Demônios Internos (BakuDeku)
Capítulo 3: "Onde a Luz Não Alcança"
A madrugada chegou sem anunciar. O som do vento contra a janela era constante, quase como um sussurro do mundo tentando entrar.
Izuku ainda estava acordado, mesmo deitado no colchão improvisado no chão do quarto de Bakugou. Seus olhos encaravam o teto, mas sua mente estava em outro lugar — um lugar escuro, apertado, onde as vozes não paravam.
Izuku
💭Você nunca foi suficiente. Nunca vai ser.💭
Izuku
💭Por mais que tentem te amar, você sempre acaba quebrando tudo… sempre pesa demais.💭
Bakugou dormia acima, deitado no colchão da cama. Respirava pesado, mas tranquilo. Izuku o observava com um certo medo… medo de que aquele momento fosse apenas uma ilusão passageira.
Izuku
💭Eu queria tanto acreditar que posso ser amado… mas a cada vez que chego perto disso, algo dentro de mim grita que não mereço.💭
Um frio percorreu sua espinha. Era a mesma sensação que tinha desde os tempos de escola, quando caminhava pelos corredores com os olhos no chão, tentando não existir demais.
A sala estava cheia, mas ele se sentia invisível.
— "Fraco."
— "Chorão."
— "Você não serve pra nada."
Palavras gravadas como tatuagens queimadas em sua pele. Os colegas riam, e ele fingia não ouvir. Mas doía. Doía tanto que, às vezes, ele se perguntava como o coração ainda aguentava bater.
Ele se lembrava de uma vez, escondido na enfermaria vazia, mordendo o próprio punho para não chorar alto. Sentia-se como um peso morto no mundo. Um fardo.
Lágrimas silenciosas escorriam pelo rosto de Izuku agora. Ele virou de lado, tentando abafar o som da própria dor. Mas Bakugou percebeu. Sempre percebia.
Bakugou
(com voz rouca, sonolento):
— Deku… você tá chorando?
Izuku não respondeu. Não sabia como.
Bakugou
(mais desperto):
— Vem aqui.
Hesitante, Izuku se levantou. Bakugou abriu espaço na cama, puxando a coberta. Eles não falaram nada enquanto Izuku deitava ali, virado de costas, com os ombros tremendo.
Bakugou
— Eu queria poder arrancar esses pensamentos da sua cabeça… queria poder socar cada voz que te faz acreditar que você não vale nada.
Izuku
(com a voz falha):
— Às vezes… eu só queria sumir. Só queria que essa dor parasse.
Bakugou o abraçou por trás, com firmeza, mas com delicadeza. Como se temesse que ele se quebrasse.
Bakugou
— Eu sei como é. E eu juro… por tudo que eu sou… eu não vou deixar você ir.
Os olhos de Izuku se fecharam devagar. Ainda havia dor. Ainda havia escuridão. Mas, por um instante, ele se permitiu sentir o calor daquele abraço. Se permitiu acreditar que talvez… só talvez… existisse um lugar para ele. Mesmo com todos os seus demônios.
Comments
🏳🌈A_Tal_De_Cu_Preto🏳🌈
agr a pontada no coração foi brusca 💔
2025-06-29
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