa dos Herdeiros
39
Capítulo 38 – Inferno Disfarçado de Elegância
40
Capítulo 39 – Vênus e o Senhor Ego
41
Capítulo 40 – O Último Ato do Amor
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