A reunião não durou mais que vinte minutos. Palavras afiadas, trocas de olhares carregadas de tensão e promessas implícitas dançaram no ar como faíscas prestes a virar incêndio. Marina saiu da sala com a cabeça erguida, mas o coração batendo como se tivesse corrido uma maratona.
Ela não sabia dizer exatamente o que a desestabilizava mais: o fato de Alessandro a olhar como se quisesse devorá-la viva ou a maneira como seu próprio corpo reagia àquilo.
E isso era inaceitável.
A caminho do elevador, seus passos firmes foram interrompidos por uma voz rouca atrás de si.
— Esqueci de mencionar algo importante — disse ele, com aquele sotaque melódico, se aproximando sem pressa, mas com uma presença que preenchia tudo ao redor.
Ela girou nos calcanhares, o queixo erguido, pronta para dispensá-lo. Mas o olhar dele a segurou no lugar.
— E o que seria? — rebateu, tentando manter o tom indiferente, mesmo que seus dedos formigassem de nervosismo e desejo.
Alessandro deu mais um passo, encurtando a distância. A parede às costas dela e seu corpo alto e quente à frente criaram uma prisão que, para seu desgosto, parecia confortável demais.
— Você me deixou curioso, Marina — murmurou, seu nome saindo como uma carícia dos lábios dele. — Mulheres como você… são raras. Perigosas. Magnéticas.
— Não sou uma obra de arte para ser admirada. — disse, tensa.
— Não. — Ele sorriu de canto, um brilho de malícia nos olhos. — Você é uma arma.
E antes que ela pudesse responder, Alessandro ergueu uma mão e tocou a lateral de seu rosto com os dedos quentes e firmes. Um toque leve, como se ele testasse até onde poderia ir. Ela devia afastá-lo. Devia, mas não conseguia. Seu corpo congelou e queimou ao mesmo tempo.
— Você está acostumada a homens que tremem diante de você — continuou, roçando o polegar contra sua bochecha. — Eu, por outro lado, quero ver você tremer por mim.
Marina soltou uma risada seca, apesar do calor crescente entre suas pernas.
— Presunção ou delírio?
— Desejo. — Ele sussurrou, os olhos fixos nos lábios dela.
O silêncio entre eles gritou. Marina se odiou por estar hipnotizada, por inclinar o rosto em direção ao toque. Por permitir que ele cruzasse uma linha que ela mesma traçara por anos.
Então ele fez o impensável: colou seus lábios nos dela.
Não foi um beijo calmo. Foi urgente. Quente. Exigente. A boca dele dominava a dela como se tivesse todo o direito do mundo, e o pior... ela permitiu. Correspondeu com a mesma fome, como se estivesse faminta há anos. As mãos de Alessandro foram para sua cintura, puxando-a contra seu corpo firme, e Marina arfou quando sentiu o volume rígido entre as pernas dele pressionar sua barriga.
A reação dela foi instintiva. As unhas fincaram nos ombros dele, puxando-o mais, como se já não estivessem perigosamente colados. Suas línguas se entrelaçaram com um desespero que beirava o indecente. Ela sentiu-se despida apenas pelo modo como ele a tocava.
— Você beija como se quisesse tomar tudo de mim — sussurrou ela, entre uma respiração e outra, os lábios ainda colados.
— Porque quero. E vou. — Ele rosnou de volta, a voz tão baixa e rouca que soava como uma promessa obscena.
Ele a virou com um movimento rápido, pressionando suas costas contra a parede do corredor isolado. A mão dele escorregou pela lateral do corpo dela até alcançar a curva da cintura, onde a barra do blazer abria uma brecha para sua pele nua. O toque quente o fez estremecer, e ele gemeu baixo, colando a testa à dela.
— Você é quente como o inferno. — sussurrou.
Ela ofegava. Nunca se sentira assim. Nunca permitira isso. Mas os dedos dele estavam na pele de sua barriga agora, subindo por baixo da blusa com uma ousadia que ela deveria repelir. Não o fez. Não conseguia.
Quando ele roçou os dedos pela lateral de seus seios, o corpo dela arqueou. Um gemido escapou sem permissão.
— Isso é loucura — disse ela, a voz fraca.
— É só o começo — respondeu ele, antes de abocanhar seu pescoço com os lábios famintos.
Ela se agarrou aos ombros dele enquanto os dentes marcavam sua pele, alternando entre beijos e mordidas leves. O som da respiração dos dois misturava-se com o leve tilintar do bracelete dela batendo contra o zíper do paletó dele.
Seus corpos colidiam em um ritmo quase coreografado, como se fossem feitos para aquele momento. Ele pressionava sua coxa contra o centro de suas pernas, e ela sentiu o calor explodir, o corpo pedindo por mais.
— Entre no elevador comigo — ele disse contra sua boca, já abrindo os botões da blusa dela com uma destreza irritante.
Ela hesitou. Um segundo apenas.
Mas então os olhos dele encontraram os dela, e ali havia desejo… mas também algo mais. Fascínio. Obsessão.
E ela sabia que, se entrasse naquele elevador, não haveria volta.
E entrou.
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Atualizado até capítulo 36
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