Capítulo 2
A poucos metros da árvore onde Norman estava, encontrava-se uma menina de cabelo liso, com uns olhos lindos castanhos e em seu corpo encontrava-se tatuagens estranhas. Norman logo percebeu que ela era indígena, após Norman identificar ela acabou apagando ele.
Cerca de 30 minutos depois Norman foi acordado pela mesma menina, dentro de uma cela, porém com suas mãos amarradas e suas pernas presas, seu corpo suava, apesar da umidade, aquele local era muito quente, sua boca está seca, clamando por água, e sua barriga clamando por comida. Norman, após acordar desesperadamente, perguntou sobre onde estava e se viram seus pais, Porém aquela menina só observou-o sem dizer uma sequer palavra.
após alguns minutos Norman estava desesperado e toda vez que passava alguém por ali ele perguntava porém ninguém o respondia, mas logo aquela menina veio e entrou em sua cela, e disse:
Moema: Meu nome é Moema.
logo ela estendeu suas mãos com um coco partido no meio, e dentro dele havia comida, Norman aceitou pois estava com muita fome. após isso amarraram as mãos de Norman e o levaram para um altar, enquanto Norman de aproximava daquele altar que se parecia com um ringue, Norman via que estava em uma floresta densa, com vários pássaros voando, um forte cheiro de fumaça das tochas que iluminavam todo local, Norman podia observar vários povos o observando com uma cara de nojo e ódio, O desespero aos poucos começou invadir seu coração, ao chegar no centro da vida, lá ele foi obrigado lutar com um dos índios, esse índio era um grande lutador, ele era o pai de Moema. E se chamava Alá, a aldeia de Moema, não era muito grande, tinha aproximadamente 200 pessoas, tal aldeia tinha um formato circular, ao redor da aldeia ficavam as casas, no centro ficava um altar de sacrifícios e a arena de luta. E então Norman e Alá entraram na arena de luta, porém Alá com um escudo e uma espada, já Norman tinha apenas um machado pesado. Então logo quando a luta começou, Alá veio atacando Norman, Norman estava tendo muitas dificuldades pois ele estava com muito peso nas mãos, e de ataque em ataque Norman ia se cansando e se aproximando de seu fim… então Norman como alguém que tivesse muita experiência resolveu tirar tudo o que ele tinha, para tentar ficar mais leve, deu certo porém agora ele não tinha nenhuma arma, como se não fosse o bastante um dos índios que estava próximo empurrou Norman na direção de Alá, e logo o experiente lutador acertou um golpe com seu escudo nas costas de Norman, em seguida um chute em seu joelho, esse seria o fim de Norman… porém para infelicidade daquela aldeia esse exato dia era o dia em que o vulcão entrou em erupção e iniciou os jogos da arena of glória… Um enorme calor começou consumir o local, o desespero começou tomar conta de todos corações, todos começaram correr procurando abrigo, Norman mesmo fraco e fatigado saiu correndo em rumo a floresta, porém Moema veio correndo atrás dele, e mais de 3 km de distância da aldeia Moema encurralou Norman, lá ela parecia estar muito desesperada. Ela não fez questão de prender Norman mas sim de ajudar ele fugir, então os dois seguiram juntos até o sol se pôr, foram até uma pequena cidade abandonada e futurista, e decidiram dormir em um posto
Norman passou sua mão em seus cabelos respirando fundo para na gritar
Norman: Mas o que significa isso? Quase fui morto
Moema com um olhar de indiferença olhou para ele e disse
Moema: Não me leve a mal, mas isso não era problema meu.
Norman indignado olhou para ela e disse:
Norman: Então você não liga deles me colocarem em uma arena e lutar até a morte?
Então Moema com um olhar de cansaço e um suspiro profundo disse:
Moema: Eu morreria se tentasse impedir ou fizesse qualquer coisa.
Norman estava com muitas dúvidas em relação a Moema, mas tudo que ele falava ela apenas ignorava, pois ela estava muito concentrada em fazer uma fogueira, e mecanismos de defesa para se acaso algum animal selvagem tentasse os atacar, Moema estava extremamente preocupada com algo. Norman percebeu que ela não estava bem, e decidiu pensar em formas de deixar aquele posto mais seguro, Norman estava tentando entender essa preocupação enquanto afiava algumas estacas, até porque havia motivo para eles se proteger, mas será que realmente precisava de tudo isso? E neste tempo Norman trabalhou e ficou se questionando e pensando a respeito. Após muito tempo eles se deram a liberdade de descansar um pouco, e neste momento Moema começou falar sobre o que havia acontecido.
Moema: Seu nome é Norman certo?
Norman: Isso mesmo, o que vamos fazer?
Moema: enquanto a você eu não sei, mas eu irei ir para algum vilarejo aqui perto e viver minha vida finalmente em grande paz
Norman: como assim? Você não pretende voltar para aquela aldeia?
Moema: de maneira alguma.
Norman: O que você fazia tão longe da sua aldeia quando me achou?
Moema: eu estava tentando fugir, mas já havia muitas pessoas me procurando, daí encontrei você, e te usei como escudo para poder voltar a minha aldeia. Alá é apenas um pai adotivo, a minha antiga aldeia foi tomada por esses malditos, e meus pais foram mortos.
Norman: Qual nome dessa aldeia que estávamos?
Moema olhou para o alto exausta de toda a situação, logo ela apertou sua mão com tanta força que seus dedos ficam brancos, e após um breve silêncio Moema disse:
Moema: Essa aldeia… eles não são como outras aldeias… eles são uns demônios
Moema: A aldeia que estávamos se chama Xokleng, eles destruíram a aldeia que eu vivia, mataram a grande maioria e abusaram de nós.
Norman sentiu um calafrio percorrer pelo seu corpo.
Moema: O motivo de quererem me matar? O motivo de quererem te matar? Eles simplesmente crêem que ao fazer isso os deuses que eles acreditam vão fazer eles prosperar…
Norman até o momento não guardava rancor nem ódio de nenhum deles, mas ao ouvir isso, em seu coração, Norman começou querer vingar Moema,
Norman: Eu sinto muito.. Entendo que deve ser muito difícil para você agora confiar nas pessoas.
Norman na tentativa de sair desse clima que havia sido gerado através da história contada por Moema, ele disse
Norman: Essas armadilhas que você fez, elas são eficazes? E qual o motivo dessa sua enorme preocupação?
Moema com muita marra e ódios nos olhares disse:
Moema: Não é claro? Diante de todo meu sofrimento que passei nas mãos dessa tribo, você acha que eu permitiria não tomar o devido cuidado com eles? Além de tudo isso eles estão nos procurando, pois eu sou o sacrifício que eles precisam
Norman simplesmente calou sua boca.
Norman naquela noite vastamente iluminada por um céu estrelado estava muito preocupado com os seus pais, e também extremamente inseguro, e mesmo diante a todas essas coisas, ele só queria dormir pois estava com dores e muito cansaço da luta e fuga.
Ambos foram dormir afastados, aproximadamente às 05:40 antes do sol nascer Noman se assusta com um barulho. Era Moema que estava apressadamente se preparando para sair
Norman: por que-está se apressando para sair?
Moema com desespero respondeu:
Moema: Eles estão se aproximando, eu já estou partindo, você precisa vir comigo no caso de querer continuar vivo.
Norman com suas uma grande ansiedade e suas mãos tremendo na tentativa de apenas sobreviver, simplesmente a seguiu. Logo ao sair viram de algumas árvores próximas dali vários pássaros voando como se estivessem como medo de algo, como isso eles se apressaram mais, Moema por estar planejando fugir, estava com uma faca, ela desenvolveu muitas técnicas de sobrevivência e um pouco de combate, pois ela já caçava, também consigo ela tinha um arco, porém Norman apenas tinha uma pequena lança que ele havia feito antes de dormir, e diferente de Moema, Norman não tinha muitas habilidades. Enquanto corriam, os galhos das árvores cortavam seus braços, ao passar pelo mato Norman e Moema sentiam suas pernas coçando, e de longe podiam ouvir Alá e seus guerreiros gritando. Após um tempo Moema e Norman chegaram em uma encruzilhada, Norman achou aquele lugar muito familiar, sua memória estava muito abalada, porém quando viu aquele lugar ele sabia que se eles virassem a esquerda, eles sairiam em um lugar seguro, então quando eles olham para trás, vêem o pai de Moema e mais 12 homens, e deles dava para sentir um tipo de magia sendo liberada, a mana deles era tão forte que gerou calafrios em Norman e Moema, mesmo diante de toda pressão Norman simplesmente pediu para que Moema confiasse nele. Ela estava em um estado muito alto de nervosismo e medo, então Norman pega nas mãos de sua parceira e sai correndo, mas logo após seguir por aquele caminho, Norman finalmente encontrou o que ele desejava achar, uma porta no meio da estrada, que aparentemente por fora, não passava de uma porta que levava a um pequeno banheiro.
Moema se questionava sobre o que Norman fazia, ao abrir a porta, percebem que esta porta leva a uma grande e misteriosa caverna…
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Atualizado até capítulo 21
Comments
César Moreira
O que mais me chamou atenção foi a complexidade da Moema: ela não é apenas uma vítima, mas uma sobrevivente astuta, alguém que aprendeu a se mover entre forças opressoras sem perder de vista seu objetivo. Sua relação com Norman assume um caráter dialético, pois ora o instrumentaliza para sua sobrevivência, ora se solidariza com seu sofrimento. Esse jogo de forças evidencia um comentário social sobre a assimetria nas relações entre colonizador e colonizado, além de sugerir uma crítica ao determinismo histórico que condiciona os sujeitos a papéis pré-definidos dentro de estruturas de opressão. Ele, por sua vez, em sua transformação de sua apatia inicial em desejo de vingança espelha o processo de aculturação pela violência, fenômeno amplamente tratado nas dinâmicas coloniais e pós-coloniais.
2025-03-26
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