Capítulo 4

Zaira, semi-reclinada no sofá de couro preto, mal levantou a cabeça ao ouvir a porta se fechar com um leve rangido amortecido pelos grossos tapetes. O zumbido baixo do ar condicionado misturava o perfume do ambiente: whisky envelhecido, tabaco caro e uma fragrância de madeiras profundas.

Suas pálpebras pesavam, mas conseguiu distinguir a silhueta de um homem que avançava em sua direção com passo firme e seguro, como se o mundo inteiro lhe pertencesse.

O ar se tornou tenso, denso, carregado de eletricidade. Um arrepio percorreu suas costas, arrepiando sua pele.

Primeiro chegou seu cheiro: uma mistura selvagem de cedro, vetiver, couro curtido... algo primitivo e masculino que a atingiu no estômago como um soco suave. Zaira aspirou sem querer, sentindo esse aroma cravar-se em sua memória.

Leonardo Santos.

Alto, imponente, com seu terno escuro abraçando a força de seu corpo ainda atlético apesar dos anos. Seu cabelo negro azeviche tinha veios prateados que brilhavam sob a tênue iluminação, como se o tempo o tivesse acariciado com respeito.

A barba bem aparada emoldurava sua mandíbula dura. Mas o que realmente a prendeu foi seu olhar: uns olhos cinza metálico, frios como o aço, que pareciam ver além de sua roupa, além de sua pele... até sua alma mesma.

Zaira piscou, o coração começando a tamborilar contra suas costelas.

—Quem...? —balbuciou, com a voz embargada, tentando se levantar em vão.

Leonardo não respondeu. Apenas deixou que a distância entre eles se evaporasse.

Seus sapatos italianos soavam abafados sobre o tapete. Cada passo era como o golpe de um tambor de guerra.

Quando esteve diante dela, Zaira sentiu sua sombra cair sobre seu corpo. Instintivamente, quis se levantar e retroceder, mas seu corpo, quente e atordoado pelo álcool, se negou a obedecer.

A observou como um caçador estuda sua presa.

E então, sem aviso prévio, suas mãos grandes e firmes se fecharam em sua cintura, levantando-a com uma facilidade humilhante. Zaira soltou um grito abafado, suas pernas cambaleando.

—Me solte! —gemeu, sua voz um sussurro desesperado.

Leonardo inclinou a cabeça, observando-a com uma mistura de diversão cruel e desejo obscuro. O canto de sua boca se curvou em um sorriso quase imperceptível.

—Não se faça de difícil, boneca —ronronou, sua voz áspera acariciando sua pele como veludo áspero—. Olhe para mim... Seus olhos estão implorando para que eu te devore.

Antes que pudesse replicar, sua boca caiu sobre a dela.

O primeiro beijo não foi um roçar. Foi um assalto.

A beijou com a violência de um homem faminto, roubando-lhe o alento, saboreando sua resistência com uma paciência perversa.

Sua língua invadiu sua boca, explorando-a sem pedir permissão. O sabor amargo do whisky em seu hálito se misturou com a doçura trêmula da jovem, criando um veneno que Zaira absorvia a cada batida.

Ela golpeou seu peito debilmente, seus punhos se perdendo contra a dureza de seu torso. Pôde sentir cada músculo sob o tecido de sua camisa, cada batida potente de seu coração.

Leonardo grunhiu contra sua boca, um som gutural que a estremeceu até a medula.

Suas mãos deslizaram por suas costas, apalpando-a, reclamando-a, marcando-a como sua em uma linguagem que seu corpo entendia melhor que sua mente.

Zaira gemeu, uma nota baixa e rouca, quando ele segurou sua nuca, puxando-a para ele. Seus lábios se abriram em uma súplica muda e Leonardo aproveitou, aprofundando o beijo até fazê-la esquecer seu próprio nome.

As luzes tênues lançavam brilhos dourados sobre a cena.

O mármore frio das paredes parecia sussurrar segredos proibidos.

O veludo azul das cortinas absorvia cada gemido, cada arquejo abafado.

Leonardo se separou o suficiente para olhá-la.

Suas pupilas estavam dilatadas, quase negras, e sua respiração pesada levantava e abaixava seu peito poderoso.

Uma de suas mãos percorreu a linha de sua mandíbula, desceu por seu pescoço exposto, seguindo o pulso frenético que batia sob sua pele.

—Esta noite... você será tudo o que preciso, gosto que se faça de difícil —murmurou, sua voz um sussurro pecaminoso.

Zaira engoliu saliva, presa nesse olhar como um cervo diante de um lobo.

Sentiu como sua saia era lentamente empurrada para cima por mãos experientes. O roçar dos dedos de Leonardo em suas coxas desnudas arrancou um arquejo que escapou de seus lábios.

A pele se arrepiava ali onde a tocava, como se cada carícia acendesse uma faísca que a consumia por dentro.

—Está tremendo —zombou ele, deslizando sua boca por seu pescoço—. Gosto disso.

Ela fechou os olhos com força, mordendo o lábio para não soluçar. Mas quando seus lábios encontraram a curva sensível de sua clavícula, Zaira arqueou as costas contra seu corpo, buscando mais dessa loucura, mais dessa aniquilação doce.

Leonardo sem soltá-la. Sentou-se primeiro no sofá e a arrastou para sentá-la a cavalo sobre ele, como se fosse um troféu.

Suas mãos se apoderaram de seu rosto, acariciando-o com uma ternura enganosa antes de esmagá-la contra sua boca de novo, devorando-a.

O calor de sua ereção latente sob suas calças pressionava contra a virilha de Zaira, arrancando-lhe um gemido de pura necessidade.

Ela apoiou as mãos em seus ombros, as unhas cravando-se levemente em sua pele. Sua mente gritava para que parasse, que isso estava errado, que devia fugir...

Mas seu corpo já havia se rendido.

A camisa de Leonardo logo voou aberta, revelando um peito de músculos definidos, coberto por tatuagens que pediam para ser acariciadas.

Zaira, trêmula, passou os dedos por sua pele quente.

Leonardo soltou um grunhido de aprovação e deslizou as alças de seu vestido para baixo, expondo seus seios.

A boca dele se fechou sobre um de seus mamilos em um movimento faminto, fazendo-a gemer alto.

Sugou, mordeu suavemente, enquanto sua outra mão baixava lenta, mas inexorável em direção à umidade que encharcava sua roupa íntima.

—Olhe para você... —sussurrou Leonardo, erguendo o olhar para ela, seus lábios úmidos—. Você foi feita para ser adorada. Para ser possuída.

Zaira soluçou, sem saber se era de vergonha ou de êxtase.

Sua mão hábil afastou o tecido, encontrando seu centro palpitante e úmido. Um só toque de seus dedos bastou para que ela se estremecesse, suas unhas arranhando-lhe os ombros.

—Isso é... —murmurou, satisfeito—. Deixe sair, boneca. Esta noite você é livre. Esta noite... você é minha.

E sem mais advertências, Leonardo a invadiu com seu dedo, depois com outro, esticando-a, preparando-a, enquanto sua boca voltava à dela para abafar cada grito, cada súplica, cada lágrima derramada de prazer.

A noite, fora da suíte, seguia vibrando com a música do clube, a batida distante do baixo.

Mas para eles, o mundo havia desaparecido.

Só restava a escuridão, o desejo...

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