Aurora caminhava pelo corredor do 35º andar da Martin Group com a planta do projeto em mãos, mas sua mente ainda estava presa àqueles dois. Liam e Noah Martin.
Era como encarar dois polos opostos de um mesmo ímã. Liam tinha aquela postura rígida, olhar afiado, quase impenetrável. Seu jeito sério e a forma como a analisava faziam sua pele arrepiar. Já Noah era fogo puro. Brincalhão, provocador, com aquele sorriso de canto que parecia prometer perigos deliciosos.
Ela balançou a cabeça, tentando se concentrar. Estava ali para trabalhar, não para fantasiar sobre os dois homens mais irresistíveis que já havia conhecido.
Mas o destino parecia querer brincar com ela.
Quando entrou na sala de engenharia, deu de cara com Noah, encostado na bancada, braços cruzados e um sorriso de quem já sabia o que viria.
— Te assustei? — ele perguntou, tirando os olhos do celular.
— Um pouco. — Aurora respondeu, erguendo uma sobrancelha. — Costuma rondar os projetos assim?
— Só os que me interessam.
Ela bufou, tentando conter o sorriso que ameaçava surgir. Noah se aproximou devagar, e ela notou como ele era alto. Seu perfume amadeirado a envolveu imediatamente, e Aurora sentiu a garganta secar.
— Sei que é cedo, mas posso dizer uma coisa? — ele perguntou, parando perto o bastante para que ela sentisse a eletricidade entre eles.
Ela ergueu os olhos, desafiadora.
— Diga.
— Você vai me enlouquecer, engenheira Sullivan.
Ela riu, nervosa. Mas antes que pudesse responder, uma terceira voz cortou o ar feito uma lâmina:
— Noah.
Ambos se viraram. Liam estava parado na porta, terno escuro impecável, mãos nos bolsos e olhar gélido. Mas Aurora sentiu a tensão na forma como ele apertava o maxilar.
— Só estava dando boas-vindas à nova engenheira. — Noah respondeu, tranquilo, embora seu sorriso tivesse ficado um pouco mais afiado.
— Isso não justifica estar tão perto. — Liam entrou, os olhos presos nos dela. — A Srta. Sullivan tem trabalho a fazer.
Aurora cruzou os braços, desafiando o olhar do CEO.
— E o Sr. Martin sempre interrompe assim?
— Só quando preciso manter o foco da minha equipe. — ele respondeu, firme.
A tensão entre os três era palpável. Aurora sentia o calor subir pelo corpo, mas não era de vergonha… era da intensidade daquilo tudo. Da forma como ambos a olhavam como se a quisessem, mesmo que não dissessem.
Ela respirou fundo, tentando retomar o controle.
— Eu estava apenas explicando o andamento do projeto para o vice-presidente. — ela disse com elegância.
— E eu estava adorando a explicação. — Noah acrescentou, com um sorriso de canto.
Liam ignorou o irmão e olhou para ela.
— Pode continuar isso depois. Preciso de você na sala de reuniões agora, Srta. Sullivan. Temos ajustes para revisar.
Ela assentiu, passando por ele com o queixo erguido. Mas mal notou como Liam desviou o olhar para as curvas sob o tecido justo do vestido. E Noah… bem, ele encarou o irmão com um sorriso sacana.
— Isso vai ser divertido.
A sala de reuniões estava silenciosa, só o som dos papéis sendo folheados por Liam e Aurora. Ele estava sentado à sua frente, mas seus olhos vez ou outra se perdiam nos dela. Aquilo estava longe de ser profissional.
— Por que engenharia? — ele perguntou de repente, a voz mais baixa, íntima.
Ela ergueu os olhos, surpresa pela pergunta.
— Porque é onde posso criar, imaginar… e controlar o que construo.
Ele inclinou a cabeça, analisando-a.
— Gosta de ter controle, então?
Aurora segurou o olhar dele por um momento.
— Quando não tenho, costumo bagunçar tudo.
Liam sorriu de canto, um daqueles sorrisos raros, perigosos.
— Eu também.
A tensão ficou espessa no ar. Por um instante, ambos esqueceram dos projetos, dos contratos. Só havia aquele silêncio carregado de desejo contido.
Mas então a porta se abriu. E Noah entrou com a naturalidade de quem sabe que está quebrando algo importante.
— Esqueci minha pasta. — ele disse, mas o sorriso denunciava que sabia exatamente o que estava fazendo.
Aurora se levantou, pegando seus papéis.
— Com licença. Vou deixar vocês… — ela disse, e passou por Noah, que piscou discretamente.
Quando ela saiu, Liam se levantou, devagar.
— Você vai ter que parar com isso.
— Com o quê? — Noah respondeu, fingindo inocência.
— De provocá-la. — Liam avançou até ele, o tom mais baixo e ameaçador. — Isso não vai acabar bem, Noah.
— Não vai acabar bem... pra quem, Liam?
Os dois se encararam. Irmãos. Sócios. Rivais.
Pela primeira vez na vida, eles queriam a mesma mulher. E nenhum deles estava disposto a abrir mão dela.
**
Lá fora, Aurora encostou-se à parede do corredor, o coração acelerado.
Sabia o que estava sentindo. Desejo. Excitação. Curiosidade. Mas o mais perigoso de tudo era que... sentia isso pelos dois.
E, por mais que tentasse negar, alguma coisa dentro dela sussurrava que essa história estava só começando.
E que ela não queria, nem por um segundo... que acabasse logo.
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Atualizado até capítulo 32
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