capítulo 5

Sophia Carter e Nicolai Petrov saíram do restaurante, caminhando juntos até um Mercedes preto com vidros escurecidos. A noite de Los Angeles estava movimentada, cheia de luzes e vozes que se misturavam na cidade sem nunca realmente se encontrarem. No entanto, enquanto ela entrava no carro ao lado de Nicolai, sentia que estava entrando em um mundo que não pertencia exatamente a essa realidade.

— A noite ainda não acabou, moya dorogaya — Nicolai disse, sua voz carregada de um tom divertido.

Sophia lançou um olhar inquisitivo.

— E para onde estamos indo agora?

— Um clube de jogos... mas não um qualquer — ele sorriu. — É um local para aqueles que realmente importam.

A resposta de Nicolai era propositalmente vaga, como sempre. Ele gostava de manter um ar de mistério, e Sophia já estava começando a entender que isso fazia parte de sua personalidade. O carro deslizou suavemente pelas ruas iluminadas até parar diante de um edifício discreto, mas imponente. Os seguranças na entrada os reconheceram imediatamente, permitindo a passagem sem questionamentos.

Ao entrar, Sophia percebeu que aquele lugar exalava exclusividade. O salão principal estava repleto de pessoas bem vestidas, taças de champanhe nas mãos, conversas discretas fluindo ao som de uma música clássica suave. Mesas de poker estavam espalhadas pelo salão, enquanto garçons discretos circulavam entre os convidados, oferecendo bebidas e charutos.

No entanto, algo a fez sentir um arrepio na nuca.

Dmitri.

O homem que Nicolai apresentou a ela estava observando-a desde o momento em que ela pisou naquele lugar. Seus olhos eram analíticos, quase frios, como se ele estivesse avaliando cada movimento dela. Sophia manteve a compostura, mas internamente seu radar de alerta estava ligado.

“Quem é esse homem, realmente? E por que me observa com tanto interesse?”

Dmitri não desviava o olhar. Durante todo o período em que esteve no clube, Sophia podia sentir sua presença como uma sombra constante. Mesmo enquanto conversava com outros convidados, seu olhar sempre voltava para ele.

“Ele quer me intimidar? Ou apenas descobrir quem sou de verdade?”

A sensação de estar sendo observada a acompanhou durante toda a noite, tornando cada interação mais cuidadosa, cada sorriso mais ensaiado.

— Parece que você chamou a atenção de Dmitri — Nicolai sussurrou ao seu ouvido, sua voz carregada de um tom divertido.

Sophia virou-se ligeiramente para ele, mantendo um sorriso educado no rosto.

— Ele é alguém que deveria me preocupar?

Nicolai soltou uma risada baixa.

— Dmitri gosta de analisar as pessoas antes de confiar nelas. Mas não se preocupe, se ele não gostasse de você, já teria ido embora.

“Ótimo… então agora estou sendo testada sem saber as regras do jogo.”

Sophia passou o restante da noite conversando com figuras influentes, enquanto Dmitri continuava sua vigília silenciosa. Cada vez que ela se movia, ela sentia seus olhos sobre ela.

Do outro lado do salão, Mark também estava atento. Escondido entre os convidados, ele mantinha uma distância segura, mas sem perder um único detalhe.

“O que diabos ela está fazendo? Ela parece deslocada, mas ao mesmo tempo... interessada. Está se deixando levar por Nicolai? Ou é apenas o jogo da missão?”

Seus punhos se fecharam ao ver como Nicolai se aproximava dela, guiando-a com sua presença dominante. Algo dentro de Mark o incomodava profundamente.

Em determinado momento, enquanto Nicolai conversava com outros homens em um canto do salão, Sophia sentiu Dmitri se aproximar. Ele parou ao seu lado, segurando uma taça de uísque, e olhou para ela com um meio sorriso.

— Então, você é a famosa Elena Morgan!

Ela se virou para ele, mantendo a expressão neutra.

— E você é Dmitri!

— Vejo que Nicolai falou de mim. O que ele disse?

Sophia inclinou levemente a cabeça.

— Que você gosta de analisar as pessoas antes de confiar nelas.

Dmitri soltou uma risada baixa.

— Inteligente. E o que você acha? Passei na sua análise?

Ela sustentou o olhar dele.

— Ainda estou decidindo.

Dmitri sorriu de forma enigmática e ergueu o copo levemente antes de dar um gole.

— Boa resposta. Mas saiba, Carter, que a confiança é uma via de mão dupla. Vamos ver até onde você chega.

Antes que ela pudesse responder, Nicolai retornou e colocou uma mão em sua cintura de maneira casual, mas firme.

— Tudo bem por aqui?

Dmitri apenas sorriu e se afastou, deixando Sophia com uma sensação incômoda no peito.

Quando a noite começou a se aproximar do fim, Nicolai tocou suavemente a cintura de Sophia, indicando que era hora de ir. Ela assentiu, despedindo-se dos que conhecera, mas quando seus olhos encontraram Dmitri novamente, ele ainda estava lá, observando-a com um leve sorriso nos lábios.

O olhar dele fez com que um frio percorresse sua espinha.

O trajeto até o hotel foi silencioso no início, mas então Nicolai olhou para Sophia de relance e sorriu.

— Então, o que achou de Dmitri?

Ela suspirou.

— Ele é... intrigante. Mas também parece perigoso.

Nicolai soltou uma risada baixa.

— Você tem razão nos dois pontos. Mas acredite, se ele não confiasse minimamente em você, não teria se dado ao trabalho de conversar.

— Que privilégio… — ela ironizou.

Nicolai sorriu, como se achasse divertida a maneira como ela reagia.

— Confiança se conquista, Sophia. Dmitri apenas quer entender quem você é.

— E você? — ela perguntou, cruzando os braços. — Já entendeu quem eu sou?

Ele a olhou por um instante, como se avaliasse a resposta.

— Ainda estou decidindo.

Sophia sorriu de lado, balançando a cabeça. A sensação de estar sendo testada não a abandonava.

Ao chegar ao hotel, Nicolai estacionou na entrada e desceu primeiro. Ele abriu a porta do carro para ela com um gesto elegante. Quando Sophia saiu, por alguns segundos seus olhos se encontraram.

Foi apenas um instante. Mas o tempo pareceu desacelerar.

Seu coração disparou como nunca antes. O olhar de Nicolai era intenso, carregado de algo que ela não sabia definir. Uma eletricidade no ar a fez prender a respiração, e, por um momento, a ideia de um beijo passou por sua mente.

Mas nenhum dos dois se moveu.

Sophia piscou, forçando-se a sair daquele instante suspenso no tempo.

— Boa noite, Nicolai.

Sua voz saiu mais baixa do que queria, mas firme.

Nicolai inclinou levemente a cabeça, um leve sorriso nos lábios.

— Boa noite, minha cara.

Ela virou-se rapidamente e entrou no prédio sem olhar para trás.

No quarto

Ao entrar em seu quarto, Sophia fechou a porta e encostou-se nela por um momento, respirando fundo. O silêncio do cômodo era um contraste gritante com a noite agitada. Ela tirou os sapatos, sentindo os pés doloridos, e caminhou até o banheiro.

A água quente do chuveiro escorreu por sua pele, levando consigo a tensão acumulada. Enquanto lavava os cabelos, sua mente voltou a Dmitri.

“Por que ele estava tão interessado em mim? O que Nicolai realmente queria me mostrar hoje à noite?”

Então, seus pensamentos mudaram para Mark.

“Ele estava lá. Eu sei que estava. Mas por quê? Está me vigiando ou vigiando Nicolai?”

Ela saiu do banho, vestindo um roupão macio e secando os cabelos. Caminhou até a cama e deitou-se, sentindo o cansaço finalmente pesar sobre seu corpo.

Mas o sono não veio imediatamente.

Ela ficou olhando para o teto, sentindo-se presa entre todas as forças ao seu redor.

Mas quem realmente estava no controle do jogo?

Essa era a pergunta que não a deixava dormir.

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