Entre Sombras e Pecados...
Os ossos não mentem...
O som do gotejar constante de água era a única coisa que preenchia o silêncio sufocante da sala.
A sala era um porão. Concreto. Sem janelas. Gelado. No canto, uma mesa com instrumentos que não eram exatamente amigáveis: alicates, lâminas, fios.
Ele puxou os braços, mas as cordas morderam sua pele. Já tinha sangue seco nos pulsos. Tentou gritar algo, mas a fita abafava tudo. Foi então que ele percebeu: não estava mais sozinho.
Uma figura estava ali. Encostado na parede. Silencioso.
Terno impecável. Rosto limpo. Frio como a lâmina de uma faca. Ele parecia mais uma sombra viva do que um homem.
Não disse nada por longos minutos. Só o olhava. Como se estudasse.
Cael encarou de volta. Tentou parecer desafiador, mesmo com o coração disparado.
E Dante sorriu. Um sorriso quase imperceptível, mas carregado de alguma coisa doentia.
Ele caminhou até Cael, ajoelhou-se diante dele e retirou a fita com calma.
Dante inclinou a cabeça. Puxou o cabelo de Cael com força, forçando-o a encará-lo.
Cael cuspiu sangue no chão, respirou fundo e falou:
A resposta foi um soco seco no estômago. Cael se dobrou, arfando.
Dante
— Vou perguntar de novo. Nome.
Cael
— Vai se foder. Me dá um cigarro pelo menos antes de começar o show.
Outro soco. No rosto, dessa vez. A cabeça de Cael virou com o impacto, sangue jorrando da boca.
Dante
— Quantos invadiram a casa?
Cael
Cael riu. Uma risada seca, zombeteira.
— Não sei... tava ocupado cagando nas estátuas de ouro do dono. Muito cafona, por sinal.
Dante perdeu a paciência. A próxima sequência veio rápida: chute nas costelas, puxão nos cabelos, soco no maxilar. O som dos ossos estalando ecoou como tiros na sala vazia.
Dante
— Você é só um rato de rua. Um merdinha. Vai morrer aqui, sabia?
Cael cuspiu sangue no chão de novo, encarando-o com um sorriso torto e o lábio rasgado.
Cael
— Então mata logo, porra. Mas cala essa Sua boca antes, Só fala merda.
Dante parou. Respirou fundo. A expressão no rosto dele mudava sutilmente — de calma absoluta para uma irritação desconcertada.
Aquilo… não era o que ele esperava. O garoto não chorava. Não implorava. Não cedia.
Como se já tivesse sido quebrado por coisa muito pior.
Ele deu o último soco da noite — direto na têmpora.
Cael apagou na hora, a cabeça pendendo pro lado.
Dante ficou olhando pra ele por longos minutos, os olhos fixos no garoto desacordado.
Algo naquela resistência... incomodava.
E mais do que isso, começava a despertar uma curiosidade perigosa.
Comments
Nick-chan
fudeu legal pro Cael....
2025-04-30
7