Aconteceu de repente.
Mas ao mesmo tempo, parecia que vinha se construindo há anos.
Era só uma questão de tempo até tudo explodir.
E explodiu... bem na minha frente.
🌑 Era mais uma noite qualquer... até deixar de ser
Eu estava no meu quarto, brincando em silêncio como sempre.
O barulho da TV na sala era o som de fundo da minha infância.
Mas naquela noite, algo mudou no ar.
O volume aumentou... seguido de um silêncio pesado demais.
De repente, ouvi o som da voz do meu pai — não gritando, mas firme, ameaçador.
Spike
— “Você acha que pode me desafiar, Hannah?”
Hannah
— “Eu só pedi para você não falar assim comigo na frente do William!”
A voz da minha mãe tremia, mas tinha algo novo nela: firmeza.
Ela estava tentando reagir.
Mas meu pai odiava isso.
O som de um estalo me paralisou.
Depois outro. E outro.
Em segundos, gritos se misturavam com pancadas.
Corri até a porta do quarto. Deixei só uma fresta aberta.
E ali… eu vi.
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💥 O horror diante dos meus olhos
Meu pai empurrou minha mãe com força contra a parede da cozinha.
Ela bateu as costas e caiu sentada, tentando se proteger com os braços.
Spike
— “Você quer respeito? Aprende a calar a boca!” — ele gritou, com os olhos cheios de raiva.
Ela chorava, mas não implorava.
A boca sangrava, o rosto já marcado.
Mas havia algo nos olhos dela...
Uma força silenciosa.
E então… ele a chutou.
Eu me senti morrer por dentro.
Cada golpe que ele dava nela, parecia cair dentro de mim.
Eu quis correr até ela. Gritar. Fazer algo.
Mas eu só consegui chorar em silêncio, atrás da porta.
⚡ O estalo dentro de mim
Naquela noite, algo quebrou.
Não foi só o corpo da minha mãe.
Foi minha inocência. Minha ideia de família.
Minha infância.
Minha mãe foi para o hospital naquela noite.
Mas na delegacia… ela não prestou queixa.
Disse que “tinha caído da escada”.
Eu quis gritar:
"MENTIRA!"
Mas eu era só uma criança.
E ali eu entendi:
> Às vezes, o pior pesadelo acontece com os olhos bem abertos.
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