Aurora acordou no dia seguinte com a sensação de que seu corpo ainda carregava o gosto do beijo de Liam. Seus lábios estavam sensíveis, a mente, acelerada. Ela passou a manhã tentando se concentrar no projeto, mas a lembrança do toque firme, da respiração dele contra sua pele, a fazia suspirar sem querer.
Noah também vinha à mente — aquele sorriso, os olhares provocantes. E mais que isso: a forma como ele a fazia rir, como parecia enxergá-la de um jeito leve, diferente do irmão.
Só que aquela leveza estava prestes a ruir.
Ao entrar na sala de reuniões com uma pasta de amostras, Aurora deu de cara com os dois irmãos.
Liam estava de pé, junto à mesa de vidro. Impecável, como sempre, mas com os olhos fixos nela. Intenso. Queimava.
Noah estava sentado, relaxado, girando a tampa de uma garrafinha de água. Mas o olhar dele… estava diferente. Não havia sorriso. Havia dúvida. Irritação.
— Bom dia — ela cumprimentou, tentando manter o tom neutro.
— Pra quem começou o dia com um beijo roubado, tá até bem calma. — Noah disparou, direto, ácido.
O mundo pareceu parar.
Aurora congelou no meio da sala, a respiração presa no peito. Seus olhos encontraram os de Liam, que desviou o olhar por um segundo. Então voltou a encará-la com firmeza.
— Você contou? — ela perguntou, indignada.
— Eu não preciso que ele me diga. — Noah se levantou, andando até ela com passos firmes. — Eu conheço meu irmão. E conheço o jeito que você tá fugindo do meu olhar desde que entrou aqui.
— Isso é loucura. — ela tentou se defender.
— Loucura é você brincar com dois homens que têm sangue quente, Aurora. — Noah respondeu, baixo, parando tão perto que ela sentiu o calor dele. — Acha mesmo que pode nos provocar e sair ilesa?
Liam se aproximou também. Os dois estavam diante dela. Fortes. Intensos. E completamente à beira do controle.
— Eu não sou de ninguém. — Aurora disse, com a voz firme.
— Ainda. — Liam rebateu, frio e direto.
— Não seja ridículo. — ela o olhou com raiva. — Você me beijou. Eu não pedi. Foi errado.
— Errado? — Liam riu de canto, sarcástico. — Então por que você gemeu contra a minha boca?
Aurora corou, sentindo a pele arder. Mas antes que pudesse responder, Noah segurou o queixo dela, fazendo-a encará-lo.
— Você queria? — ele perguntou, os olhos cravados nos dela. — Queria que ele te beijasse?
Ela hesitou. O silêncio foi a resposta.
Noah soltou o queixo, encarando o irmão.
— Então agora estamos em guerra. — declarou.
— Eu não vou disputar como se ela fosse um troféu. — Liam respondeu, com os olhos fixos na expressão dela.
— Claro que vai. — Noah se aproximou mais, num tom grave. — Porque você quer ela tanto quanto eu.
Aurora sentia o coração acelerar. Ela deveria fugir. Deveria dizer que não queria os dois. Mas… parte dela gostava daquilo. Do jogo, da tensão, do fato de ser o centro do desejo de dois homens perigosos e completamente dominadores.
— Eu não sou de brincar com sentimentos. — ela disse, tentando controlar a situação.
— E eu não sou de dividir mulher. — Liam retrucou, com o maxilar tenso.
— Ainda mais uma como você. — Noah completou, os olhos brilhando de desejo. — Bonita, inteligente… e com um fogo nos olhos que me deixa maluco.
Liam deu um passo à frente e puxou a mão dela. Foi rápido, direto. Os dedos dele entrelaçaram-se aos dela com firmeza.
— Ontem foi só o começo. — ele murmurou. — E se você acha que consegue fugir de mim, Aurora, tá muito enganada.
Ela o encarou, sentindo o coração descompassado. A forma como ele falava… como a olhava… era como se a estivesse marcando.
Mas então Noah veio por trás, passando os dedos pelos ombros dela, e sussurrou no ouvido:
— Acha mesmo que ele sente mais do que eu? Porque, se você quiser, posso te mostrar agora… o quanto você me deixa louco.
Aurora fechou os olhos por um segundo. Estava no meio de uma disputa que fugia do controle. E, por mais errado que fosse… algo dentro dela queria que continuasse.
— Chega. — ela disse, com a voz firme, abrindo os olhos. — Eu vim aqui pra trabalhar. Não sou um campo de batalha entre vocês dois.
Ela puxou a mão da de Liam, afastou-se do toque de Noah e respirou fundo.
— Me respeitem. Ou eu vou sair daqui.
Os dois a encararam. Nenhum disse uma palavra. Mas os olhos… os olhos diziam tudo.
Essa história estava longe de terminar. E todos sabiam disso.
Mais tarde, sozinha na varanda do prédio, Aurora observava as luzes da cidade. O vento bagunçava seus cabelos ruivos, e os pensamentos dançavam sem rumo.
Ela queria ser forte. Queria manter a razão.
Mas a verdade era uma só: ela estava sendo desejada por dois homens perigosos, lindos… e irmãos.
E, pior ainda…
Ela estava começando a desejar os dois também.
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Atualizado até capítulo 32
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