Atração Inesperada no Segundo Ano

Atração Inesperada no Segundo Ano

O enigma da primeira fila

O sino estridente ecoou pelos corredores do Westview High, marcando o fim de mais um intervalo barulhento e o retorno à rotina das aulas. Para Jenna Ortega, o segundo ano já se mostrava um território familiar de notas impecáveis e olhares curiosos. Aos dezesseis anos, ela carregava consigo uma aura de inteligência afiada e uma beleza magnética que invariavelmente atraía a atenção dos rapazes. No entanto, cada tentativa de aproximação masculina era recebida com um sorriso educado e uma frase que se tornara sua marca registrada: "Ainda não encontrei alguém que me faça sentir que vale a pena... sou uma edição limitada, sabe?"

Enquanto a turma de literatura se acomodava, uma figura elegante adentrou a sala, vestindo uma saia lápis grafite que realçava suas curvas e uma blusa de seda azul-marinho. Margaret Robert, a professora de literatura, irradiava uma compostura profissional quase intimidante. Seus cabelos loiros estavam presos em um coque impecável, e a maquiagem, sempre discreta, realçava seus olhos penetrantes sem revelar muito sobre seus pensamentos. Os poucos professores solteiros que ousaram tentar uma aproximação foram repelidos por uma barreira invisível, apelidada nos corredores de "a maquiagem gelada" de Margaret.

Jenna, sentada estrategicamente na primeira fila, geralmente absorta em seus próprios pensamentos ou na leitura do livro da vez, ergueu os olhos quando Margaret começou a falar sobre a poesia de Emily Dickinson. A voz da professora era firme e melodiosa, carregando uma paixão contida pela literatura que, pela primeira vez, despertou algo além da mera curiosidade intelectual em Jenna.

Enquanto Margaret discorria sobre os temas da morte e da imortalidade na poesia de Dickinson, Jenna permitiu que seu olhar vagasse discretamente pela professora. A forma como Margaret gesticulava suavemente, a maneira como seus lábios se moviam ao proferir as palavras dos poetas, a inteligência que brilhava em seus olhos... algo ali capturou a atenção de Jenna de uma forma inédita.

Nos dias que se seguiram, a atenção de Jenna nas aulas de literatura se intensificou. Não que suas notas sofressem – pelo contrário, suas perguntas se tornaram mais perspicazes e suas análises, ainda mais profundas. Mas havia uma nova camada em seu interesse. Ela começou a notar os pequenos detalhes: o jeito como Margaret franzia a testa ao se concentrar, o leve rubor em suas bochechas quando um aluno fazia uma pergunta particularmente interessante, o sutil perfume floral que pairava ao seu redor.

Em uma tarde, ao final da aula, enquanto os outros alunos se dispersavam, Jenna se aproximou da mesa da professora com seu exemplar de "Folhas de Relva" de Walt Whitman em mãos.

"Professora Robert," começou Jenna, sua voz ligeiramente mais rouca do que o habitual. "Eu estava relendo este poema e fiquei pensando sobre a sua interpretação da conexão entre o eu e a natureza..."

Margaret ergueu os olhos, encontrando o olhar intenso de Jenna. Havia algo diferente na maneira como a aluna a olhava hoje, uma intensidade que ia além da curiosidade acadêmica. Por uma fração de segundo, seus olhos se encontraram, e Margaret sentiu um leve tremor percorrer seu corpo, uma sensação há muito adormecida.

"Sim, Srta. Ortega?" respondeu Margaret, mantendo sua compostura profissional, embora seu coração batesse um pouco mais rápido. "Qual a sua dúvida?"

Jenna inclinou-se ligeiramente sobre a mesa, o perfume doce de sua loção corporal invadindo o espaço pessoal de Margaret. "Eu senti que Whitman explora uma intimidade quase... física com o mundo ao seu redor. Você acha que essa mesma intensidade pode ser encontrada nas relações humanas?"

O olhar de Jenna era direto, quase um desafio. Margaret sentiu um calor subir à sua garganta. A pergunta, embora formulada no contexto da literatura, carregava uma carga palpável.

"As relações humanas são complexas, Srta. Ortega," respondeu Margaret, sua voz ligeiramente mais grave. "Elas podem conter uma intensidade profunda, sim. Mas essa intensidade precisa ser construída com respeito e dentro dos limites apropriados."

Houve um breve silêncio, carregado de uma tensão sutil. Jenna manteve o olhar fixo em Margaret, um pequeno sorriso enigmático curvando seus lábios.

"Limites," repetiu Jenna suavemente, como se saboreasse a palavra. "São feitos para serem testados, não acha, professora?"

Com um aceno de cabeça educado, Jenna se afastou, deixando Margaret parada em sua mesa, a mente agitada por aquela troca de olhares e palavras. A "aluna prodígio" da primeira fila havia lançado a primeira pedra, e Margaret, pela primeira vez em muito tempo, sentiu sua "maquiagem gelada" começar a derreter sob o calor de um olhar inesperado.

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