Luara
O salão principal estava impecável.
As luzes cuidadosamente posicionadas, o som calibrado, a internet rodando perfeitamente… tudo sob o meu comando. Ser escolhida para representar meu setor era uma honra, mas também uma responsabilidade daquelas. E eu não queria errar.
Não depois de tudo o que enfrentei.
Não depois de ter recomeçado do zero.
Enquanto caminhava com meu tablet checando os últimos detalhes, vi o alvoroço na entrada do evento. Olhares se viraram, cochichos começaram e até alguns sorrisos forçados surgiram nos rostos mais engomadinhos da diretoria.
Ele havia chegado.
Oliver Armand.
O homem entrou como se o mundo estivesse esperando por ele. Alto, olhar penetrante, expressão séria. Vestia um terno escuro perfeitamente alinhado ao corpo e caminhava com um ar de quem não pedia permissão para nada. Ao lado dele, uma mulher lindíssima — provavelmente modelo — e um outro homem com cara de quem lia intenções antes das palavras.
Fiquei parada, observando à distância. O tipo de homem que está acostumado a mandar em tudo. Frio, calculista, e com aquele olhar que parece atravessar a gente. Sabe aquele tipo que não aceita ser contrariado? Então. É o tipo de pessoa que me tira do sério.
E adivinha quem foi chamada para acompanhá-lo até a sala da palestra?
Sim, eu mesma.
Respirei fundo, ajeitei a postura e fui em direção ao trio.
— Boa tarde, senhor Armand — disse, estendendo a mão com firmeza. — Seja bem-vindo. Meu nome é Luara, vou acompanhá-lo até a sala e garantir que tudo esteja em perfeito funcionamento para a sua apresentação.
Ele me olhou de cima a baixo, sem disfarçar. Não foi um olhar vulgar. Foi analítico. Como se estivesse medindo cada detalhe — meu rosto, minha voz, minha postura. Eu sustentei o olhar, firme.
— Luara — ele repetiu meu nome com um sotaque francês sutil. — Quantos anos você tem?
Franzi a testa.
— Vinte e cinco. Mas não acho que isso tenha relevância pra sua palestra — respondi, mantendo o tom profissional.
O canto da boca dele se curvou levemente. Não era exatamente um sorriso. Era mais como... interesse misturado com desafio.
— Você não parece intimidada.
— Por que eu estaria?
— A maioria tenta impressionar. Você só quer fazer seu trabalho.
— Exatamente.
Ele me encarou por mais um segundo, como se aquilo fosse raro. Talvez fosse mesmo. Mas eu não tinha tempo pra ficar impressionada com o olhar de um CEO misterioso.
Eu já havia encarado traições, humilhações e preconceitos. Um francês metido a poderoso não ia me abalar.
— Acompanha-me, então, Luara — ele disse, finalmente.
Enquanto o levava até a sala, sentia os olhos dele nas minhas costas. E, por mais que tentasse ignorar, uma pergunta martelava na minha mente:
Quem, de fato, é Oliver Armand?
Oliver
Ela apareceu diante de mim como se não soubesse quem eu era. Ou pior — como se não se importasse.
O nome era Luara. Brasileira. Jovem. Pele clara, cabelos ruivos, e olhos... intrigantes.
Azul e verde.
Heterocromia.
Incomum. Quase hipnótico.
Mas não foram os olhos que me chamaram a atenção. Foi a postura. O olhar firme. A ausência de bajulação. Não tentou me impressionar, não gaguejou, não desviou o olhar.
— “Vinte e cinco. Mas não acho que isso tenha relevância pra sua palestra.”
A resposta ainda ecoa na minha mente.
Arrogante?
Não.
Calculada. Direta.
Do tipo que não entrega o que você espera, e isso me intriga.
Ela não me olhava como um milionário. Nem como o CEO da O.L Armand. Muito menos como Ombre — o nome que até mafiosos temem pronunciar.
Ela me olhava como se eu fosse só… mais um homem.
Faz tempo que ninguém me encara assim.
Lívia, ao meu lado, percebeu meu olhar nela.
Ficou mais fria do que o habitual.
Ela se esquece que já deixei claro: não amo, não prometo, não pertenço.
Luara caminhava à frente, conduzindo com precisão. E havia algo sensual no jeito involuntário como ela se movia, mas não era isso que me prendia.
Era o mistério.
Era a armadura invisível que ela usava, como se tivesse aprendido a se proteger do mundo.
Eu conheço esse tipo de dor.
Carrego a minha desde os sete anos.
Enquanto Matteo falava com um dos organizadores, eu continuei observando. E vi o que ninguém mais via:
Luara é diferente.
Ela finge não ligar, mas tem olhos que examinam tudo. Ela sente mais do que demonstra. Ela é inteligente — aquele tipo de inteligência que não se ensina em faculdade.
E isso a torna perigosa.
Eu já conheci mulheres demais. Lindas. Brilhantes. Sensuais.
Mas Luara…
Luara tem algo que nem ela sabe que tem.
E isso me incomoda.
Porque eu não gosto de surpresas.
E menos ainda de distrações.
Mas ela… ela é uma distração com olhos de guerra e alma silenciosa.
E por algum motivo que ainda não compreendo… quero saber mais.
(como Luara estava vestida)
(como Oliver estava vestido)
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Atualizado até capítulo 55
Comments
Phedra
Essa autora tem um talento incrível, quero ler mais!
2025-06-03
2
ALINE ASSIS ♡♡♡♡
❤️❤️❤️❤️ESSES DOIS QUANDO SE JUNTAREM VAI SER UM CASAL INCRÍVEL
2025-06-12
1
bete 💗
adorei ❤️❤️❤️❤️❤️
2025-06-22
1