capítulo 2

A viagem de Washington, D.C., a Los Angeles transcorreu sem incidentes. O jato comercial cortava o céu noturno enquanto Sophia observava as luzes abaixo se aproximando. A cidade dos anjos brilhava como um tapete de estrelas refletindo na escuridão do oceano. Ao seu lado, Mark revisava um arquivo no tablet, concentrado.

"Aterrissamos em vinte minutos", ele murmurou sem desviar os olhos da tela. "Temos uma reserva em um hotel discreto no centro. O ponto de encontro para a primeira observação é em um restaurante sofisticado de Beverly Hills."

Sophia assentiu, absorvendo as informações. "Temos certeza de que ele estará lá?"

"Nossas fontes indicam que Petrov tem um hábito de jantar nesse local sempre que visita a cidade. Ele gosta de se exibir, ainda que discretamente."

Assim que o avião tocou a pista, Sophia sentiu a adrenalina começar a circular. Ela nunca subestimava uma missão, e essa, em particular, parecia carregada de riscos. Petrov não era um amador.

No aeroporto, passaram sem problemas pelo controle com os documentos falsos. Sophia agora era Elena Morgan, uma consultora financeira de Nova York, e Mark era seu colega de trabalho, David Russell. Carregavam apenas bagagens de mão, parte da estratégia para facilitar movimentações rápidas.

"Nosso carro está esperando", Mark informou, conduzindo Sophia até um sedã preto de vidros escuros. O motorista, um contato local da CIA, apenas os cumprimentou com um aceno antes de arrancar em direção ao centro da cidade.

O hotel era um edifício de arquitetura clássica, imponente, mas sem ostentação exagerada. Uma segurança discreta, funcionários bem treinados e um saguão iluminado por um enorme lustre de cristal davam o tom do lugar. O tapete felpudo absorvia os passos de Sophia e Mark enquanto caminhavam até o balcão de check-in.

A recepcionista, uma mulher de sorriso profissional, entregou as chaves dos quartos. “Bem-vindos, senhor e senhora Morgan. Seu quarto está no décimo andar, com vista para a cidade.”

Sophia pegou a chave e seguiu para o elevador. O corredor do andar era silencioso, e o quarto, espaçoso, com uma grande cama de dossel, uma varanda de vidro e um banheiro luxuoso. Largou a mala na poltrona e caminhou até a janela. Lá fora, Los Angeles brilhava com seus letreiros de neon e o tráfego incessante. Era uma cidade vibrante, cheia de possibilidades e perigos.

Respirando fundo, virou-se para o espelho e analisou seu reflexo. Ainda tinha algumas horas até o encontro, mas precisava estar impecável.

No banheiro, ligou o chuveiro e deixou a água quente relaxar seus músculos. O vapor preencheu o ambiente enquanto ela passava os dedos pelos cabelos, sentindo a tensão da viagem se dissipar aos poucos. Ao sair do banho, enrolou-se em um roupão macio e sentou-se diante da penteadeira. Cada detalhe precisava ser pensado com precisão.

Optou por um vestido preto de seda que abraçava suas curvas de forma elegante, sem exageros. O tecido era suave contra sua pele, deslizando perfeitamente ao longo de seu corpo. Os saltos pretos complementavam o visual, alongando sua silhueta sem perder a discrição necessária para a missão.

Os cabelos castanhos escuros foram presos em um coque baixo, com algumas mechas soltas para suavizar o rosto. A maquiagem foi aplicada com precisão: olhos levemente esfumados, lábios em um tom suave de vermelho, apenas o suficiente para chamar atenção sem parecer forçado. O perfume escolhido tinha notas sutis de jasmim e âmbar, um toque de mistério e sofisticação.

Quando terminou, deu uma última olhada no espelho. Estava pronta para entrar no jogo.

Uma batida na porta interrompeu seus pensamentos. Ela abriu e encontrou Mark, que já estava vestido com um terno escuro, a postura casual, mas o olhar atento. Assim que a viu, arqueou as sobrancelhas, impressionado.

“Uau.” Ele soltou um assobio baixo. “Definitivamente, Petrov vai notar você. Na verdade, metade do restaurante vai.”

Sophia cruzou os braços, um sorriso de canto brincando nos lábios. “Essa era a intenção.”

Mark balançou a cabeça com um meio sorriso. “Bem, se eu não te conhecesse, diria que você é uma socialite que vive em jantares de gala. Você está... impecável.”

Ela pegou a bolsa e lançou um olhar provocador. “Você também não está nada mal, Russell. Mas vamos ao que interessa. Temos um russo para observar.”

O trajeto até o restaurante foi silencioso. O carro deslizou pelas ruas iluminadas de Los Angeles, onde letreiros de neon piscavam incessantemente, refletindo nas janelas dos prédios altos. O brilho da cidade contrastava com a tensão silenciosa que crescia dentro dela. O que a aguardava naquela noite? Seria fácil ganhar a atenção de Nicolai? Ou ele já teria seus próprios instintos aguçados para perceber que ela era mais do que uma mulher bonita buscando uma conversa casual?

Ao chegarem ao restaurante, Mark saiu primeiro, analisando discretamente o ambiente antes de abrir a porta para Sophia. O local exalava sofisticação – lustres de cristal pendiam do teto alto, e as paredes eram decoradas com obras de arte minimalistas. Os convidados, todos trajando roupas impecáveis, conversavam em tom baixo, como se cada palavra trocada carregasse um significado maior.

O maître os recebeu com um sorriso profissional e os conduziu a uma mesa estrategicamente posicionada com vista para o salão principal. Sophia sentou-se de costas para a parede, garantindo uma visão ampla do local. O perfume amadeirado de Mark misturava-se ao aroma delicado dos pratos servidos ao redor.

“Ele já chegou?”, Mark perguntou, ajeitando o guardanapo sobre as pernas.

Sophia varreu o ambiente com os olhos experientes. Seu coração acelerou um pouco ao ver a figura alta e imponente de Nicolai Petrov ao fundo do salão. Ele estava acompanhado por dois homens, evidentemente seguranças, e uma mulher loira deslumbrante, que ria discretamente ao seu lado.

Seus olhos percorreram cada detalhe do russo. O cabelo negro, preso em um meio coque, o terno impecável, a postura relaxada, mas ao mesmo tempo calculada. Ele exalava controle e confiança, um homem acostumado a estar no comando. Mesmo sem olhar diretamente para ela, Sophia sentiu o peso da presença dele no ambiente.

Uma mistura de emoções tomou conta dela – adrenalina, cautela e, para sua surpresa, um leve fascínio. Era raro encontrar um alvo que emanasse tanto magnetismo. Era como se cada movimento dele fosse ensaiado para atrair a atenção sem precisar de esforço. Ela precisava lembrar-se de que ele era seu objetivo, não alguém que deveria admirar.

Respirando fundo, Sophia tomou um gole do vinho que o garçom acabara de servir e olhou discretamente para Mark. “Agora começa o jogo.”

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