FORÇADO A CASAR COM MEU CUNHADO MAFIOSO
O Degenerado da Família
(O carro avança pelas ruas escuras de Paris. A noite parece mais silenciosa do que o normal. Dentro do veículo, o couro dos bancos range suavemente com o movimento.)
Valentin de Belleroy
(Se remexendo no assento, os pulsos ainda atados, a venda pressionando seus olhos)
Vocês têm noção de que isso é um sequestro, certo?
Valentin de Belleroy
(Bufa sarcasticamente)
Aliás... Eu gosto dessas coisas. Mas só na cama.
(Uma risada explode do banco do lado. Grave, baixa, desarmada e surpreendentemente divertida.)
Desconhecido
Tão atrevido assim com os olhos vendados?
Desconhecido
(Faz uma pausa dramática)
Vou lembrar disso.
(Valentin revira os olhos por trás da venda. Não responde. Morde o interior da bochecha, como se aquilo pudesse conter o caos crescente em sua mente.)
"Ele sabia que lutar era inútil. A venda, as cordas, o silêncio tenso dos outros no carro. Aquilo tudo era orquestrado demais para ser improviso. Foi aí que caiu a ficha. A irmã tinha fugido... O casamento tinha que continuar... E o noivo...
Valentin de Belleroy
(Pensando)
... Sou eu.
(Seu maxilar trava. O cheiro caro da colônia do homem ao seu lado é quase uma provocação.)
"Valentin não sabia quem era o homem com quem Eleonore se casaria. Nunca quis saber. O pai fazia questão de mantê-lo à margem de tudo que importava. Um estorvo. Um erro. Uma vergonha. A ovelha negra de uma linhagem falida que ainda tentava posar de nobreza."
Valentin de Belleroy
(Pensando)
"Degenerado", ele dizia. "Você só serve para envergonhar essa família".
Valentin de Belleroy
Família de merda, você quer dizer!
(O carro faz uma curva. Valentin sente o corpo tombar levemente e aproveita o balanço para endireitar os ombros.)
"Agora estava claro. O pai aceitou vender a filha querida em troca de manter o nome - ou a cabeça. E como ela fugiu, sobrava ele. O bode expiatório. O substituto. A noiva de emergência."
Valentin de Belleroy
(rosnando, entre dentes)
Nem fodendo!
(O carro desacelera. A textura do solo muda - não mais as ruas de Paris, mas uma pista de asfalto liso e frio, ressoando sob os pneus. Valentin sente.)
(O silêncio que se instala é denso. Nenhum som de buzina. Nenhuma sirene. Nenhum eco de cidade viva. Só o uivo do vento cortando o nada. E então, o rugido distante de uma turbina.)
Valentin de Belleroy
(com a respiração acelerando)
O que é isso? Onde... Onde a gente tá?
(Ninguém responde.a porta se abre. Mãos o puxando para fora do carro sem cerimônia. Seus pés tocam o chão. Ele escorrega ligeiramente, o ar frio o envolvendo.)
Valentin de Belleroy
Espera... Isso é um aeroporto?
(Ele é puxado com força. O som da turbina se intensifica. Pequeno demais para ser um aeroporto internacional. Privado. Rápido. Cirúrgico.)
"Uma onda de pânico sobe pela garganta. Ele não está mais em Paris. não vão simplesmente levá-lo para uma casa no interior. Vão levá-lo para fora."
Valentin de Belleroy
(Tentando resistir, tropeçando, sendo arrastado)
Não. Não. Nem fodendo.
Valentin de Belleroy
VOCÊS TÃO ME TIRANDO DA FRANÇA?
(A venda aperta seus olhos. Ele chuta o chão, tenta empacar como um cavalo assustado. Mas o empurram pelas costas.)
Valentin de Belleroy
EU TENHO DIREITOS! EU SOU...
(Silêncio. Apenas o barulho do motor sendo ligado. O cheiro do combustível invade tudo.)
"Ele tenta puxar alguma lembrança. Uma conversa atravessada. Uma frase ouvido do pai no corredor, ou da irmã no telefone.
Ele é poderoso, demais até.
Tem contatos em Bruxelas, Viena, Milão...
Dizem que tem sangue nas mãos...
O nome dele não aparece em lugar nenhum, mas todo mundo sabe.
É italiano."
Valentin de Belleroy
(Sussurrando)
Ele... vai me levar.
(O degrau do jatinho. As turbinas agora rugem perto demais. A cabine que parece luxuosa. Tudo cheira a dinheiro sujo e poder absoluto.)
Valentin de Belleroy
(Resignado, mas ainda mordendo o sarcasmo)
Devia ter fumado outro cigarro. Esse casamento vai ser mais longo do que pensei.
Comments
Nyx
vou tentar postar todos os dias...
2025-06-02
2
Juliana R.M
continua 🥹
2025-06-02
2