A névoa pairava sobre as árvores altas da Floresta Esquecida, um lugar proibido para os alunos da Escola Lupina. Mas naquela manhã, uma convocação inesperada mudaria tudo.
Luaen sentia um frio estranho no peito desde que acordou. O colar de cristal que herdara da mãe pulsava levemente, emitindo uma luz azulada cada vez que ela se aproximava da muralha norte.
Zuma apareceu apressada no corredor dos dormitórios.
— Adivinha quem foi chamado para uma missão especial?
— Missão? — Luaen franziu o cenho. — Achei que só os anciões e guardiões pudessem atravessar a floresta.
— Pois é. Mas Soratta convocou você, Riven, eu, Lara e Lupper.
Luaen sentiu um calafrio.
— Riven?
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Na sala do conselho, Soratta, com sua capa azul marinho e os olhos flamejantes, os esperava ao lado de Kaelion, que carregava um mapa antigo sobre a mesa de pedra.
— Há um santuário esquecido, perdido entre as árvores ao norte. Uma relíquia da Era dos Guardiões foi ativada — disse Soratta.
Kaelion apontou um ponto no mapa.
— É uma das Chaves de Equilíbrio. Se cair nas mãos das sombras… o equilíbrio entre a luz e a escuridão se rompe de vez.
— Por que nós? — perguntou Riven, cruzando os braços.
— Porque só vocês podem passar pelos portais ocultos sem ativar as armadilhas da floresta. A linhagem da Lua e a linhagem da Noite, quando unidas… abrem o caminho.
Luaen engoliu em seco. Aquilo era real. Perigoso. E ao mesmo tempo… sentia-se chamada.
— Quando partimos?
— Agora.
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A caminhada começou sob o som distante de tambores espirituais. Lara e Lupper mantinham a retaguarda, atentos a qualquer movimento. Zuma cochichava encantamentos para manter o caminho limpo, enquanto Riven e Luaen lideravam o grupo, guiados pela luz do colar lunar.
— Você sente isso? — Luaen perguntou em voz baixa.
— Como se alguém nos observasse? — Riven respondeu sem hesitar. — O tempo todo.
De repente, as árvores ao redor tremeram. Do alto, sombras caíram como corvos em ataque. Mas não eram corvos.
— Guardiões corrompidos! — gritou Lupper.
Criaturas esqueléticas com asas negras e olhos ocos cercaram o grupo. Lara sacou duas adagas reluzentes. Zuma traçou runas no ar. Riven puxou a espada das sombras e Luaen fechou os olhos, buscando força na marca prateada na testa.
— FIQUEM JUNTOS! — gritou Soratta pela conexão mental. — Não deixem que separem vocês!
A batalha foi intensa. Os jovens lutavam com garra, mas os inimigos pareciam infinitos. Até que Luaen, em um impulso de coragem, cravou a palma da mão no chão, liberando uma onda de luz lunar que ofuscou tudo.
As criaturas recuaram.
E, do silêncio que veio depois, uma figura surgiu. Flutuava entre as árvores. Roupas azuis, cabelos platinados… tatuagens brilhando nos braços.
— Lyria — sussurrou Luaen, ajoelhada.
A Guardiã das Águas olhou para o grupo com serenidade.
— Vocês provaram sua força. Mas este é apenas o começo.
Ela estendeu a mão para Luaen e Riven.
— A relíquia está próxima. Mas cuidado… há algo maior esperando por vocês lá dentro. Algo antigo… algo esquecido.
Riven firmou o punho na espada.
— Estamos prontos.
Luaen, ofegante, assentiu. — Juntos.
E com o toque de Lyria, o chão sob os pés deles brilhou. Um portal abriu-se, revelando a entrada do Santuário dos Ecos.
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Do alto do templo, Hateki Assari observava as estrelas com Zaigan ao seu lado.
— O primeiro chamado chegou — disse Hateki. — E logo, a luz e a sombra terão de escolher entre o sacrifício… e o amor.
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Atualizado até capítulo 44
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