A semana passou lentamente, como se o tempo estivesse se arrastando sem pressa de levar a dor embora. dois continuava a caminhar pelos dias com um peso no peito, mas algo nela parecia diferente. não encontro com Rafael, no parque, havia sido um momento estranho, mas também reconfortante. Ele não a pressionava, nem tentava apressar as coisas. Havia algo sobre ele que parecia entender a dor sem tentar apagá-la, e isso fez com que Alexa se sentisse, pela primeira vez, um pouco menos sozinha.
No entanto, não era só isso. Rafael a fazia olhar para o mundo com novos olhos, como se houvesse algo mais além da tristeza que a envolvia. Mas, ao mesmo tempo, ela ainda se sentia cautelosa, com o coração em pedaços e a mente cheia de dúvidas. Como poderia confiar no amor depois de perder alguém tão importante para ela?
Era tarde de sexta-feira quando ela decidiu vê-lo novamente. Rafael havia sugerido um encontro no café perto do parque, um lugar simples, com mesas ao ar livre, rodeadas por flores coloridas. Alexa hesitou antes de aceitar, mas algo no fundo de si a empurrava para aquele momento. Ela precisava entender o que estava acontecendo entre eles, ou pelo menos, dar a si mesma a chance de entender o que o futuro poderia reservar.
Quando chegou ao café, Rafael já estava lá, sentado em uma mesa perto da janela, com um sorriso tranquilo no rosto. Ele a viu se aproximar e se levantou para cumprimentá-la, como sempre, com um abraço leve e acolhedor.
-Oi, Alexa. Como você está?
ele perguntou, os olhos calorosos, mas sem pressa. Ele parecia compreender que sua dor não era algo que pudesse ser curado com palavras rápidas ou gestos impensados.
-Estou… tentando. Mais do que ontem, talvez
ela respondeu, sentando-se à mesa.
-E você?
-Eu estou bem. Cansado, mas bem
ele disse, sorrindo.
-Eu sei que a vida tem sido difícil, mas fico feliz que tenha aceitado o convite. Sei que você está lidando com muita coisa.
-Sim, está sendo complicado. Eu tenho tentado entender tudo o que aconteceu. Perder a minha tia… ainda é difícil de lidar. Às vezes, é como se fosse impossível aceitar que ela se foi.
Rafael não respondeu de imediato. Ele apenas a observou com uma atenção silenciosa, permitindo que Alexa falasse sem interrupções. Ela sentiu uma estranha paz em sua presença, algo que a fazia sentir que não precisava forçar um sorriso ou fingir estar bem.
-Eu sei que você sente falta dela. E sei que nada vai preencher esse vazio. Mas talvez o amor não seja algo que precise preencher o vazio de uma vez. Talvez ele só precise se fazer presente de uma forma diferente. Talvez ele venha aos poucos, nos detalhes mais sutis
Rafael disse, sua voz suave, como se falasse mais para si mesmo do que para ela.
-Eu não sei o que o futuro reserva, mas acredito que, às vezes, ele nos surpreende de uma forma que nem imaginamos.
Alexa olhou para ele, sentindo uma sensação de conexão que não soubera explicar.
-Você acredita que o amor pode ser assim, gradual? Como um movimento suave?
-Eu acredito que ele pode ser de várias formas
Rafael respondeu com uma leveza.
-Às vezes, ele é explosivo, avassalador. Mas em outros momentos, ele é suave, como uma brisa que vem sem fazer barulho. E, por mais que você tente evitar, ele acaba te tocando de uma forma que você não consegue controlar.
Alexa sorriu timidamente, sentindo um calor crescer dentro de si.
-Eu não sei. Às vezes, acho que vou ficar presa na dor. Como se fosse impossível seguir em frente. Mas então, encontro alguém como você e percebo que talvez não precise ter todas as respostas agora.
Rafael sorriu, mais gentilmente do que ela imaginava.
-Eu também não tenho todas as respostas. Mas posso te dizer uma coisa: o amor vai aparecer quando for o momento certo. E quando ele chegar, talvez seja exatamente o que você precisa, mesmo que seja algo que você nunca tenha esperado.
A conversa fluiu de maneira mais natural, mas o olhar de Alexa não conseguia se desvincular do sorriso tranquilo de Rafael. Havia algo nele que a fazia sentir segurança, uma presença que parecia prometer algo bom, mesmo que o futuro fosse uma grande incógnita.
O café estava começando a se encher com o movimento do final da tarde. As pessoas conversavam em tons baixos, o ambiente acolhedor e tranquilo. No entanto, o mundo ao redor parecia ter diminuído, como se só existissem ela e Rafael naquele momento. Ela podia ouvir sua respiração, o som de seus próprios pensamentos, e algo no fundo de seu ser sussurrava que talvez, só talvez, o futuro não fosse tão amedrontador quanto ela imaginara.
-Você acredita em sinais, Alexa?
Rafael perguntou, a voz baixa, quase como se tentasse tirar algo de dentro dela.
Ela pensou por um momento, seus olhos olhando para a xícara de café à sua frente.
-Não sei. Acho que nunca pensei muito nisso. Mas, talvez, agora eu comece a pensar. Talvez o que estamos vivendo aqui seja um sinal. Um pequeno sinal de que o amor pode vir de onde menos esperamos.
Rafael sorriu, com um olhar que parecia compreender mais do que ele deixava transparecer. Ele pegou sua mão suavemente sobre a mesa, um gesto simples, mas que fez o coração de Alexa bater mais rápido.
-Eu não sei o que o futuro nos reserva, Alexa. Mas estou disposto a descobrir com você.
O toque de Rafael foi como um fio de calor que se espalhou pelo corpo dela, e Alexa sentiu, pela primeira vez em muito tempo, algo que se assemelhava à esperança. Era um sentimento frágil, mas real, como uma flor desabrochando lentamente.
---
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 25
Comments