Desejo, Poder e a Nova Rotina
Gustavo
Uma das mulheres que estava com ela veio chamá-la para dançar e pegar outra bebida, mas ela recusou. Ela então me apresentou à amiga, e em questão de segundos, já estavam agarrados, se beijando.
Não era surpresa para mim ver o Lucas em ação — isso é clássico dele.
Mas o que me chamou atenção mesmo foi a reação da mulher dos olhos grandes. Ela permaneceu ali, no banco, observando, e quando o Lucas falou algo, ela apenas respondeu:
— Tá tudo bem.
Vi quando ela retocou o batom usando a câmera do celular. Aquilo mexeu comigo. Deu uma vontade de saborear cada canto daquela boca.
Decidi ir até ela, chamar sua atenção. A princípio, ela não me deu muita bola. Mas insisti um pouco, e logo a conversa começou a fluir.
Foi leve, natural, diferente de tudo que já tinha vivido com uma mulher. Com ela, eu ficaria horas conversando, mesmo naquele barulho todo.
Combinamos de nos ver no fim de semana. Para não perder o contato, peguei o número dela ali mesmo e já enviei uma mensagem.
Ela precisou ir embora, e mesmo eu oferecendo carona, ela recusou. Fiquei chateado — queria aproveitar mais aquele momento.
No dia seguinte, de volta à empresa, percebo que alguém entrou na minha sala enquanto eu finalizava uma ligação. Ouço meu braço direito, Lucas, me chamando.
Ao me virar... era ela.
A morena que me atormentou os sonhos.
Levanto, vou até ela, cumprimento-a com um beijo no rosto e, no impulso, roubo um selinho. Ela fica surpresa, eu percebo. Lucas ri e se despede, nos deixando a sós.
Dou início à entrevista, mantendo o profissionalismo.
Ela ainda não percebeu que eu serei seu chefe direto, o que pode ser interessante. Quero ver se ela se envolve comigo por quem eu sou, e não pelo que eu tenho.
Olhando seu currículo, percebo que é multifuncional. Poderia ir bem em qualquer área da empresa, mas sei como os homens aqui são...
Não quero nenhum deles rodando em cima da minha mulher.
Tomo a decisão ali mesmo.
— Você vai ser minha secretária particular. Começa amanhã. Seja bem-vinda.
Peço para que a assistente providencie o contrato e, antes de sairmos, digo:
— Hoje, vamos almoçar juntos. Quero te apresentar a empresa do jeito certo.
Reserve um restaurante para dois, por favor.
Anny
Estou muito feliz. Não fiquei com nenhuma das vagas que me candidatei, mas o salário da função que me ofereceram é três vezes maior — e vou trabalhar diretamente com o Gu (acho que já posso chamar assim?).
Saímos da sala, e ele me leva até o RH. Eles vão enviar meus documentos para a sala dele mesmo. Depois, ele me apresenta o espaço de criação dos produtos que são enviados para a fábrica.
Reparei que as pessoas ficam meio receosas ao falar comigo. Gustavo, por outro lado, mudou completamente de postura. Comigo, ele continua gentil. Mas diante dos outros, ele é sério, imponente.
E algo me chamou a atenção: até os mais velhos o chamam de “senhor Marione”.
Voltamos para sua sala. Ele me convida para almoçar, e, confesso, pensei em recusar — estou sem dinheiro pra gastar num restaurante chique.
Mas antes que eu falasse algo, ele explicou:
— O restaurante é excelente. Fica tranquilo, é por minha conta.
Então percebo uma mesa sendo montada ali mesmo, na sala dele. Fiquei sem palavras.
— Já estou deixando tudo pronto para amanhã — ele comentou, casual.
— Muito obrigada, de verdade — respondi, ainda surpresa com tanta atenção.
Quando saímos, percebi olhares atravessados de algumas mulheres.
Não entendi o porquê, mas ignorei. Não devo nada a ninguém.
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Atualizado até capítulo 99
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