Ela se aproximou, cada passo ecoando como uma sentença.
— O que você está fazendo aqui? — ele perguntou, sem levantar a voz.
— Eu queria te ver.
— Não devia.
— Eu sei. Mas vim mesmo assim.
Ele levantou uma sobrancelha. Lobo observava como se estivesse decidindo entre ignorá-la ou devorá-la ali mesmo.
— Qual o seu nome?
— Olívia.
Ele ficou em silêncio. Depois, disse com ironia:
— Dezoito?
— Sim.
— Hm.
Ele deu um gole no copo, como se a informação fosse irrelevante. Mas os olhos voltaram a queimar os dela.
— O que quer de mim, Olívia?
Ela hesitou. Queria responder “tudo”, mas a verdade explodiu em seus lábios antes que pudesse filtrar:
— Uma noite. Só uma noite.
Silêncio.
O copo parou a meio caminho da boca. Os olhos escuros a perfuraram. E depois, ele riu. Um riso baixo, cruel, que arrepiou a pele dela.
— Você não faz ideia do que está pedindo.
— Eu sei o que quero.
— Duvido.
— Prove.
Lobo se levantou. Era imenso. A presença dele enchia o ambiente, e quando ele se aproximou, ela sentiu o coração parar.
Ele se curvou, o rosto a centímetros do dela. O hálito cheirava a uísque e tabaco. A voz saiu como um trovão calmo:
— Você vai se arrepender, garotinha.
Ela encarou seus olhos.
— Mesmo assim, quero.
Lobo sorriu. Mas era um sorriso sem humor. Um aviso. Um presságio.
E então, ele passou por ela e disse:
— Me encontre amanhã, 22h. Se ainda quiser, estarei na oficina. Mas depois disso... não volte mais.
Ele não esperou resposta. Sumiu entre as sombras e deixou apenas o cheiro da tentação no ar.
Olívia saiu do galpão com o coração em chamas. Sabia que estava prestes a dar o passo mais perigoso da sua vida.
Mas era isso que ela queria.
O calor dentro do galpão era quase sufocante. O cheiro de cerveja, fumaça de cigarro e testosterona bruta era quase palpável. As luzes eram fracas, penduradas em fios improvisados, lançando sombras inquietantes nas paredes pichadas. Havia música — algo pesado, com guitarra distorcida e batida violenta — mas o som parecia distante, como se o coração de Olívia batesse alto demais para que ela ouvisse qualquer outra coisa.
Os olhos se voltaram para ela como se fosse um bicho fora do habitat. Ela era a pureza invadindo o antro da perdição. Sentia os olhares masculinos escaneando cada centímetro de sua pele exposta. Mas não recuou. Não era por eles que estava ali.
Era por ele.
E ele estava no fundo, encostado em um balcão de ferro enferrujado, bebendo algo escuro em um copo trincado. Ria de algo que um dos irmãos dizia, mas não havia nenhum traço de humor verdadeiro em sua expressão. A presença dele parecia comandar o ambiente, como se o próprio espaço se curvasse ao redor de Lobo.
Ela andou até ele, sentindo cada passo como uma declaração de guerra contra a lógica, o bom senso e sua própria segurança. Quando parou a menos de dois metros de distância, o grupo de homens silenciou. Um silêncio tenso caiu sobre o galpão.
Lobo virou o rosto lentamente. O olhar dele era cortante como navalha. Mediu-a dos pés à cabeça, sem qualquer disfarce. O copo parou em meio caminho até a boca. As sobrancelhas dele arquearam de leve.
— Você está perdida, princesinha? — a voz era grave, rouca e firme. Ela sentiu os pelos do corpo arrepiarem.
— Estou exatamente onde queria estar — respondeu, com mais coragem do que realmente possuía.
O grupo riu, mas Lobo não. Ele apenas estreitou os olhos.
— Você não tem ideia de onde está se metendo.
— Talvez eu tenha, sim.
Ele deu um passo à frente. O ar pareceu rarefeito. Estavam agora frente a frente. Ele era mais alto, mais forte, mais tudo. E ela era só uma garota comum, com o coração acelerado e as pernas tremendo sob o jeans curto.
— Você não pertence a esse mundo, boneca. Aqui não tem espaço pra sonhos cor-de-rosa.
— Eu não sonho cor-de-rosa, Lobo. Eu sonho com você.
Silêncio. Os homens atrás dele se entreolharam, boquiabertos. Ela não sabia de onde tirava aquela ousadia, mas as palavras saíam como se fossem naturais. Como se fossem destinadas.
Lobo se aproximou ainda mais. Ela podia sentir o cheiro da bebida, da fumaça e da pele dele. Um cheiro perigoso, masculino e quase viciante.
— Você é virgem? — a pergunta veio seca, direta. Como uma faca.
Ela hesitou por um segundo, depois assentiu, sem desviar os olhos.
Ele riu, um som baixo, sem humor.
— Então você é pior do que louca. Quer perder isso aqui, com um cara como eu?
— Quero perder com você. Mesmo que seja só por uma noite.
Um silêncio pesado caiu entre os dois. O som da música pareceu sumir. Era só ela e ele. Duas almas tão diferentes que jamais deveriam se cruzar. Mas algo queimava ali, entre eles, algo cru e inevitável.
Lobo olhou para ela por longos segundos. Como se estivesse decidindo se a despedia com um “vá embora” ou se aceitava o que ela acabara de oferecer.
Então, em um movimento súbito, ele segurou seu queixo entre os dedos calejados.
— Se eu disser sim, não tem volta. Eu não sou gentil. Não sou romântico. Você vai lembrar dessa noite pro resto da sua vida, por motivos que não são bonitos. Entende?
Olívia, com o coração na garganta, respondeu:
— É exatamente isso que eu quero.
E ele sorriu. Um sorriso escuro, sombrio... selvagem.
— Então venha comigo.
Perfeito. Vamos continuar com a Parte 3 do Capítulo 1 do livro “Uma Noite com o Lobo”, intensificando o clima entre Olívia e Lobo — levando-os à noite prometida. A seguir, a cena combina tensão emocional, sensualidade crua e o peso do que essa única noite pode representar para ambos
Ela o seguiu. Sem olhar para trás, sem medir as consequências.
Lobo atravessou o galpão com passos pesados, arrastando sua presença como uma tempestade. Olívia ia logo atrás, sentindo o coração bater descompassado, como se pudesse pular do peito a qualquer momento. Era real. Estava acontecendo.
Passaram por corredores sujos, com pichações nas paredes e lâmpadas piscando. Ele abriu uma porta sem dizer nada, revelando um quarto pequeno, com uma cama de colchão gasto, uma cômoda velha e uma moto desmontada no canto. O cheiro de óleo e couro queimado era forte, mas ela não se importava.
Ele fechou a porta atrás de si. O som da chave girando na fechadura fez um arrepio subir por sua espinha.
— Você ainda pode desistir — disse ele, a voz mais grave, carregada de algo que ela não soube nomear. — Esse é o último aviso.
Ela balançou a cabeça.
— Não quero desistir. Quero você.
Lobo a encarou por um longo tempo. Seus olhos eram escuridão líquida. Ele se aproximou devagar, como se testasse seus limites. Olívia não se mexeu. Estava paralisada pela intensidade daquele momento.
Quando ele a tocou, foi como se o mundo parasse.
Suas mãos grandes e ásperas seguraram a cintura dela com firmeza. Ele a puxou para perto, sem delicadeza, sem hesitação. Seus corpos se tocaram, e ela arfou, surpresa pela onda de calor que a invadiu.
— Você não faz ideia do que está pedindo, boneca — sussurrou contra a pele do seu pescoço, antes de mordê-la de leve. — Isso aqui... isso vai queimar você por dentro.
Ela agarrou a camisa dele com os dedos trêmulos.
— Então queime comigo.
Foi a última palavra antes do beijo. Um beijo devastador, faminto, impiedoso.
Lobo beijava como quem queria deixar marca, como se estivesse reclamando algo que nunca fora dele, mas agora era. A língua dele invadiu sua boca com urgência, dominando, explorando, arrancando suspiros que ela nem sabia que era capaz de emitir.
Suas mãos percorreram o corpo dela com pressa, mas também com uma curiosidade feroz. Como se ele quisesse decorar cada curva, cada tremor, cada suspiro. Quando os dedos dele alcançaram a pele nua sob a blusa, ela estremeceu, mas não recuou.
— Está com medo? — ele perguntou entre beijos.
— Sim — ela admitiu, ofegante. — Mas mais do que medo, eu tenho desejo.
Ele parou por um segundo, analisando-a como um predador faz com a presa antes de atacar.
— Vai doer, boneca. Vai doer porque você é minha primeira. E eu não sei ser suave.
Ela fechou os olhos por um segundo, depois abriu devagar, determinada.
— Só prometa que vai ser real. Nem que seja só por essa noite.
O silêncio que seguiu foi mais íntimo que qualquer toque. Lobo a encarou como se visse algo que não queria ver. Como se ela estivesse invadindo um território dele que sempre foi proibido.
— Eu não prometo nada. Mas vou te dar o que você quer. Tudo.
E então, ele começou a despi-la.
Lento, porém intenso. Como se cada centímetro da pele dela fosse algo sagrado, mas também profano. Os olhos dele seguiam cada movimento. O jeito como a blusa caiu, revelando a renda branca do sutiã. A forma como ela tremeu quando ele abriu o botão do jeans.
Ela estava vulnerável. E ainda assim, nunca se sentiu tão viva.
Quando ele a deitou na cama, o mundo inteiro deixou de existir. Só restava o calor, o cheiro dele, o toque firme, e o olhar que parecia devorar sua alma.
Lobo tirou a própria camisa. O peito coberto de tatuagens, músculos marcados e cicatrizes antigas. A visão era quase brutal. Ela nunca tinha visto um homem como ele. Nunca quisera tanto alguém.
Ele se posicionou sobre ela, os olhos fixos nos dela.
— Última chance, Olívia.
— Já escolhi, Lobo.
E então, ele a tomou.
Não foi suave. Não foi doce.
Foi selvagem, intenso, inesquecível.
A dor veio com força, como uma rajada afiada, mas foi logo engolida por uma onda avassaladora de prazer. Ela nunca imaginou que fosse assim. Tão cru. Tão real.
Lobo a possuiu como se ela fosse dele. Como se aquela noite fosse a única coisa que importava no mundo.
E quando os dois chegaram ao limite, juntos, ela soube.
Que mesmo que fosse só por aquela noite... Ela nunca mais seria a mesma.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Comments