Capítulo 2 – “O nome dela era Claire”
O carro deslizou pelas ruas de Lyon enquanto Adrien mantinha o olhar perdido pela janela. A cidade passava rápida, mas sua mente estava presa em algo – ou melhor, em alguém. Ele não sabia o sobrenome dela, mas lembrava do nome como quem guarda um segredo: Claire.
— Está tudo certo com a reunião, senhor Lefèvre? — perguntou Marc, seu assistente pessoal, do banco da frente.
— Hã? Ah, sim… está sim. — Adrien piscou, voltando à realidade.
Não estava. Nada estava. Ele era um homem acostumado a números, contratos, decisões de milhões em questão de segundos. Mas havia algo naquela garota... naquele tropeço, naquela pressa, naquele jeito de desviar o olhar como se tivesse medo de ser lida. Ela era diferente. Natural. Sem maquiagem pesada, sem salto de grife, sem as intenções que ele tanto conhecia. E justamente por isso… impossível de esquecer.
Enquanto Adrien entrava em sua empresa com o celular vibrando a cada passo, do outro lado da cidade, Claire se jogava no sofá do pequeno apartamento que dividia com Sophie. Um lugar modesto, mas com janelas largas e plantas que resistiam ao vento francês.
— Você encontrou um CEO e não pegou o número dele?! — Sophie apareceu na porta com uma tigela de pipoca, os olhos arregalados.
— Eu não sabia que ele era CEO, Sophie. Pra mim, era só um homem bonito e... bem vestido demais — disse Claire, rindo. — E você sabe que eu não sou dessas. Eu não caio em conto de fadas.
— Às vezes, o conto de fadas cai em você.
Claire bufou, pegando um punhado de pipoca. Tentava parecer tranquila, mas a verdade é que o rosto dele não saía da sua cabeça. A gentileza no olhar. A voz grave. O toque rápido quando ele a ajudou a levantar. Ela podia sentir tudo de novo só de fechar os olhos.
— Talvez a gente nunca mais se veja — disse, jogando uma almofada no colo. — E tudo bem.
— Claire… você não acredita em destino. Mas talvez o destino acredite em você.
Enquanto a noite caía sobre Lyon, em outro ponto da cidade, Adrien estava parado diante de uma taça de vinho, no alto do seu apartamento de luxo. A cidade inteira aos seus pés… e a sensação de que algo escapava pelas mãos. Ele nem sabia por quê, mas pediu a Marc:
— Descubra quem é a moça que esbarrou no meu carro hoje. Preciso devolver alguns papéis dela... e, talvez, agradecer como se deve.
Marc hesitou.
— Isso parece… pessoal, senhor.
Adrien sorriu.
— Talvez seja.
Na manhã seguinte, algo do passado voltaria a bater à porta dele. Literalmente.
Uma mulher elegante, salto fino, perfume doce demais. Cabelos dourados, maquiagem perfeita. A campainha tocou com firmeza. Adrien abriu a porta e lá estava ela.
— Bonjour, mon amour — disse, com um sorriso calculado. — Sentiu minha falta?
Era Élodie. A ex-noiva. Linda, rica, e perigosamente determinada a não ser chamada de “ex” por muito tempo.
Mas no fundo, Adrien só pensava em outra mulher. Aquela que não usava salto, que tropeçava na rua e bagunçava sua mente com um só olhar.
Claire.
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Atualizado até capítulo 56
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