Após um dia de passeio cheio de diversão e vinho, Milena chega em casa carregando Luiza, completamente bêbada. Rindo da situação, leva a prima até o banheiro e a ajuda a tomar banho. Depois, Luiza senta-se na cama e, com os olhos cheios de lágrimas, desaba em um choro silencioso.
Com o coração apertado, Milena se senta ao lado dela e apenas ouve.
— Mih… sabe, eu senti falta disso. Das nossas conversas, das brincadeiras, de você me arrastando para aquelas festas duvidosas. Você sempre cuidou de mim como uma irmã mais velha, e eu te admiro muito por isso. Minha vida lá em Paris é ótima, tenho um bom emprego, uma casa linda, viajo bastante... mas me sinto muito sozinha. Os dias passam, as noites também, e tudo é sempre igual: só eu. Por isso pedi um tempo no trabalho, queria passar essa temporada com vocês.
— Luh, eu também te amo como uma irmã e sempre vou cuidar de você. E olha, você pode ficar aqui o tempo que quiser. Essa casa é sua também. Todos aqui te amam. Você viu como foi o café da manhã hoje? Todo mundo feliz com a sua volta, animado com as suas histórias. A gente vai fazer de tudo pra que você não se sinta mais sozinha, tá bom? Agora deita e descansa. Quero você recuperada amanhã.
Luiza abraça a prima e se deita. Milena sai do quarto e fecha a porta com delicadeza.
Ao sair, dá de cara com seus pais e sua irmã no corredor e pergunta, surpresa, o que estavam fazendo ali parados.
Eles explicam que estavam indo ver como Luiza estava e acabaram ouvindo a conversa. A mãe de Milena fica visivelmente abalada ao descobrir que a sobrinha se sentia sozinha, sem entender o motivo, já que ela havia ido para Paris justamente para ficar com os pais.
Todos então descem as escadas e vão para a sala de estar.
— Como ela pode estar sozinha esse tempo todo? Já são três anos e meio… — disse a mãe de Milena, confusa, tentando entender, pois acreditava que Luiza estava bem acompanhada em Paris.
Ficam ali por alguns minutos, em silêncio reflexivo, até decidirem ir jantar. Após o jantar, cada um sobe para seu quarto para descansar. Milena, ainda preocupada com a prima, decide deixá-la sozinha para que tenha uma noite tranquila e possa descansar melhor.
. Milena então vai para o quarto de visitas e ao entrar no quarto ela senta na cama ao ouvir seu telefone tocar... Então ela olha para a tela do celular e, com um sorriso que ilumina o rosto, atende à ligação.
— Oi, Eny! Como você está?
— Estou bem... pensando em você — responde Eny com uma voz suave e direta.
Milena sente o rosto esquentar imediatamente.
— Pensando em mim? — pergunta, surpresa, com um leve riso nervoso.
— Sim... pensando no nosso quase beijo. Aquela noite no parque.
O coração de Milena dá um salto.
— O beijo que o carro atrapalhou? — diz ela, entre risos contidos.
— Esse mesmo, rsrs. Queria saber quando vamos repetir aquela cena... mas dessa vez sem cachorro, sem carro, sem interrupções.
As palavras de Eny fazem o coração de Milena disparar. Um arrepio percorre sua espinha, suas mãos suam, e, em meio à confusão de sentimentos, o celular escorrega e cai no chão. Com os dedos trêmulos, ela o pega de volta e o pressiona ao ouvido. A voz de Eny ainda está lá, agora carregada de expectativa:
— Pelo seu silêncio... estou achando que nunca vamos ter essa cena de novo.
— Vamos sim! Claro que vamos! Assim que você voltar da viagem, a gente resolve isso — responde Milena, com a voz embargada e o coração querendo sair pela boca.
Elas continuam conversando por horas, rindo, trocando confidências, como se o tempo tivesse esquecido de passar. Até que Milena, distraída, olha para o relógio.
— Meu Deus! Já são 2h30 da manhã!
— Acho que é melhor a gente dormir, né? — diz ela, relutante. — Por mais que eu quisesse ficar ouvindo sua voz a noite toda, sei que você precisa descansar.
— Sim... mas antes, queria saber: tudo bem se eu te ligar às 10 da manhã?
— Perfeito! — responde Milena, sorrindo. — Estarei aqui, contando os minutos. Beijos!
Elas desligam com um misto de alegria e uma saudade doce que já começava a apertar. Cada uma se ajeita em sua cama, sorrindo para o teto, com o coração leve, como quem adormece sonhando acordada.
Na manhã seguinte:
Assim que acorda, Milena vai até o quarto de Luiza para ver como ela está. Ao empurrar a porta, encontra a prima sentada na cama, olhar perdido e ombros curvados — o remorso ainda presente em seu semblante.
— Oi, Luh... como você está se sentindo? — pergunta com suavidade.
— Bem... eu acho. Desculpa por ontem, Mih.
— Não se preocupa com isso, está tudo certo agora — responde Milena com um sorriso reconfortante.
As duas vão juntas até o banheiro, escovam os dentes lado a lado e descem para o café da manhã. Sentam-se à mesa e começam a comer quando a mãe de Milena aproveita o momento para retomar a conversa da noite anterior. Elas falam com sinceridade, trocam olhares e palavras que selam o afeto e o entendimento entre tia e sobrinha
Logo após o café, Milena sobe de volta para o quarto. Está no meio da escada quando ouve o celular tocar. Seu coração dispara. Ela corre, quase tropeçando nos próprios pés. Ao entrar no quarto, pega o celular com as mãos ainda trêmulas e atende, já com um sorriso no rosto.
— Alô?
É Eny. A voz do outro lado da linha faz o coração de Milena disparar de novo. Elas conversam por cerca de 40 minutos — tempo que parece voar. Riem, trocam segredos, flertam como se o mundo não existisse. Até que, de repente, Eny precisa desligar. Uma emergência surgiu.
Minutos depois, Joyce entra no quarto de Milena, radiante:
— Bom dia! Adivinha? Hoje é dia de filmes e jogos em família!
Milena sorri. Elas descem animadas, e passam o resto da tarde entre pipoca, gargalhadas e competições no tabuleiro.
Mais tarde, após o jantar...
Milena comunica animada:
— Hoje à noite de boate! Joyce, Luiza... bora se arrumar!
Sem perder tempo, Milena já pega o telefone e liga para Layla:
— Se arruma, que às 21h30 a gente passa aí para te buscar!
Roupas escolhidas, maquiagem feita, perfumes no ar... As três estão prontas e animadíssimas. Pegam o carro, e passam na casa de Layla, de lá partem para a balada.
Assim que entram na boate, a energia já toma conta. Músicas altas, luzes pulsantes, e o bar logo ali. Elas pedem três rodadas de shots para “começar a noite do jeito certo”. Risadas, brindes, euforias.
Entre idas e vindas da pista de dança ao bar, Milena já se sente leve... ou melhor, completamente entregue àquela noite. De repente, algo chama sua atenção. Um olhar. Alguém a observa intensamente do outro lado da pista. Ela finge que não vê, mas seu corpo sente.
Desconfortável e precisando de um tempo, avisa às meninas que vai ao banheiro.
Cambaleando levemente, ela entra e acaba esbarrando na pia, tombando para trás. Antes de cair, sente mãos firmes a segurando.
— Você está bem? — pergunta uma voz doce, firme, quente.
— Estou, sim... — responde Milena, tentando se endireitar.
Ela se vira para agradecer, mas congela. Diante dela está uma mulher desconhecida, de beleza hipnotizante, que a encara com um olhar misterioso, quase provocante.
Tomada pelo álcool e pela explosão de sensações, Milena não pensa — apenas age. Em um impulso arrebatador, ela se lança nos braços da mulher e a beija intensamente. Um beijo elétrico, quente, ousado. As mãos se perdem entre os cabelos, os corpos se encaixam, a respiração falha.
Minutos de pura intensidade até que...
— O QUE É ISSO, MILENA?! — grita Joyce, entrando no banheiro com Luiza e Layla logo atrás, ambas de olhos arregalados.
Milena se afasta num sobressalto, ofegante, os lábios ainda entreabertos. O olhar confuso das amigas a atinge como um raio.
E ali, naquele banheiro de balada, entre álcool, desejo e surpresa, a noite de Milena toma um rumo inesperado...
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Atualizado até capítulo 38
Comments
Maria Andrade
eita agora a história vai pegar fogo
2025-06-13
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