O pôr do sol tingia o céu de Lunaris com tons de laranja e dourado. Nos luxuosos salões do palácio, os ecos de murmúrios sussurrados tornavam o ar pesado. Intrigas e ressentimentos se entrelaçam nas palavras veladas das esposas do rei.
Na sala de reuniões das damas, Mirena e Evelyne trocavam olhares afiados enquanto a rainha Lilith observava em silêncio. Elena, mãe dos trigêmeos, mantinha-se ereta, com calma, mas olhos atentos.
— Seus filhos têm atraído atenção indesejada, Elena — comentou Mirena, um sorriso frio, curvando seus lábios. — Três crianças tão temperamentais.
Elena sustentou o olhar. — Crianças enérgicas aprendem rápido. Um desafio agora, guerreiros amanhã.
Evelyne riu baixinho, um som desdenhoso. — Ou uma ameaça.
— Uma ameaça? — Elena arqueou uma sobrancelha. — Talvez a insegurança a faça enxergar inimigos onde não existem.
Mirena sorriu. — Uma ex-guerreira sempre pensa em batalha, não é? Mas criar filhos exige mais sutileza do que brandir uma espada.
— Isso é um conselho ou uma crítica, Mirena? — Elena replicou, um brilho perigoso nos olhos.
— Uma observação — Mirena respondeu, ajeitando os cabelos.
Antes que mais palavras cortantes fossem trocadas, Lilith interveio, sua voz calma, porém firme. — As disputas internas só enfraquecem a coroa. Todos os príncipes devem ser protegidos. Devemos ser um só.
Mirena ergueu as sobrancelhas, a contragosto. Evelyne pareceu ceder, mesmo que a contragosto. Elena relaxou levemente, mas não baixou a guarda.
Enquanto isso, no jardim do palácio, os trigêmeos estavam cercados pelos irmãos mais velhos: Leonard, Adrian e Selene. Leonard lançou um olhar desdenhoso para os pequenos.
— Então, os famosos trigêmeos têm medo de se sujar? — provocou Leonard, girando a espada habilmente.
Luan cruzou os braços. — Prefiro lutar a brincar com a lâmina sem propósito.
Selene riu. — Ora, ora, tão sério. Vai desafiar Leonard agora?
— Só se quiser perder — Isteffany interveio, desafiadora. — Ou está com medo de uma criança?
Leonard riu alto. — Vamos ver o quanto uma criança consegue aguentar. Venha, Istefany.
O combate começou. Leonard avançou rapidamente, a lâmina cortando o ar. Istefany recuou, estudando os movimentos dele antes de bloquear um golpe e girar a lâmina para um contra-ataque. Leonard desarmou-a com um movimento ágil, mas um sorriso orgulhoso iluminou seu rosto.
— Nada mal — admitiu ele. — Você aprende rápido.
— Mais rápido do que você pensa — Istefany rebateu.
Adrian cruzou os braços. — Precisam treinar mais se quiserem sobreviver a um campo de batalha.
— Vamos proteger uns aos outros — afirmou Vitória, olhos brilhando de determinação.
— E a mamãe também — completou Luan, os punhos cerrados.
Adrian trocou um olhar com Selene e Leonard. — Vamos protegê-los. É uma promessa.
Os trigêmeos sorriram, um pacto silencioso formado.
Mais tarde, no salão de jantar, o rei Alaric observava os filhos. Elena, ao lado dele, mantinha um olhar firme e protetor. Mirena e Evelyne lançavam olhares de soslaio para os trigêmeos, enquanto Leonard e Adrian discutiam animadamente.
Mirena ergueu a voz, cortante. — Crianças problemáticas precisam de disciplina. Não mimos.
Elena encarou-a. — Disciplina sem afeto gera monstros. Prefiro filhos fortes e amados.
— A força deve ser cultivada — rebateu Mirena.
— E o coração também — Elena respondeu firme. — Só um guerreiro com algo a proteger é verdadeiramente forte.
Lilith interveio mais uma vez. — A união é o que nos manterá fortes.
Alaric pigarrou. — Já chega. Amanhã terão um teste no campo de treinamento. Que seus atos falem por si.
Enquanto os filhos trocavam olhares, Elena se aproximou dos trigêmeos e os envolveu em um abraço firme. — Vocês são fortes. Nunca deixem que os subestimem. Eu os protegerei, sempre.
— Nós vamos proteger você também, mamãe! — exclamou Vitória, determinada.
Elena sorriu. — Então protejamos uns aos outros.
O pacto estava selado.
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Atualizado até capítulo 31
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