FORÇADO A CASAR COM MEU CUNHADO MAFIOSO
O Noivo que Não Era
"O sol entrava em feixes dourados pelas frestas da cortina, cortando o quarto como lâminas mornas. Ele despertou lentamente, olhos semicerrados, tentando compreender se tudo fora um sonho particularmente elaborado ou só uma de suas ressacas de vinho italiano com alucinação embutida."
"Mas não. As paredes continuavam barrocas, o cheiro de madeira polida ainda impregnava o ar, e o maldito silêncio persistia. Ele estava mesmo preso numa mansão italiana. Por um mafioso. No lugar da irmã."
Valentin de Belleroy
(Resmunga, esfregando o rosto)
Ótimo! Casado à força e sequestrado. Minha mãe sempre disse que eu acabaria mal. Só errou o país.
"Ele se levantou com um suspiro e caminhou até o banheiro. A banheira era uma provocação, com água morna, perfumada com algo que lembrava lavanda e domínio."
Valentin de Belleroy
Um banho quente talvez me faça esquecer que fui raptado como uma noiva medieval.
"Entrou nela sem cerimônia, afundando até o queixo, braços apoiados nas bordas. Fechou os olhos. Talvez se afogasse. Seria poético."
Valentin de Belleroy
Respira, Valentin. Descobre um jeito de sair daqui... Ou pelo menos fazer desse inferno um spa.
(O som da porta se abrindo num estalo ecoa pelo banheiro. Ele arregala os olhos.)
Valentin de Belleroy
O quê?...
Desconhecido
(Voz grave, carregada de sotaque italiano e sarcasmo e olhos avaliando sem pressa)
Buongiorno. Espero que tenha dormido bem, principessa.
"Ele quase pulou da água, o coração disparando."
"Diante dele, parado como se o banheiro fosse sua propriedade - e, tecnicamente, era - estava um homem alto, moreno, absurdamente atraente, com traços que gritavam 'nascido na Sicília'. Usava uma camisa preta parcialmente aberta e um terno escuro, desalinhado de propósito. O sorriso no canto dos lábios era puro deboche."
Valentin de Belleroy
(Cobrindo-se com a espuma, tentando recuperar o controle)
Que porra!... Você é o tal Salvatore?! Seu maluco, mafioso ridículo! Me solta agora mesmo e me leva de volta pra Paris ou eu juro que vou...!
"Ele se levantou da banheira em um salto furioso, mas ao dar dois passos, o chão escorregadio o traiu. O italiano moveu-se com rapidez e o segurou antes da queda. As mãos eram fortes, seguras, quentes demais."
Desconhecido
(Sorrindo)
Calma, não quero que a nova noiva se quebre. Pelo menos, não ainda.
Valentin de Belleroy
(Rosnando, com os olhos faiscando)
Me solta!
Desconhecido
Só se vestir isso antes.
"O homem estendeu um robe de tecido fino, vinho escuro, que parecia caro demais para cobrir um sequestrado"
"Ele respirou fundo. Sabia atuar. Sabia disfarçar. Sabia manipular quando necessário. Vestiu o robe lentamente, recuperando a postura de quem nasceu para enganar."
Valentin de Belleroy
Olha... Eu conheço a minha irmã. Posso trazê-la. Sei onde ela pode estar. Se me deixar ir, prometo, eu juro por tudo que você quiser, que coloco ela no altar, vestida de branco, pronta pra te dar os filhos mafiosos que você quiser. Eu só quero sair daqui. E, com sorte, um advogado.
"O homem riu. Riu mesmo, como se ele tivesse contado uma piada excelente."
Desconhecido
Eu não sou seu noivo, bambina.
(Faz uma pausa, medindo-o de cima a baixo)
Mas imagino o quanto você pode fazer alguém feliz. Isso... Eu consigo ver.
Valentin de Belleroy
(Arqueia uma sobrancelha)
Você é só o segurança sarcástico, então?
Enzo Moretti
Enzo. braço direito do Sr. Salvatore. E, por enquanto, o único disposto a ouvir seus surtos matinais. Se precisar de algo... Pode pedir. Qualquer coisa, menos liberdade.
Valentin de Belleroy
(Revira os olhos)
Que maravilha! Um sequestrador com senso de humor.
Enzo Moretti
(Pisca)
E bom gosto.
"Com um sorriso torto e passos lentos, Enzo sai, trancando a porta atrás de si."
"Ele ficou ali, de robe, molhado, e com mais perguntas do que nunca."
Valentin de Belleroy
Ótimo! Agora até os capangas são charmosos. Tô perdido mesmo.
"Ele retorna ao quarto, ainda de robe. Sobre uma mesa, encontra um café da manhã impecável: frutas frescas, queijos finos, pães quentinhos, café e... Figos.
Sobre a cama, uma troca de roupa elegante, perfeitamente ao seu estilo. Ele ergue uma sobrancelha ao ver o bilhete deixado em caligrafia refinada."
Bilhete de Salvatore
"Infelizmente precisei me ausentar por negócios. Mas deixei algo que imagino que goste. Já estou com saudades da minha noiva.
S."
Valentin de Belleroy
(Gargalha, seca e cinicamente)
Aí, cunhadinho... Você é um romântico frustrado ou um sádico com talento?
"Ele morde o figo com gosto, encarando o papel com desprezo."
Valentin de Belleroy
Se quiser brincar de casinha...
"Ele amassa o bilhete, o jogando longe."
Valentin de Belleroy
... Então vamos brincar, porra! Que comecem os jogos...
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