Aos quatorze anos, Serena havia ceifado a vida de mais de trinta crianças e adolescentes. Ela não era apenas uma assassina; era uma mente perturbada, uma serial killer mirim, e sua marca registrada consistia em margaridas delicadas, que ela entregava às famílias enlutadas, inocentes em sua dor, sem a menor ideia de que, sob a máscara de uma menina doce, se escondia a verdadeira face do mal.
Com seu aniversário de quinze anos se aproximando, seus pais planejavam uma festa grandiosa. Para eles, era um momento de celebração, mas para Serena, era um prenúncio de perda. Thomás, seu irmão mais velho, com dezoito anos, estava se preparando para deixar a casa, para ir à faculdade, e em sua mente conturbada, ele era dela. Ele sempre foi seu amigo, confidente e agora, um objeto de controle desesperado.
Ela perguntou a Thomás se ele seria seu príncipe em sua festa de aniversário, e ele, sem desconfiar do que se passava na mente dela, aceitou. Para Serena, esse simples consentimento rapidamente se transformou em um plano sádico, um desejo ardente de amarrá-lo a ela para sempre, um desejo que pulsava como um demônio em seu interior.
No grande dia da festa, quando as luzes brilhantes ofuscavam os olhos e as risadas ecoavam no salão, Serena esperou pacientemente o momento certo para agir. Quando a festa já estava chegando ao fim, ela encontrou uma oportunidade. Com um sorriso enigmático, drogou a bebida de Thomás e o levou a um cômodo isolado, um santuário de seus desejos perversos.
A droga o fez perder os sentidos, mas também despertou uma excitação avassaladora por ela. Aos quinze anos, ela entregou seu corpo a Thomás, subestimando a gravidade de suas ações e a maneira como o mundo ao seu redor se tornaria um caos.
Quando ele finalmente desmaiou, consumido pelo prazer e pela inconsciência, ela rasgou seu próprio vestido em um furor de sangue e lágrimas, auto-infligindo-se ferimentos para criar uma cena digna de um espetáculo maligno. Sua saída do quarto foi marcada por um choro convulsivo, a verdadeira atriz em ação.
Na volta ao salão, ainda sob a comoção do seu próprio show, ela despediu-se de Thomás com uma história de horror. Em prantos, foi até seus pais e, entre soluços, afirmou que ele havia abusado dela, agredindo-a em uma cena pungente de perseguição. O pai, tomado pelo desespero, correu ao quarto, apenas para encontrar Thomás despertando, vestindo suas roupas, e a realidade da armadilha sombria se desdobrando diante dele.
Thomás foi preso naquele mesmo dia, consumido pela culpa. Ele acreditou realmente na farsa, no tormento intrínseco de uma irmã ferida. Condenado a cinco anos por estupro de vulnerável, ele não conseguia ver que havia caído na armadilha cruel de sua própria irmã, e Serena, observando tudo, sentia uma satisfação ardente crescendo em seu peito. Agora, ele estaria a seu alcance e, mais importante, não iria a lugar algum.
O que ela não esperava era que seus pais não permitissem que ela os acompanhasse em visitas a Thomás. A raiva borbulhou dentro dela, como veneno se espalhando em suas veias, tornando-se um desejo ardente por liberdade. Após dois longos anos, quando Thomás foi transferido para uma prisão distante, o fogo da fúria cresceu ainda mais intenso.
Ao completar dezoito anos, Serena tomou uma decisão: ela o seguiria até a cidade onde Thomás estava preso. Dessa forma, ela poderia vê-lo sem restrições. Seus pais, no entanto, continuaram a proibi-la, e a única solução que se apresentou em sua mente distorcida foi que eles deveriam morrer, assim ela finalmente estaria livre para buscar o que lhe pertencia por direito.
Foi nesse clima de desespero que seus pais encontraram um fim trágico em um acidente de carro. Seu pai, um homem saudável, sofreu um infarto, perdendo assim o controle do volante, e o carro colidiu com um caminhão que vinha na direção oposta. A cena foi um espetáculo de caos e destruição, mas Serena, em sua mente doentia, viu uma oportunidade brilhante.
Durante o velório, ela encenou uma performance digna de um Oscar, chorando e implorando para que eles voltassem, o débil lamento de uma filha despedaçada. As flores que escolheu para o evento foram, claro, margaridas - sua assinatura, uma marca insidiosa deixando rastros de sua maldade.
Após o velório, quando a casa finalmente ficou em silêncio, ela segurou uma fotografia da família e, com um isqueiro, começou a queimá-la, cada chama dançante ecoando sua risada maquiavélica pela casa vazia. Naquele momento, ela libertou-se de amarras invisíveis, deixando para trás tudo o que a prendia.
Logo, quando contatou Thomás na prisão, ela o envolveu em sua teia de mentiras, chorando sobre o trágico acidente que havia ceifado a vida de seus pais. Disse a ele, em um tom doce e confortante, que o perdoava, e que agora eles só tinham um ao outro. Pobre Thomás, ele acreditou em suas palavras envenenadas e prometeu cuidar bem dela ao sair.
A pedido dele, ela vendeu tudo o que restava da família, tornando-se uma vazia ainda mais distante da vida que conhecia antes. Mudou-se para perto da prisão, determinada a ficar ao lado de Thomás, enquanto contava os dias até sua libertação. Havia ainda dois anos de prisão pela frente, e ela os preencheu visitando-o todos os dias, com a intenção ardente de conquistar seu coração e finalmente fazer dele seu.
Serena comprou uma pequena cabana no meio da floresta e abriu uma floricultura na cidade próxima. Você pode pensar que agora era o momento dela parar com as mortes, mas está completamente enganado, especialmente depois que ela descobriu que havia um detento infernizando a vida de seu amado Thomás.
Obcecada, ela passou a investigar tudo sobre aquele detento, mergulhando em suas atrocidades e torturas, até que descobriu a data de sua soltura. Assim, começou a planejar cada detalhe de como torturá-lo pelo sofrimento que infligira a Thomás.
Com um sorriso inocente no rosto, ofereceu hospedagem para o homem que acabara de sair da prisão. Coitado, ele mal sabia que ao aceitar seu convite estava assinando sua própria sentença de morte.
Na primeira noite, ela preparou uma deliciosa sopa para o jantar, mas ele deveria ter percebido que algo estava terrivelmente errado quando ela murmurou que estava sem fome, oferecendo ao visitante a chance de comer tudo sozinho.
Na manhã seguinte, ao despertar, ele encontrou-se com os braços presos acima da cabeça, correntes cravadas em seus pulsos enquanto seus pés mal tocavam o chão. E ao olhar para frente, viu Serena, aquela moça doce que uma vez conheceu, agora com um sorriso macabro em seu rosto, como se estivesse possuída pelo próprio demônio.
Quando ele tentou falar, as palavras não saíram, e seu coração disparou ao ouvir a risada dela, a visão de sua língua cortada em suas mãos. O pânico tomou conta de seu corpo, e o terror o envolveu como uma noite sem fim, mas isso era apenas o começo de uma tortura que ele nem poderia imaginar.
Serena pegou um alicate, seus olhos brilhando com um prazer doentio, e começou a arrancar seus dedos, um por um, sem misericórdia, cada gemido de dor alimentando sua crueldade. Com uma faca velha e enferrujada, ela cortou suas orelhas, preenchendo seu corpo com pequenos cortes—machucados que cantavam sua melodia de dor.
Ao ver o sofrimento que havia causado, ela brincou, rindo que ele precisava de um banho adequado. Então, pegou um balde, encheu-o de álcool e sal, e, em um momento de pura maldade, subiu em uma cadeira e despejou o líquido sobre sua cabeça, fazendo-o gritar de dor. Mas a brincadeira acabou logo quando o coração do homem, incapaz de suportar mais a tortura, sucumbiu, e ele teve um infarto, levando-o ao silêncio eterno.
— Poxa, que sem graça, — murmurou ela, desapontada.
Agora, apenas restava a tarefa de se livrar do corpo. Com maestria, esquartejou-o, colocando os pedaços em sacos de lixo. Depois, seguiu até os fundos de sua linda cabana, onde havia um jardim cheio de margaridas. Ali, enterrou os restos, plantando mais flores sobre ele, uma imagem irônica de beleza em meio à carnificina.
Aquele homem não era o primeiro a ter seu corpo usado como adubo. Ao lado dele, mais vinte corpos de animais jaziam, e dois adolescentes que, em um momento de desespero, tentaram roubar sua pequena cabana há muito estavam ali, cobrindo-se com flores, uma lembrança cruel de que a vida é linda, mas a morte pode ser ainda mais bela, sob o olhar enigmático de Serena.
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Atualizado até capítulo 24
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