04

Ele se viu desejando uma caçada diferente de tudo que já havia experimentado antes... e Rosalie era a escolha perfeita.

Infelizmente, o desejo dele por ela não tinha nada a ver com o motivo de ele ter exigido que ela ficasse depois do jantar. Os dedos dele permaneceram no braço dela até as portas se fecharem com força, e então ela o soltou com um puxão.

Ele poderia tê-la segurado, mas a deixou ir. Não fazia sentido quando ela o desprezava tanto quanto ele a desejava.

Como humana, ela não era tão capaz de esconder suas emoções dele quanto seus súditos vampiros. Seu coração batia forte de ansiedade, e ele queria saber o porquê.

Normalmente, ela era muito mais composta do que isso.

Ela não só estava mentindo sobre o motivo do atraso... como também estava escondendo algo dele. Algo grande. Ele sentia.

"Venha comigo", ordenou Dominick, conduzindo-a para longe da sala de jantar e para uma das salas de estar. Era um cômodo menor, mais intimista, com uma lareira acesa na lareira e algumas lâmpadas lançando um brilho acolhedor pelo ambiente. Não era um cômodo destinado a receber convidados, longe de ser sofisticado ou elaborado como o resto do palácio. Parecia mais autêntico, e ele esperava que a atmosfera familiar encorajasse Rosalie a se abrir com ele.

Ele sentou-se em uma das poltronas perto da lareira, e Rosalie foi para a outra, empoleirando-se na beirada da cadeira e mantendo a coluna ereta e alerta. As mãos cruzadas no colo, os nós dos dedos ficando brancos de tanta força que ela os segurava. Cada movimento que ela fazia contava uma história, mas ele não conhecia o enredo.

Ela permaneceu em silêncio enquanto ele a observava, torcendo as mãos nervosamente. Mesmo tão ansiosa quanto estava, Rosalie era de longe a mulher mais bonita que ele já vira — humana, feérica, vampira ou qualquer outra. Ela tinha os cabelos loiros mais brilhantes, que agora estavam presos em cachos que caíam sobre os ombros, e as costas nuas, expostas pelo vestido de seda glamouroso que abraçava cada centímetro do seu corpo perfeito.

Dominick afundou-se ainda mais na cadeira. Vê-la assim, tão perto dele, naquele espaço íntimo... trouxe à tona memórias de noites escuras passadas ali, ela ofegando sob ele enquanto gemia seu nome.

Se pudessem voltar àqueles dias, a vida seria muito mais simples. Os dias em que Rosalie o olhava com uma alegria incomparável naqueles olhos doces... não o medo e o desdém que ondulavam neles quando ela finalmente levantava a cabeça para encará-lo agora.

"Você queria falar comigo?" ela finalmente disse, incomodada o suficiente pelo silêncio para quebrá-lo.

Dominick considerou contornar o assunto por um tempo, prolongando seu tempo na presença dela... mas também não via sentido nisso. Só havia um limite para a diversão quando ela mal conseguia olhar para ele.

Tinha sido assim o tempo todo, desde que ela estivera presa ali com ele. A princípio, ele pensou que finalmente seria uma oportunidade de cortejá-la novamente, de compensar seus erros do passado... mas ela nunca lhe dera uma chance, e ele sabia que isso não mudaria naquele momento.

"Qual o verdadeiro motivo do seu atraso?", perguntou Dominick. "Você não é um ser humano frágil, Rosalie. Minha corte pode acreditar nessa mentira lamentável que você inventou, mas eu não. Eu sei quando você está escondendo alguma coisa."

"Sinto muito", disse Rosalie automaticamente. "Isso não vai acontecer de novo."

"Isso não é suficiente. Quero saber por que você se atrasou."

Ele observou o movimento da garganta de Rosalie enquanto ela engolia em seco e considerava suas opções. Estaria ela elaborando uma nova história com o passar dos segundos ou estaria prolongando sua resposta por outro motivo? A Rosalie que ele conhecia era uma mulher brilhante e cuidadosa, tanto que os vampiros frequentemente cometiam o erro de subestimá-la. Dominick nunca cometera o mesmo erro... até que cometeu e arruinou tudo entre eles. Tudo de bom, pelo menos.

Pelo que ele sabia, o nervosismo podia ser um espetáculo armado para arrancar algo dele. Ele também não duvidaria disso.

"E então?" ele perguntou novamente quando ela não disse nada.

Os dedos longos e elegantes de Rosalie tremiam levemente onde seguravam o vestido. Ele os imaginou tremendo em volta do seu pênis e, com um suspiro relutante, deixou a imagem se dissipar. Não ia acontecer.

Pelo menos não esta noite.

Lentamente, ela respirou fundo e olhou para Dominick, seus olhos se encontrando com os dele. Não havia medo neles agora, apenas determinação e resolução.

"Eu estava tentando escapar", disse Rosalie, com a voz perfeitamente calma.

Embora seu pulso estivesse irregular como o de um pássaro aterrorizado momentos antes, agora estava firme e calmo. Dominick franziu a testa, sem saber o que fazer com aquilo ou com a admissão dela.

"Você sabe que ninguém pode escapar", disse Dominick, cautelosamente. "Então por que tentaria? De novo? Não estamos te maltratando, estamos?"

"Não", ela respondeu rápido demais. "De jeito nenhum. Mas... eu tenho uma vida para viver, Dominick. Um negócio que provavelmente está desmoronando neste exato momento, porque não estive lá para administrá-lo nos últimos quatro meses. Quanto mais tempo eu ficar longe, maior a probabilidade de eu não ter mais nada para fazer em casa."

Ela não entrou em detalhes sobre como exatamente tentara fugir do palácio, mas os detalhes não importavam. Dominick sentia a urgência de suas palavras, o desespero por trás delas. Ela não estava apenas tentando evitar outro jantar.

"Isso não é verdade", disse Dominick. "Ninguém se levantaria para assumir a sua posição quando eu o incumbir de ser o guardião de escravos de todo o reino."

Rosalie zombou. "Duvidoso. Muitos já tentaram me assassinar e me tirar do poder para forçar vocês a agirem. Muitos acreditam que um humano não deve governar um setor importante da economia vampírica. Seria ingênuo acreditar que vampiros não estejam conspirando para assumir minha posição enquanto estou presa aqui. Imagino que todos os meus homens tenham sido assassinados e substituídos no momento em que a notícia da minha prisão se tornou pública."

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