Eu, Luana Williams, nunca imaginei que minha vida viraria um campo de batalha. Mas aqui estou, no meio de um furacão chamado Carla, com um marido que não entendo e uma mãe que nunca me amou. E, mesmo assim, algo dentro de mim está começando a querer lutar.
O dia começou tranquilo, o que, na minha nova vida, já é motivo pra desconfiar. Acordei tarde, exausta depois de uma noite virando de um lado pro outro, tentando entender Felipe e o jeito que ele me olhou no sofá ontem. Mingau, minha fiel companheira, estava enroscada nos meus pés, e o sol entrava tímido pelas cortinas do quarto. Decidi tomar um banho quente pra relaxar, então desci pra cozinha só de roupão, o cabelo molhado pingando nas costas. Rosa, a cozinheira, já tinha saído pro mercado, e a casa estava silenciosa. Perfeito pra um café da manhã com Mingau e um momento de paz.
Ou pelo menos era o que eu pensava.
Estava colocando pão na torradeira quando a campainha tocou. Mingau latiu, correndo pra porta, e eu suspirei, ajustando o roupão. *Quem será a essa hora?* Abri a porta e congelei. Lá estava Carla, com um vestido vermelho colado, salto alto e um sorriso que parecia uma faca afiada.
— Ora, ora, olha quem temos aqui — ela disse, cruzando os braços e me encarando de cima a baixo. — A noivinha do Felipe, toda... desleixada.
Eu pisquei, sentindo o calor subir pro rosto. — O que você quer, Carla? — perguntei, segurando Mingau no colo pra ela não avançar.
Ela entrou sem ser convidada, os saltos ecoando no chão de mármore. — Vim falar com o Felipe. Onde ele tá? Ou você já o assustou com esse visual de dona de casa fracassada?
Eu fechei a porta com mais força do que precisava, tentando manter a calma. — Ele tá no escritório. E eu não sou dona de casa, sou a esposa dele. Pode sair, se é só isso.
Carla riu, um som alto e cruel. — Esposa? Por favor, Luana. Você acha mesmo que ele te quer? — Ela se aproximou, os olhos brilhando com malícia. — Olha pra você, de roupão, toda molhada. O que foi? Acabou de sair da cama dele? Achou que uma noite de amorzinho vai fazer ele te amar?
Eu senti meu rosto queimar, não de vergonha, mas de raiva. — Não é da sua conta o que eu faço com meu marido, Carla. E, só pra constar, você tá parecendo desesperada.
— Desesperada? — Ela deu um passo à frente, tão perto que senti o perfume caro dela. — Você é uma caipira que caiu de paraquedas na vida dele. Ele nunca vai te querer, Luana. Você é só um contrato!
— E você é o quê? — retruquei, largando Mingau no chão e cruzando os braços. — A amante que ele nunca assumiu? Porque, pelo jeito, você tá correndo atrás de algo que não existe.
Os olhos dela faiscaram, e antes que eu pudesse reagir, ela levantou a mão, como se fosse me acertar. Eu segurei o pulso dela no ar, minha paciência acabando.
— Tenta me bater, Carla, e eu te mostro como uma caipira lida com isso — sibilei, apertando o pulso dela.
— O que tá acontecendo aqui? — A voz de Felipe cortou o ar, grave e autoritária. Ele estava na escada, ainda de terno, o rosto sério como sempre. Mingau latiu, correndo pra ele, e eu soltei Carla, que recuou com um sorriso falso.
— Felipe, querido! — ela disse, mudando o tom pra algo melífluo. — Vim te trazer uns documentos, mas sua... esposa decidiu me atacar.
— Atacar? — Eu ri, incrédula. — Ela invadiu a casa e me chamou de caipira! Felipe, diz pra ela sair!
Ele desceu as escadas lentamente, os olhos indo de mim pra Carla. Por um segundo, achei que ele ia ignorar tudo, como sempre. Mas então, pra minha surpresa, ele parou ao meu lado, tão perto que senti o calor do corpo dele.
— Carla, o que você tá fazendo aqui? — ele perguntou, a voz fria. — Eu não te convidei.
Ela piscou, claramente pega de surpresa. — Eu... só vim ajudar com os papéis da empresa, Felipe. Você sabe que eu sempre—
— Não preciso da sua ajuda — ele cortou, seco. — E não fale assim com a Luana. Ela é minha esposa, não uma intrusa. Você, por outro lado, tá na minha casa sem permissão.
Eu juro que meu queixo caiu. Felipe me defendendo? Era a última coisa que eu esperava. Carla abriu a boca, mas antes que pudesse dizer algo, ele deu um passo à frente, me puxando pela cintura. O toque dele foi firme, quase possessivo, e meu coração disparou.
— Só pra deixar claro — ele disse, olhando pra Carla, mas falando comigo —, ela é a dona dessa casa agora. — E então, sem aviso, ele se inclinou e me beijou. Não foi um selinho frio como no casamento. Foi um beijo quente, lento, que fez minhas pernas tremerem. *Os lábios dele eram firmes, mas havia uma suavidade que eu não esperava, como se ele estivesse provando algo. Minha mão subiu pro peito dele, sentindo o coração dele bater rápido, tão rápido quanto o meu.* Quando ele se afastou, eu estava sem ar, e Carla parecia pronta pra explodir.
— Você... você tá brincando, né? — Carla gaguejou, o rosto vermelho de raiva. — Sabe onde o Felipe tava ontem, Luana? Comigo. Na minha cama. Enquanto você dormia com essa cachorra sarnenta!
As palavras dela foram como um soco no estômago. Olhei pra Felipe, esperando que ele negasse, mas ele só apertou a mandíbula, o olhar fixo em Carla.
— Sai da minha casa, Carla — ele disse, a voz tão baixa que parecia um trovão. — Agora.
Ela hesitou, mas o olhar dele era tão intenso que ela recuou, pegando a bolsa. — Isso não acaba aqui, Felipe — ela sibilou, antes de bater a porta.
Eu me virei pra ele, ainda sentindo o gosto do beijo nos lábios. — É verdade? Você tava com ela ontem?
Ele suspirou, passando a mão pelo cabelo. — Não é da sua conta, Luana.
— Não é da minha conta? — Minha voz subiu, a raiva voltando. — Você me beija na frente dela, me defende, e agora diz que não é da minha conta? Eu sou sua esposa, Felipe!
— Um contrato — ele corrigiu, mas havia algo nos olhos dele, uma rachadura na armadura. — Eu beijei você pra calar a boca dela. Não significa nada.
— Nada? — Eu ri, amarga. — Você é um covarde, sabia? Não sabe o que quer, e tá me arrastando pro seu caos!
Antes que ele pudesse responder, a campainha tocou de novo. Dessa vez, era Fernanda, com Zayn ao lado dela. Meu irmãozinho correu pra mim, me abraçando com força.
— Luana! Tô com saudade! — ele disse, o rosto iluminado. Mingau latiu, pulando ao redor dele.
— Também tô, pequeno — sussurrei, bagunçando o cabelo dele. Fernanda, por outro lado, me olhou com desdém.
— Vejo que já tá causando problemas — ela disse, olhando de mim pra Felipe. — Espero que não envergonhe essa família, Luana.
— Família? — retruquei, segurando a mão de Zayn. — A única família aqui é o Zayn. Você só quer o dinheiro do Felipe.
Fernanda abriu a boca, mas Felipe levantou a mão. — Chega. Fernanda, você e o Zayn são bem-vindos, mas não venha falar assim com a Luana na minha casa.
Eu pisquei, surpresa de novo. Duas defesas num dia? Quem era esse homem? Fernanda bufou, mas não disse nada, só entrou com Zayn, que já estava correndo atrás de Mingau.
— Por que você tá me defendendo? — perguntei a Felipe, baixinho, enquanto Fernanda se afastava.
Ele me olhou, os olhos escuros indecifráveis. — Porque, goste ou não, você é minha esposa. E ninguém desrespeita o que é meu.
Eu não sabia se queria socá-lo ou beijá-lo de novo. Em vez disso, só balancei a cabeça. — Você é impossível, Sr. Iceberg.
Ele quase sorriu. Quase.
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Atualizado até capítulo 38
Comments
KLOWOR GAMING apa??
Estou viciada na sua história, atualiza please!
2025-05-24
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