Nunca fui do tipo ciumenta.
Sempre acreditei que, quando existe confiança, não precisa haver controle. Mas confiança, aprendi, pode ser a armadilha mais silenciosa que existe.
Gabriel era o cara “perfeito”. Atencioso, carismático, o tipo que até minha mãe chamava de “genro ideal”. E, para piorar, era amigo da minha melhor amiga, Natália. Os três juntos pareciam uma tríade de filme adolescente. Até que... algo começou a cheirar mal.
Tudo começou numa tarde qualquer. Estávamos no meu quarto quando o celular dele vibrou. Eu ia entregar, como sempre fazia, mas ele se antecipou — com pressa demais. Escondeu o aparelho no bolso como se fosse um segredo do governo.
Na hora, o alerta acendeu.
Talvez tenha sido meu instinto. Ou talvez, só talvez, minha mente de programadora não soubesse ignorar um enigma.
Naquela noite, contei tudo ao meu irmão. Ele me olhou por alguns segundos e disse com a calma de quem sabe que vai resolver:
— Se você quiser a verdade… a gente pode ir atrás dela.
Foi a única permissão que precisei.
Com acesso rápido ao número do Gabriel, montei um script simples. Nada demais — só uma duplicação da conta do WhatsApp via web, com um sistema proxy que escondia o IP. Eu via cada mensagem em tempo real, como se fosse ele. E o que encontrei… foi como levar um soco no estômago.
Mensagens picantes. Fotos. Áudios.
Eles se chamavam de "meu vício escondido", "segredo quente". E entre palavras que me embrulhavam o estômago, estava o pior:
“Hoje à noite, na minha casa. Ela não vai desconfiar.”
“Tô levando vinho. Quero você só de toalha.”
Minha visão embaçou.
Natália. Minha melhor amiga.
Gabriel. O homem que prometeu futuro comigo.
Meu irmão viu meu rosto e não precisou de explicações. Me abraçou forte e me deu o conselho que mudou tudo:
— Acaba com isso do seu jeito, Lu. Mas com a sua força. Mostra quem você é.
Peguei minha mochila, respirei fundo e fui. Eu ainda tinha a chave da casa do Gabriel. Irônica essa confiança, né?
O caminho até lá parecia mais longo do que era. Cada passo pesava, mas minha mente estava firme. Coração em pedaços, mas com a cabeça fria.
Quando abri a porta, eles não ouviram.
A cena era digna de um clichê barato: risos abafados, vinho pela metade, ele de camiseta, ela de lingerie.
Fui rápida. Gravei tudo com meu celular, sem dizer uma palavra. Eles congelaram quando me viram.
— Espero que tenha valido a pena… porque acabou.
Joguei a chave no chão, ao lado da taça que ela segurava, e virei as costas.
Daquele dia em diante, prometi a mim mesma que nunca mais ignoraria meus instintos.
Nunca mais abaixaria a cabeça.
E nunca mais deixaria ninguém invadir o meu mundo sem merecer.
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Luara
Se alguém me dissesse há alguns meses que minha vida daria essa guinada, eu provavelmente teria rido. Mas a verdade é que, depois da traição do Gabriel e da Natália, eu decidi focar totalmente em mim. No meu trabalho. Na minha evolução.
Sou coordenadora do setor de T.I da General Motors Brasil — um título que me enche de orgulho. Passei por muita coisa pra chegar aqui, e ver meu nome como a escolhida para representar meu setor no maior evento da empresa foi como receber um troféu invisível pelo meu esforço.
A empresa estava prestes a completar 30 anos no mercado, e a comemoração seria em grande estilo: uma sequência de palestras, apresentações, painéis… e, claro, uma festa luxuosa para fechar com chave de ouro.
O clima na sede era de pura adrenalina.
E o motivo? Um convidado especial, ilustríssimo, que viria diretamente da França para abrir o evento com uma palestra sobre negócios e expansão internacional. O nome dele era sussurrado pelos corredores como se fosse um mito. Um homem de prestígio, milionário, dono da maior empresa de artigos de luxo da Europa.
Oliver Armand.
Confesso que o nome não me dizia muita coisa. Eu não acompanhava esse universo de luxo e riqueza. Mas bastou uma rápida pesquisa para entender o impacto. O cara era simplesmente o CEO da O.L Armand, tinha uma rede de hotéis e boates espalhadas pelo mundo… e, aparentemente, um ego do tamanho de um jatinho particular.
E sim — ele viria de jatinho.
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Oliver
A viagem ao Brasil tinha dois propósitos.
O oficial: palestra de negócios no evento da General Motors.
O real: fechar uma negociação pesada de armamento com um contato brasileiro da máfia que vinha me enrolando há meses.
E como sempre, Matteo estava ao meu lado, com olhar atento e postura pronta para qualquer situação. Já a Lívia… ela estava ali porque era conveniente. Precisava de uma acompanhante para manter as aparências — e ela sempre esteve disposta, mesmo sabendo que entre nós só existia desejo, não sentimento. Deixei isso claro desde o início. Ela finge não escutar.
— Acha mesmo que vai dar certo dessa vez com o Vicente? — Matteo perguntou, cruzando os braços no jatinho.
— Se não der, ele vai aprender que brincar com o nome "Ombre" tem um preço. — Respondi, olhando pela janela.
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Luara
No meio da correria do evento, fui convocada para recepcionar os convidados internacionais, fazer testes de som e internet nas salas, e garantir que o sistema de segurança estivesse 100% funcional. Era basicamente o combo "faça tudo e não erre", e isso me deixava ainda mais ligada.
Quando recebi o roteiro dos palestrantes e vi o nome “Oliver Armand” no topo, senti um leve arrepio. Talvez pela energia em torno daquele nome. Talvez por nada. Eu não acredito muito em coincidências. Mas alguma coisa me dizia que aquela noite seria diferente de tudo que eu já tinha vivido.
E eu nem imaginava o quanto
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Gabriel 27 anos ( ex da luara)
Natália 25 anos ( ex amiga da luara)
Lívia 34 anos ( passa tempo de oliver)
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Atualizado até capítulo 55
Comments
Maria Isabel
Começando 22/5/ 25. Interessante a história
2025-06-22
1
bete 💗
❤️❤️❤️❤️❤️
2025-06-22
1