Capítulo 5

— Senhorita Bianca, acorde, não se faça de rogada, seus pais estão esperando por você. — Minha babá puxa meus cobertores com todas as suas forças.

Mas eu continuo agarrada a eles como se minha vida dependesse disso, e não penso em soltar; hoje ninguém me tira dos meus aposentos.

— Babá, me deixe, não quero acordar, quero continuar me revirando em minha miséria. — Puxo com mais força meu cobertor, enrolando-me nele dos pés à cabeça.

Não quero sair da minha cama e enfrentar minha cruel situação, porque sou tão infeliz.

— Bianca Chevalier! Saia agora mesmo do seu leito. — Saí imediatamente da minha cama.

Não pude protestar mais; com minha mãe não podia negociar igual com meu pai.

— Excelência, lamento, não consegui fazer com que essa dengosa saísse do seu leito. — Minha babá não tem pudor ao me acusar com minha mãe.

Como pode ser tão cruel? Eu sou sua menina mimada.

— Não se preocupe, Eloise, sei muito bem o quão difícil é fazer com que esta senhorita acorde cedo. — Seu rosto de raiva dizia tudo.

Mas eu coloco minha melhor cara de ofensa; eu acordo cedo, bom, só quando me convém.

— Comigo não servem suas chantagens. Em vinte minutos quero você no saguão. O pai da sua tia, a imperatriz, faleceu ontem e temos que assistir ao seu sepultamento. Não quero atrasos, Bianca. — Só pude assentir.

Minha babá me ajudou a terminar tudo com agilidade. Meu vestido foi simples, assim como minhas joias; era um momento para apoiar a família, não para ostentar.

O palácio estava esplêndido, mas os ânimos estavam no chão. A segunda e terceira princesas estavam com seus olhares gélidos; os príncipes tinham os olhos vermelhos de tanto chorar, e o rei do norte consolava seus pequenos filhos, que choravam por seu avô.

O antigo duque Mesellanas foi um grande homem que não fez distinção entre seus netos; a todos amava sem reserva. Até eu fui adotada como sua neta. Enchia-me de tristeza saber de sua partida, e mais nas péssimas circunstâncias em que morreu. Esse homem conquistou com mérito meu amor, meu respeito e fervorosa admiração.

Ao terminar os ritos fúnebres, cada um de nós passou a se despedir do falecido e a dar as condolências à família.

Era um momento melancólico, mas a interrupção dos Mesellanas arruinou a despedida.

— O que pensam que estão fazendo aqui? — perguntou Victoria, cortante.

Se algo caracterizava a segunda princesa Victoria, era sua frieza.

— Viemos nos despedir do meu avô; não podem nos proibir isso; também somos sua família. Meu avô deveria ser sepultado no ducado Mesellanas — protestou Paul com total descaramento.

— Vocês não merecem se despedir do meu avô. Te lembro que, por sua culpa, ele morreu; você matou meu avô e deverá pagar por isso — a voz de Victoria era cada vez mais macabra.

Victoria não teria piedade com ninguém.

— Não são bem-vindos; retirem-se — disse a imperatriz sem sequer olhá-los.

— Filha, por favor — rogou a ex-duquesa à beira das lágrimas.

— Guardas, acompanhem os presentes às afueras do palácio. Desde hoje, os imperadores deixamos de respaldar a casa ducal Mesellanas. O que acontecer com vocês não concerne ao império — a dor em seus olhos era evidente.

Um frio percorreu meu corpo; a imperatriz os acaba de abandonar à sua sorte. Não durariam nem meio ano com vida sem o respaldo do império.

— Não pode nos abandonar dessa forma! Somos sua família. Que classe de imperatriz abandona seu povo?

— Abandonará seu título de duque? Esse é o preço que tem que pagar para salvar seu povo. Se não o fizer, o império romperá todo laço com os Mesellanas, deixando-os à sua sorte. Tem um mês para pensar.

Os guardas arrastaram os Mesellanas, que protestavam indignados, clamando por sua liberdade. O dia havia sido agitado, mas senti um olhar me espreitando como uma sombra persistente. Ao ver pelo canto do olho, vi o grande general. Tenho que escapar dele; foi a única coisa que pensou minha envergonhada consciência.

Quero tomar um instante do seu tempo para homenagear meu companheiro de escrita neste longo percurso de dois livros que foram maravilhosos. Catalino chegou à minha vida com quatorze dias de nascido e foi meu companheiro inseparável. Ele era o gato da minha irmã, mas como ela vivia viajando, fui eu quem cuidou dele com esmero. Hoje em dia, já não está comigo, e sua ausência se sente em cada canto. Sinto no fundo do meu coração que ele já não está terrenalmente neste mundo, mas o levarei para a eternidade no meu coração.

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