Cap. 4

Antes de voltar para o Rio, Paty foi até a sede da P.A  Eventos para resolver alguns pendências e passar o comando para alguém de confiança durante sua ausência. Ela percorreu os corredores com passos firmes, cumprimentando discretamente os companheiros de trabalho. Seu escritório, era o reflexo da mulher que ela havia se tornado: impecável, prática, eficiente. A mesa testavam alguns relatórios empilhados e anotações do próximos eventos.

Fernanda, sua gerente de confiança, aguardava por ela. Amiga e braço direito de Paty desde o início da empresa, Fernanda era uma das poucas pessoas que ela permitiu entrar em sua vida.

_Obrigada por cuidar de tudo, Fê. Agradeceu Paty, soltando a bolsa sobre a mesa.

_Não precisa agradecer, você sabe que pode contar comigo. Fernanda respondeu com um sorriso leve, e se aproximou entregando uma pasta com anotações recentes, mas seus olhos deixavam transparecer a preocupação com o que o retorno ao Rio significava para Paty.

Paty respirou fundo e se sentou na cadeira, observando a cidade pela janela por um instante antes de voltar-se para a amiga.

_Eu vou precisar viajar para o Rio ainda hoje.  Pelo que eu já sei sobre as finanças da empresa, será complicado colocar a situação em ordem, mas vou fazer de tudo para voltar o mais rápido possível.

_Mas será que vale a pena...

_Vou tentar. A situação está péssima, e o meu pai estava doente... ele ama aquela empresa, e eu não posso deixa-lo carregar esse fardo sozinho. Ela fez uma breve pausa e encarou Fernanda. _Enquanto isso… eu conto com você para cuidar de tudo aqui. Preciso que organize esses orçamentos, que siga com o cronograma dos próximos eventos e qualquer pendência que surgir, me avise. Vou trabalhar de lá o máximo possível. Mas de surgiu algum problema grave, eu volto para resolver.

_ Pode deixar, Paty. Eu seguro tudo por aqui. Garantiu Fernanda anotando mentalmente cada instrução. _E você… se cuida... Não deixe ninguém te atropelar de novo.

Um sorriso surgiu no rosto de Paty.

_Agora eu sou outra.... não vou deixar ninguém me ferir.

As duas trocaram um olhar cúmplice. Fernanda sabia melhor que ninguém o quanto aquele retorno ao passado custaria a Paty, não só profissionalmente, mas emocionalmente. Quando começou a trabalhar com Paty, Fernanda notou como ela chegava ao escritório com olheiras e um vazio que preenchia com trabalho, e também testemunhou  a transformação de uma mulher quebrada em uma líder que comandava com precisão.

Antes de sair, Paty olhou para o seu escritório, como se estivesse deixando ali não só a empresa, mas também a parte da vida que conseguiu reconstruir longe das lembranças que agora teria que enfrentar.

_Qualquer coisa, você me liga. Reforçou, já na porta. se despedindo de Fernanda com um abraço.

_Vai tranquila. Eu cuido de tudo aqui. Garantiu Fernanda.

Paty respirou fundo, seguindo para o elevador, pronta para o próximo capítulo da sua história, mesmo que fosse um dos  mais difíceis.

___________________________________________

Horas depois...

O ponteiro do tanque de combustível marcava meio tanque, e o rádio desligado. Paty dirigia pela Dutra, com as mãos firmes no volante, e os olhos atentos à estrada.

Depois de algumas horas, As placas ao longo da rodovia anunciavam a chegada ao Rio de Janeiro em poucos quilômetros. No porta-malas, uma pequena mala com o essencial. Ela não planeja ficar muito tempo. Só o suficiente para avaliar a situação da Andrade Eventos, ajudar o pai, Otávio, a resolver oa problemas financeiros e voltar para São Paulo antes que o passado a engolisse.

O céu nublado combina com o humor de Paty. Ela pensava no pai, e na empresa, mas inevitavelmente também pensava em Bruna e Henrique,  os dois que destruíram tudo.

Enquanto dirigia, flashes curtos invadiam sua mente, rápidos e cortantes como lâminas: o vestido de noiva pendurado no closet, branco e perfeito, como um sonho que nunca se realizou. O ensaio de fotos, com ela e Henrique rindo sob o sol, alheios ao que viria. Os cadernos onde ela anotava planos, a disposição das mesas, a playlist da festa, o sabor do bolo, hoje reduzidos a cinzas na memória.

Horas depois, já nas ruas familiares do Rio de Janeiro, Paty respirou fundo ao virar a última esquina antes de chegar ao seu destino.

Ela tentava se convencer de que era só trabalho. Que ajudaria, resolveria o que fosse possível e voltaria para sua vida organizada e distante. Mas sabia, lá no fundo, que aquele retorno não era só profissional. Era pessoal. E doloroso.

O celular, preso no suporte do painel, vibrou com uma mensagem de Fernanda:

"Já deixei tudo pronto por aqui. Qualquer coisa, só chamar. Confio em você, chefe!"

Ao ler a mensagem, ela sorriu. Fernanda era sua única certeza naquele momento.

_ Cheguei... Disse Alto.

Paty foi diretamente para a sede da Andrade Eventos, no Leblon, um endereço que já tinha sido sinônimo de sofisticação. Mas agora, a fachada que, antes imponente com seu letreiro iluminado e janelas reluzentes, agora parecia cansada, como se a própria empresa tivesse envelhecido. Algumas cortinas estavam desbotadas, a pintura descascando em cantos discretos, o jardim da entrada mal cuidado. Paty estacionou o carro, ficou um instante olhando o prédio, as mãos ainda no volante.

"Como deixaram chegar nesse ponto?" Pensou, triste e indignada com o que via.

Paty saiu do carro e entrou pela porta principal, onde os funcionários ficaram surpresos com sua volta. Todos sabiam o que tinha acontecido antes de Pary ir embora, e também sabiam que Bruna e Henrique haviam se casado logo em seguida. Por isso não sabiam como agir ao revê-la.

No saguão, havia uma pilha de papéis, cartazes de eventos antigos e agendas abertas em mesas desorganizadas.

_Bom dia, Luiza.  Cumprimentou Paty, Ela ainda se lembrava de todos ali, dos nomes aos hábitos.

Luiza, a recepcionista, trabalhava na empresa desde que Paty era adolescente. Ela ,mergueu os olhos da tela do computador, o rosto congelando em uma mistura de surpresa e desconforto.

_ Eu gostaria de falar com a gerente feral, a Bruna, poderia avisá-la que eu estou aqui.

_Bom dia…  A Bruna não está… Respondeu Luiza, o que não surpreendeu Paty, pois a irmã sempre fugia das suas responsabilidades.

_Como Bruna não está na empresa, eu preciso falar com todos que possuem alguma informação real da empresa. Por favor, informe a todos que estou na sala de reuniões, onde esperarei por eles. Pediu Paty

_ Está bem. Disse Luiza pegando o telefone para atender o pedido feito por ela, enquanto Paty seguia para a sala de reuniões.

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Comments

Sil Fernandes

Sil Fernandes

Essa irmã e o marido são dois incompetentes. Conseguiram arruinar a empresa do pai.

2025-06-05

0

ʎqǝᗡ 🐝

ʎqǝᗡ 🐝

🤢 Bruna e Henrique um par perfeito, ambos não valem a 💩 que 🚽🧻 🤮

2025-05-31

0

rafamendes

rafamendes

agora a família precisa dela. traição é grande

2025-06-13

0

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