A noite caiu sobre Manhattan, tingindo os prédios com tons alaranjados e azuis. As luzes do 35º andar da Martin Group ainda estavam acesas. Aurora digitava no computador da sala de engenharia, completamente imersa no projeto. Os fones de ouvido abafavam o som do mundo ao redor, até que uma mão tocou seu ombro levemente.
Ela virou bruscamente, tirando os fones. Noah.
— Que susto! — ela reclamou, levando a mão ao peito.
— Desculpa. — ele riu, com aquele sorriso fácil que fazia o estômago dela virar. — Mas você tá aqui sozinha a essa hora? Quer que eu te leve?
— Estou terminando o esboço da fundação. Prefiro adiantar, assim não fico com a equipe me esperando amanhã. — respondeu, voltando o olhar para a tela, tentando ignorar a presença dele.
Mas era difícil. Noah se aproximou, encostando-se à mesa ao lado dela. Observava cada movimento com atenção.
— Sabe que isso é sexy pra caramba, né?
— O quê?
— Você assim, concentrada, de coque bagunçado, mordendo o lábio… — ele inclinou o rosto, falando próximo ao ouvido dela. — Dá vontade de te distrair.
Aurora sorriu, mesmo sem querer.
— Você é sempre assim?
— Só quando a mulher me deixa louco. — ele respondeu, e antes que ela dissesse algo, seus dedos tocaram levemente o rosto dela, afastando uma mecha de cabelo.
Ela o encarou. Por um segundo, não havia mais som, mais projeto, mais fones de ouvido.
A respiração dele era quente. E estava perto. Muito perto.
Mas antes que pudesse acontecer qualquer coisa, a porta se abriu com força.
— Aurora. — A voz de Liam cortou o momento como uma lâmina.
Ela se afastou de Noah instintivamente, ajeitando o coque e o vestido.
Liam entrou com passos firmes, tenso, olhos fixos nos dois.
— Preciso falar com você. Agora.
Aurora franziu o cenho, mas assentiu. Pegou seu tablet e saiu da sala ao lado dele. Noah ficou parado, o sorriso sumindo aos poucos. O clima havia mudado. Drasticamente.
No corredor, Aurora andava rápido ao lado de Liam, sentindo a tensão no ar. Ele não dizia nada, apenas a guiava até a sala de reuniões. Quando chegaram, ele fechou a porta atrás dela com força.
— Algum problema com o projeto? — ela perguntou, confusa.
Liam virou-se devagar. E então, com um olhar que misturava raiva e algo mais intenso, respondeu:
— Não. O problema é você nos braços do meu irmão.
Aurora travou.
— Desculpa?
— Você sabe o que está fazendo, Aurora. — ele avançou um passo. — Desde que entrou aqui, provoca os dois, brinca com fogo… acha mesmo que isso vai acabar bem?
Ela sentiu a pele arrepiar, mas o tom dele a irritou.
— Eu não sou uma peça no tabuleiro de vocês dois, Liam. Eu trabalho aqui. Não pedi que seu irmão me encarasse daquele jeito, nem que você ficasse me observando como se quisesse me devorar viva.
Os olhos dele escureceram.
— Talvez eu queira.
O ar saiu dos pulmões dela.
— Você está ultrapassando o limite.
— E você está cruzando todos eles, Aurora.
Ela estava prestes a retrucar, mas Liam deu um passo à frente, segurando firme seu braço. O toque não era bruto, mas era firme. Determinado.
Aurora o encarou, desafiadora.
— Vai me impedir de sair?
— Vou fazer algo que devia ter feito no segundo em que você entrou naquele escritório.
E então ele a puxou.
A boca dele colidiu com a dela num beijo urgente, quente, possessivo. Aurora ofegou contra seus lábios, mas não resistiu. As mãos dele estavam em sua cintura, puxando-a com força contra seu corpo. A sala desapareceu. O mundo desapareceu.
Ela gemeu baixinho quando a língua dele invadiu sua boca com fome, explorando cada canto como se quisesse marcá-la. Liam era intenso, dominante, e seu beijo deixava claro: ele não estava disposto a dividir.
Mas Aurora… ela gostava do jeito como ele a beijava, como a pressionava contra a parede, como seu corpo inteiro tremia sob o toque dele.
Quando se afastaram, ambos estavam sem fôlego.
Liam encostou a testa na dela, ainda ofegante.
— Isso não é só trabalho, Aurora. Não mais.
Ela o olhou, atordoada, sentindo os lábios quentes e o coração disparado.
— Eu… eu não sei o que pensar.
— Então não pense. Sinta. — ele respondeu, e seu olhar mergulhou no dela. — Mas entenda uma coisa… se você continuar brincando com fogo, eu vou ser o único a te queimar.
Ele soltou seu braço com suavidade e saiu da sala, deixando-a ali, em choque.
Aurora encostou-se à parede, levando os dedos aos lábios ainda sensíveis. Um beijo. Mas não qualquer beijo. Um que incendiou tudo por dentro.
E agora… o que ela faria?
Estava completamente envolvida por dois homens que não sabiam perder. Dois irmãos dispostos a tudo.
E ela… estava começando a gostar de ser o centro dessa disputa.
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Atualizado até capítulo 32
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