Clarisa segurava o pequeno cartão dourado entre os dedos enquanto voltava para casa naquela noite. A luz da lua refletia em seu brilho, como se o destino estivesse sorrindo para ela. O coração acelerado, pensamentos embaralhados entre nervosismo, empolgação e curiosidade.
Ao chegar, encontrou Mano Mikey deitado na rede com uma fatia de melancia.
Ué, por que essa cara de quem ganhou uma surpresa gigante? provocou ele.
Clarisa se sentou ao lado dele, segurando o cartão como se fosse um tesouro.
Mano fui convidada para um jantar. Por um dos clientes de hoje à tarde.
Mano ergueu a sobrancelha.
Cliente? Qual deles?
Ela mordeu o lábio.
Aquele loiro de olhos verdes o que eu acabei molhando com café sem querer.
Os olhos de Mano se arregalaram.
Aquele elegante? Aquele que parecia um príncipe?
Clarisa assentiu devagar.
Ele é mesmo príncipe, Mano. Matsuno Chifuyu. E ele me deu isso.
Mano pegou o cartão e assobiou baixo.
Clarisa isso é sério. Tem certeza que quer ir?
Ela olhou para as estrelas no céu.
Não sei por que, mas sinto que devo ir.
Na manhã seguinte, Clarisa acordou mais cedo, mas com mãos trêmulas. Abriu sua antiga caixa de bonecas e escolheu um vestido de algodão branco com pequenas flores. Simples, mas era o melhor que tinha.
Preciso parecer apropriada.
Ela prendeu os cabelos num coque baixo, deixou duas mechas soltas e colocou um colar com pingente de flor que era da mãe. Finalizou com um perfume floral suave.
Antes de sair, Mano a chamou.
Leva isso disse, entregando um lenço cor de rosa suave. É da nossa mãe. Dizem que traz bênçãos.
Clarisa sorriu e guardou o lenço com carinho, levando um pedacinho de casa consigo.
Quando chegou à hospedaria real, o céu se tingia de laranja e a brisa trazia o aroma de flores elegantes. O coração dela palpitava com cada passo.
Na entrada, dois guardas de manto longo a observaram em silêncio.
Você é quem? perguntou um, desconfiado.
Clarisa engoliu a seco, mostrou o cartão e murmurou:
Meu nome é Clarisa. Fui convidada.
Eles abriram passagem, conduzindo-a por um jardim iluminado por lanternas e coberto de pétalas, até o salão.
O salão estava impregnado de atmosfera romântica: mesas com velas, cortinas de seda esvoaçantes e música suave preenchendo o ar. Criados em trajes reais serviam os convidados com elegância.
No centro, Chifuyu o Príncipe Gato vestia um terno branco com detalhes dourados, e o cabelo loiro impecável. Ao ver Clarisa, seus olhos verdes mostraram surpresa, seguidos de um sorriso discreto.
Você veio.
Ela sorriu timidamente, curvou-se levemente e respondeu em voz baixa:
Fico tão feliz por ter sido lembrada. Muito obrigada.
Ele estendeu a mão:
Então me permita mostrar como funciona a verdadeira hospitalidade da realeza.
Sua mão era fria, mas incrivelmente suave. Ao encontrarem-se no centro da sala, Clarisa sentiu um pequeno tremor entre seus dedos.
O jantar começou com entrada perfumada e refinada. Embora alguns olhares curiosos se voltassem para ela, Chifuyu parecia alheio. Ele chegou a puxar a cadeira para convidá-la a sentar e puxou conversa sobre sua vida simples na vila, o trabalho na Starbucks e seu amor por cafés.
Clarisa relaxou aos poucos. O sorriso gentil de Chifuyu a fazia sentir-se acolhida num lugar desconhecido.
No entanto, no balcão superior, alguém observava: um homem de cabelos negros e olhar intenso.
“É ela a ratinha do campo que conquistou a atenção de Chifuyu.”
Kazutora e Baji, sentados próximo ao príncipe, trocaram olhares.
Viu o que eu vi? sussurrou Kazutora.
Ela é diferente. Tem algo único nela respondeu Baji.
Ou alguém quer que ela seja diferente comentou Kazutora em tom baixo, franzindo o cenho.
Após a sobremesa, a música mudou para uma valsa clássica. Vários convidados se levantaram para dançar. Chifuyu, então, estendeu a mão para Clarisa:
Quer dançar comigo, Clarisa?
Ela hesitou. Jamais dançara com um príncipe, mas ao olhar nos olhos verdes dele e sentir sua mão suave, não resistiu:
Eu aceito.
No centro, ela se sentia tonta, mas ele a guiava com calma. A perfume de flores no ar, a luz das velas, sua segurançhanana mão era como flutuar.
Você aprende rápido elogiou Chifuyu.
Deve ser culpa do professor sussurrou ela, com rosto corado.
Risos suaves ressoaram entre o som da valsa.
No silêncio ao redor deles, Clarisa ouviu o príncipe murmurar próximo ao seu ouvido:
Sua presença esta noite é importante não só para mim, mas para algo maior.
Antes que ela pudesse responder, uma voz ecoou do alto:
Chifuyu!
Todos direcionaram o olhar ao balcão. Um homem de terno preto encarava o príncipe com severidade:
Em que cabeça você teve ao trazer uma "rata do campo" para um evento real?!
Chifuyu ergueu-se protetor, recuando Clarisa:
Ela é minha convidada. Ninguém a toca sem minha permissão.
Silêncio absoluto. A atmosfera agora estava tensa e, acima de tudo, real.
De repente, as lanternas balançaram com uma rajada de vento que entrou pelas janelas. Um som de seda rasgando ecoou. Dos fundos do salão, uma figura surgia: um homem com máscara prateada e capa longa, avançando lentamente, porém perigoso.
Clarisa venha comigo. Você não pertence a este lugar.
Ela paralisou. A voz era familiar. Chifuyu investiu-se:
Quem é você?
O homem permaneceu calado, mas os criados recuaram de imediato. Kazutora e Baji se ergueram em alerta.
Príncipe, é um membro da Clã das Sombras do Leste informou Baji.
Eles estão em movimento de novo complementou Kazutora.
Chifuyu retirou a espada da cintura. O salão mergulhou em tensão, e os nobres recuaram.
Se tocar nela você enfrentará o sangue real de Shibuya.
Antes que a batalha começasse, Clarisa avançou, trêmula:
Esperem! Eu eu reconheço essa voz!
Todos se calaram. Ela ergueu o queixo e encarou o homem mascarado:
Você é aquele que me salvou quando eu quase me afoguei no rio, lembra?
O homem hesitou e, lentamente, retirou a máscara, revelando um rosto jovem, porém com olhos vermelhos.
Clarisa finalmente se lembrou. Mas ainda não sabem quem você realmente é. E eu não permitirei que te usem.
O príncipe a fitou pedindo explicação:
Do que ela está falando? Quem é você de verdade, Clarisa?
Ela silenciou, mas um passado enterrado começou a ressurgir em sua mente.
Naquela noite, não foi só um jantar real. Foi o início de uma jornada que ligaria o destino da ratinha do campo aos reinos dos animais.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 40
Comments
Otavio Pónzi
Muito chique kkk 😹
2025-06-14
1