03

Anny

Encontros Não Tão Casuais

Assim que entreguei meu documento na recepção, ela me orientou:

— Você pode esperar ali com os outros candidatos.

Fui para o local indicado, mas... cadê as pessoas? Não tinha ninguém. Nenhum candidato. Nenhum entrevistador. Nada.

“Não é possível que entrei no lugar errado. Mas também, esse prédio é enorme.”

Já começava a ficar nervosa.

Levantei do sofá onde estava sentada e fui tentar encontrar alguém para pedir informação. Dei alguns passos, e...

— Você? De manhã cedo? Não é possível, empata foda! — ouvi uma voz conhecida e brincalhona.

Era ele. Lucas. O galinha da noite passada.

Ele se aproximou sorrindo, com aquela ousadia típica, e completou:

— Bom dia.

— Oi... — respondi, surpresa e um pouco sem graça.

— Desculpa por ontem, tá? — disse ele. — Juro que não foi por mal. Sem ressentimentos, vai... adoro esse seu sorriso.

Ele me cumprimentou com um beijo no rosto e perguntou o que eu fazia ali, na empresa.

— Vim pra uma entrevista — respondi, ajeitando a saia.

Lucas arqueou as sobrancelhas, visivelmente surpreso.

— Ah, então era verdade o que você falou ontem! Olha só... — sorriu. — Vem, vou te levar até o Gustavo.

— Você trabalha aqui? — perguntei, surpresa.

— Sim. Trabalhamos juntos. Sou sócio do grupo. — respondeu casualmente, como se isso fosse a coisa mais normal do mundo.

"Ah, então esse Lucas não é só um galinha bonito. Ele tem cargo também."

Subimos até o último andar — a cobertura do prédio. Passamos pela secretária, que o cumprimentou com familiaridade, e ele entrou direto na sala, sem bater na porta.

Um homem estava de costas, ao telefone. Bastou ele virar para que eu confirmasse o que já suspeitava.

Era Gustavo.

Lucas foi logo quebrando o silêncio:

— Eu também fiquei surpreso quando vi a Anny aqui. E sim, ela é bonita a qualquer hora do dia. Mas trouxe ela aqui porque tem uma entrevista na empresa.

Ele sorriu e completou:

— Aproveita e dá um “bom dia” pessoalmente.

Gustavo largou o celular, sorriu largo e veio até mim. Me cumprimentou com um beijo no rosto... e do nada, deu um selinho. Simples assim, como se fosse um hábito entre nós dois.

Fiquei sem reação. Aquilo foi rápido, discreto... mas íntimo. Me senti um pouco desconfortável, mesmo que parte de mim tenha gostado.

Gustavo

Sou CEO da minha própria empresa de cosméticos, com filiais em diversos países. Recentemente, decidi abrir uma unidade aqui na Bahia, tanto pelo mercado promissor quanto por razões estratégicas. Foi inaugurada há um mês, mas o setor de RH ainda não conseguiu fechar o quadro de funcionários. Uma dor de cabeça constante.

Na noite anterior, o Lucas insistiu para irmos a uma nova boate da cidade. A princípio, recusei. Diferente dele, não sou fã de exposição. Ele é o caçador; eu prefiro a discrição. Mas acabei aceitando, com a condição de ficar na área VIP. Mesmo assim, algo me puxou para a pista por um momento.

Enquanto observava o ambiente, vi um grupo de mulheres entrando. Lindas, todas. Mas uma, em especial, me prendeu o olhar. Morena, cabelo cacheado chocolate, sorriso marcante. Ela passou perto do bar... e pediu água.

“Quem sai numa sexta à noite e só bebe água?”

Pensei que estivesse acompanhada, então preferi não me aproximar. Até ver o Lucas com ela.

Ele, sempre com seu estilo direto, logo começou a conversar. No início, ela parecia desinteressada. Gostei disso. Mas, aos poucos, a conversa fluiu.

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