Ronald que estava mais próximo deles, reparou que no topo de uma árvore estava seu filho, ele estava realmente vigiando, mas não era ao redor, era o jeito em que a princesa dormia, parecia hipnotizado, seu pai entendeu bem o que estava acontecendo.
A princesa acordou com o nascer do sol, se sentiu aquecida o suficiente, dobrou o cobertor, ficou sentada um tempo desembaraçando seus cabelos com os dedos, seu pai se espreguiçou assim que percebeu que ela acordou e perguntou:
- Já de pé passarinho?
- Acho que está na hora de voltarmos...
- Deixe que eu cuide disso, vai comer alguma coisa.
Sigrid levantou, foi em direção ao cesto que estava quase praticamente vazio, faltava somente uma, pegou a maçã ao mesmo tempo que Gustaf, ele soltou de imediato ao ver a mão delicada, ela sorriu e devolveu o cobertor:
- Obrigada, isso me ajudou a dormir.
- Não precisa agradecer.
Ela tirou da bota uma faca, cortou a maçã ao meio e entregou a metade para ele dizendo:
- Não pense em recusar.
- Está bem – ele se deu por vencido.
Os dois comeram se olhando, Raun apareceu perto do comandante que observava seu filho de longe e comentou:
- Eles parecem estar se dando bem.
- Isso me preocupa.
- Por quê?
- Gustaf parece um pouco atencioso demais.
- Entendo sua preocupação, mas essa atenção é boa, quero todos com olhar perto de Sigrid, se algo acontecer com ela nunca vou me perdoar.
- Logo estaremos em casa, em segurança, senhor.
- Eu sei, agora coloque os homens em posição para retornamos.
Ronald reuniu a todos, mas não encontrou seu filho nem a princesa, seu coração quase parou, até ouvir o riso alegre da princesa, eles estavam na parte de baixo da floresta, conversando, o comandante assoviou, Gustaf reconheceu o chamado do seu pai e avisou:
- Está na hora irmos princesa.
Eles foram até o cavalo da princesa que tinha as rédeas seguradas pelo comandante, ela subiu no cavalo, reparou que Ronald reprovou o filho com o olhar, Gustaf constrangido pegou as rédeas e guiou o cavalo.
Em poucas horas chegaram aos portões do reino, a notícia e comemoração da volta do rei, logo se espalhou, mas o que todos estavam mais surpresos, eram com a princesa ao lado, vestida de armadura, de cabelos cortados na altura dos ombros, Raun deixou os guerreiros com o comandante, seguiu até o seu castelo com a filha, Olga os esperava do lado de fora, parecia irritada, estava de braços cruzados, o rei encarou a filha, Sigrid respirou fundo, desceu, foi até a sua mãe, precisou a encarar nos olhos, Olga estava surpresa, olhava para o cabelo da filha, que antes era até a cintura, realmente ela tinha mudado, irônica ela disse:
- Perdeu um belo festival Sigrid.
- Me desculpe mãe.
- Espero que tenha valido a pena sua fuga.
- Ela foi muito bem – disse Raun as seguindo.
- Vá descansar Sigrid, me deixe a sós com seu pai – pediu Olga ainda séria os encarando.
Aila já esperava Sigrid perto do corredor, ela encarou a serva e comentou:
- É bom te ver Aila.
- Eu pedi para arrumarem seu banho enquanto vinha te buscar.
- Agradecida – disse a seguindo.
Nos fundos do castelo, havia uma piscina natural redonda, no fundo tinha areia cristalina, ao redor pedras.
Sigrid entrou na água, Aila a ajudou escovando suas costas a ouvindo perguntar:
- Como minha mãe ficou quando soube que eu tinha fugido?
- A rainha ficou desapontada e depois preocupada, até mesmo foi ao vidente.
- Sabe o que o vidente disse? – perguntou Sigrid curiosa.
- Sua mãe não me contou, mas se tem tanta curiosidade por que não visita o vidente?
- Eu não gosto daquele lugar, parece sombrio...
- Precisa ter mais fé princesa.
- Eu tenho fé, nos cantos, nas fadas, ninfas... São adoráveis, mas o vidente, ele me causa arrepio.
- Me parece com medo do futuro.
- Eu fui uma vez ao vidente, foi pior do que aprender a costurar.
- Mais importante que o vidente é agora agradar sua mãe, no festival muitos jovens trouxeram presentes, eles queriam agradar a princesa fugitiva...
- Eu sei que a minha mãe se casou na minha idade, mas eu tenho tanto o que viver Aila... Talvez meu pai agora me deixe mais perto dos assuntos reais, não quero ter que pensar em casamentos.
- Além de ter medo do futuro, tem medo de se casar?
- Nenhum casamento pode me assustar, só não acho tão importante quanto cuidar do nosso povo.
- Essa é obrigação dos seus pais – disse Aila mostrando três vestidos, um azul escuro, vermelho e outro acinzentado.
- Azul escuro – escolheu Sigrid sem debater o papel do rei ou da rainha.
Sigrid se arrumou, foi levada por Aila até a mesa das refeições da sua família, encarou sua mãe que estava em uma ponta e seu pai na outra, depois seus irmãos, sentou ao lado direito de sua mãe.
Radulf que pouco se controlava para perguntar as coisas disse:
- Por que cortou o cabelo Sigrid?
- Eu tive que mudar um pouco – respondeu Sigrid notando a troca de olhares tensos dos seus pais – O que você achou?
- Ainda continua muito bonita, não é papai? – perguntou Radulf que se importava muito com a opinião do seu pai, o admirava e queria o copiar.
- Sim, mas além da beleza, ela cortou o cabelo por um ato de coragem – disse Raun encarando a filha.
- E um ato de desobediência – reprovou Olga.
- Desobediência? – agora o interessado era Erich, ele invejava a irmã mais velha, somente por ela ser a primogênita – Ela será punida?
- Será!
- Não! – contrariou Raun ao mesmo tempo que Olga tinha afirmado.
- Ela desobedeceu a nós e qualquer pessoa que nos desobedeça tem uma punição, sendo os nossos filhos ou não! Penso que ela deva retribuir alguns presentes dos pretendentes da primavera e assim conseguir o meu perdão.
Sigrid começou a respirar fundo, ela odiava qualquer obrigação que fosse, principalmente as que obrigassem a ter algum tipo de relacionamento romântico, seu pai Raun comentou:
- Por ela ter salvado a vida do rei, acho que pode ter uma segunda opção de punição, em ir para arena e lutar pela vida.
- Então o que vai ser? – perguntou Olga encarando sua filha.
- Eu prefiro a arena.
- Está ciente que pode morrer? – perguntou sua mãe intimidadora.
- Estou, mas prefiro morrer na arena do que jogando minha vida retribuindo presentes.
- Espero que não se arrependa porque ninguém vai te salvar – avisou Olga a encarando.
- Terá dois dias para se preparar.
- É mais que o suficiente – disse Sigrid ficando de pé.
- Não demos autorização para sair da mesa! – esbravejou sua mãe.
- Mãe, minha rainha, posso levantar?
- Vá Sigrid – respondeu seu pai não entendendo toda a rivalidade que Olga estava causando.
Raun deixou a tarefa de achar um adversário para a filha nas mãos do seu irmão duque Balder, queria alguém que não conhecesse tanto sua filha organizando o combate na arena e não sabia o que isso poderia te causar.
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Atualizado até capítulo 84
Comments
Janaini Sthefanie
Me sentiria como ela, e a decisão seria a mesma , a arena👏👏👏
2020-12-27
4
Ro
amando muitoooo rs
2020-09-30
1
Thayza Santana
Tô amando
2020-09-24
1