Demônios Internos (BakuDeku)
Capítulo 4: "À Beira do Silêncio"
Acordar era mais difícil que dormir.
Izuku levantou-se devagar, os olhos pesados e a alma arrastando correntes invisíveis. O sol mal tocava o céu, e Bakugou ainda dormia, enrolado no cobertor.
Ele o observou por alguns segundos. O jeito como a respiração dele era calma, como o peito subia e descia em paz. Aquilo doía. Porque Izuku sentia que nunca conseguiria alcançar essa mesma paz.
Silencioso, pegou o casaco que estava jogado no sofá, calçou os tênis e saiu do apartamento.
O vento da manhã era cortante, como se quisesse arrancar pedaços dele a cada passo.
Caminhou sem rumo pelas ruas quase desertas. As luzes dos postes ainda piscavam, como se o mundo também estivesse cansado de brilhar.
Parou em uma ponte. A mesma ponte onde, anos atrás, pensou em sumir pela primeira vez.
O barulho da água lá embaixo era forte. Hipnótico.
Izuku
💭Talvez fosse mais fácil… se eu deixasse tudo ir. Se essa dor acabasse aqui. Ninguém teria que carregar meu peso. Nem o Kacchan.💭
Lentamente, apoiou as mãos no parapeito. O vento bagunçava seus cabelos, mas ele não sentia mais frio. Só o vazio.
Izuku
💭Eu só… queria parar de doer. Só isso.💭
De repente, uma voz surgiu na sua mente. Fraca, mas insistente. Era Bakugou, gritando no fundo da lembrança.
“Eu não vou deixar você ir!”
As palavras bateram fundo. Ele fechou os olhos com força. As lágrimas caíam, quentes e silenciosas.
Izuku
(sussurrando):
— Desculpa, Kacchan… eu tô tentando… Mas tá tão difícil.
E foi nesse momento que ele sentiu.
Mãos segurando seu casaco por trás, puxando-o de volta com força.
Bakugou
— EU FALEI QUE NÃO VOU DEIXAR VOCÊ IR, PORRA!
Izuku caiu de joelhos, chorando, enquanto Bakugou o abraçava com desespero.
Bakugou
(com a voz embargada):
— Você é tudo que eu tenho, porra! Se você se for… eu vou junto! Eu não ligo pra nada além de você!
Izuku se agarrou a ele como se estivesse se afogando — e, de certa forma, estava.
Izuku
(entre soluços):
— Eu só queria que parasse… a dor, os pensamentos…
Bakugou
— Então me deixa carregar essa dor com você. Me deixa lutar contra esses pensamentos, um por um. Mas não me deixa sozinho… por favor.
O sol começava a nascer no horizonte, pintando o céu com tons suaves de laranja e azul.
E ali, naquele momento frágil e cru, Izuku sentiu… que talvez ainda houvesse tempo. Tempo pra se curar. Pra viver. Mesmo quebrado. Mesmo ferido.
Comments
Divo do Luke✨️
Mano, isso ta perfeito...
2025-06-05
2