...*\~Prólogo***\~**...
(Atlas Salvatore)
Eu sei que um dia me tornarei rei. Meu pai me disse isso a vida inteira. E quando Lincon Salvatore fala, você só escuta.
Meu pai é o chefe da família. Não apenas minha família – A Família (Os Corvos). Meu avô estava no comando antes de “morrer”, e eu vou assumir depois que meu pai morrer. É o jeito do nosso mundo.
Minha vida é rodeada por violência, caos, escolhas, arrependimentos, lealdade e por incrível que pareça, amor. Minha família é tudo que tenho, nós somos muito unidos, protegemos uns aos outros.
Meu pai sempre me disse, não importa o que aconteça, sempre proteja nossa família. E nunca machuque uma mulher. Lincon Salvatore praticamente moldou o homem que sou hoje e sou grato por isso.
Já minha mãe, me ensinou a ser gentil, a ver as coisas boas da vida. E acreditar que sempre a uma luz nas noites mais escuras e sombrias. Porém, não estou mais conseguindo ver as coisas boas e nem enxergar essa luz na escuridão.
Depois da morte do meu irmão, algo em mim mudou. Meu irmão sempre foi um vilão, mas minutos antes de morrer, eu consegui enxerga-lo através da escuridão. O garoto que só queria amor e reconhecimento. Os sonhos perdidos. E no final, ele percebeu que me tornei o que ele sempre sonhou em ser. E me fez prometer há não cometer os mesmos erros que ele, a ser alguém melhor e mais forte. E hoje, eu vejo o impacto que aqueles minutos ao lado dele fizeram. Agora, sou um novo Atlas, com novos pensamentos e objetivos.
E um dos meus objetivos é encontrar uma garota chamada Hanna. Eu a salvei uma vez quando éramos crianças na Inglaterra, não sei exatamente o motivo, mas eu a queria, eu queria que ela fosse minha. Então, fiz uma promessa, eu disse que voltaria e a buscaria. E eu sempre cumpro o que prometo.
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Capítulo 1 – O Príncipe da Máfia
...*\~***Atlas Salvatore\~**...
O cheiro de terra úmida se misturava com o perfume das rosas brancas e vermelhas. O céu estava nublado, como se o próprio mundo respeitasse o luto. O caixão de Liz descia lentamente, e o barulho da terra batendo contra a madeira soava como um eco de tudo o que eu perdi.
Meus dedos apertaram a rosa que eu segurava. Eu deveria dizer algo. Todos esperavam isso. Mas a verdade era que eu não tinha palavras. Não havia como resumir Liz em um discurso bonito e bem ensaiado.
Liz era fogo e caos. Liz era a única pessoa que nunca teve medo de me desafiar, a única mulher que me via além, não só como o filho do chefe. Ela me chamava de “príncipe da máfia” como uma piada, porque dizia que as vezes eu gostava de agir como um rei antes mesmo de ter uma coroa. O apelido pegou, e eu nunca liguei.
Liz também me ensinou várias coisas, principalmente sobre sexo, como ser um bom dominante. Ela realmente foi uma boa professora.
Meu peito apertava ao lembrar do último sorriso dela. Do sangue escorrendo pelos lábios enquanto segurava minha mão.
— Seja forte, Atlas. Seja o homem que você sempre disse que seria.
Essas foram suas últimas palavras. E agora ela estava ali, enterrada. Por minha causa.
— Ela não gostava de ver você assim.
Uma mão tocou meu ombro, tirando-me dos meus pensamentos. Reconheci o toque antes mesmo de me virar. Ayla. Minha prima, minha irmã de consideração. Ela não era mais do tipo sentimental, mas sabia quando alguém precisava dela.
Eu toquei sua mão e tentei sorrir. Um sorriso amarelo, sem força.
— Eu sinto muito pelo que aconteceu.
Disse ela, sua voz baixa para que ninguém mais ouvisse.
— Eu e Liz tínhamos nossas diferenças, mas ela era uma mulher incrível.
Ayla fez uma pausa e me analisou por um momento.
— Sei que vocês tinham um casinho.
Deixei escapar um riso seco.
— Não era nada sério.
— Mesmo assim, eu sei que você se importava com ela. Seja forte, Atlas.
Eu apenas assenti. Ayla entendeu o recado e me deu espaço, desaparecendo na multidão.
Meus olhos voltaram para o túmulo. Um por um, os membros da organização jogavam flores. Nenhum deles demonstrava fraqueza. Homens e mulheres treinados para esconder qualquer emoção. Mas eu sabia que Liz era importante para todos ali. Eles apenas não podiam demonstrar.
Respirei fundo, joguei a rosa e dei as costas para aquela cena. Não queria mais estar ali.
Quando ergui o olhar, vi meu pai do outro lado do cemitério. Ele estava parado, observando-me com aquela expressão indecifrável que sempre me irritou. O chefe da organização, o homem temido por todos. Mas para mim, ele sempre foi um enigma impossível de decifrar.
Eu queria que ele dissesse algo. Qualquer coisa. Mas ele apenas acenou com a cabeça antes de desviar o olhar.
Apertei os punhos. Eu já me culpava o suficiente. Só esperava que ele não fizesse o mesmo.
Sem dizer nada a ninguém, caminhei até meu carro e entrei. As portas se fecharam, isolando-me do mundo lá fora.
Liz morreu para me salvar. E nada que eu fizesse a traria de volta.
A única coisa que me restava era cumprir seu último pedido: tornar-me o homem que eu sempre prometi ser.
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Atualizado até capítulo 113
Comments
Celia Teotônio
aí triste,a Liz se foi 😭😭😭
2025-10-25
0
Diana
tadinha de Liz 🥺
2025-07-07
0
Mavia Dantas
/Scowl/
2025-05-05
0